CAPÍTULO DOIS
privet drive, n° 5
Privet Drive, n° 5, era a maior casa de todo o bairro. Com três andares e um jardim consideravelmente maior do que os outros jardins que lhe rodeavam, ela conseguia ter o tamanho de no máximo um dos cinco andares da antiga mansão dos Malfoy. Draco não estava nem um pouco impressionado e um breve olhar para os pais dele deixou claro que eles também não estavam felizes.
Se Draco tivesse que descrever aquele bairro em uma única palavra, ele não iria precisar nem parar para pensar antes de usar a palavra tédio. Além dos variantes de tamanho, cada casa e jardim era idêntico, desde a construção até a pintura e os detalhes, e dava a leve impressão de que se você tentasse fazer algo de diferente, você seria expulso por uma multidão muito brava com tochas e facas.
Os Malfoys não gostavam de diferenças, não se engane. Os pais de Draco eram como as caricaturas de dois conservadores das antigas. Eles também se orgulhavam de serem diferentes o suficiente das pessoas ao seu redor para eles poderem ser considerados melhores. As pessoas daquele lugar mal pareciam querer aquilo, cópias exatas um dos outros. Era quase engraçado de tão patético que era.
Engraçado, se não fosse tão irritante também.
Para Draco, as diferenças entre esse lugar e a verdadeira casa dele estavam mais do que na cara, mais profundas do que só a ridícula diferença em tamanho. A mansão Malfoy era um lar onde você morava por séculos com orgulho. Aquele lugar era onde você ia para se esconder com a vergonha que era obrigado a chamar de filho. Ele sabia disso. Lucius nem tentou esconder.
Então Draco estava se sentindo ainda mais amargo do que ele já se sentia todos os dias. Quem podia o culpar?
Lucius e Narcisa entraram com as mãos vazias, mas Draco ao menos pegou a mala dele, mandando uma revirada de olhos para Dobby. Ele nunca teria coragem de compartilhar aquela revirada de Draco, nunca ousaria zombar de Lucius e Narcisa, mas ele sorriu minimamente para Draco enquanto começava a pegar as coisas dos Malfoys mais velhos, parecendo muito grato quando Draco colocou a mala dele na entrada e voltou para ajudar Dobby com as caixas.
Narcisa parou na entrada. Ela estava vestida toda de preto, um chapéu pendendo um pouco para frente de seu rosto como se ela estivesse tentando esconder quem era, muito envergonha de ter que ser vista em um bairro de classe média alta – afinal de contas, os Malfoys faziam parte do 1% e Narcisa se achava superior até a outros ricos, quem diga o povo daquele lugar.
Draco colocou uma mão em frente do rosto para poder a ver apesar do sol. Narcisa, como ele esperava, estava com braços cruzados e os olhos cerrados. Draco achava que era bem hilariante que todo mundo o mandasse ser menos malvado, mas quando ele tentava fazer uma boa ação, eles ficavam tão suspeitos que não deixavam ele continuar. Ou, como era esse caso, eles achavam que a boa ação dele era só perda de tempo e desnecessária.
"Para de enrolar e vem," ela o disse, mandando ele vir com um dedo. "Eu vou te mostrar o seu quarto."
Draco e Dobby colocaram a caixa que estavam trazendo no chão, Dobby olhando entre Draco e Narcisa com apreensão – sempre com medo de ser castigado ou perder seu lugar naquela casa. Draco passou uma mão pelo cabelo, bufando.
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black sheep, DRARRY ✔️
Fiksi PenggemarConcluída. Draco Malfoy vinha andando com a "gangue" de Duda Dursley desde o começo do ano. Ele não se importava com nenhum daqueles meninos, não de verdade, mas eles eram uma boa distração. O primo misterioso de Duda só acontecia de ser ainda melho...