( quatorze )

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CAPÍTULO QUATORZE
despedidas




Haviam escolhas que eram feitas porque elas eram calculadas e inteligentes e bem pensadas, e escolhas que eram feitas simplesmente porque elas eram divertidas, e, no caso dos Malfoys, escolhas que eram feitas porque elas iriam prejudicar alguém que eles não gostavam. Outras eram feitas simplesmente porque– bem, porque por que não?

Malfoys em geral se mantinham longe de escolhas como aquelas últimas. Eles eram sonserinos, lá no fundo do coração deles, que odiavam imprudência, que nunca se colocavam na linha de fogo, nunca agiam sem pensar. Draco tinha sido assim pelos primeiros onze anos da vida dele.

Depois, cada escolha que ele fez foi na base de um único, normalmente falho raciocínio: o que vai chamar mais a atenção dos meus pais?

De repente, ele não podia se importar menos com os pais dele.

Draco tinha enfiado a mochila dele mais no fundo do armário dele o possível, determinado a se esquecer completamente da escola até as aulas voltarem e ele não ter escolha mais. Ele teve que a balançar para tirar um pouco de poeira, e então tirar todos os materiais que ainda estavam lá dentro, intocados desde o último dia de aula. Ele hesitou enquanto as mãos dele se fecharam em um casaco.

Eles vão me buscar daqui quatro dias.

Era isso que Harry tinha dito para Draco e sim, quatro dias não era muito, mas Draco tinha passado uns seis anos fingindo que não se importava com nada e ninguém, o que quer dizer que ficar animado desse jeito, voltar para casa e imediatamente ir correndo arrumar as coisas dele, o fazia se sentir estranho. Patético, de certa maneira. Ele não deveria ser tão emotivo. Ele não deveria deixar alguém se aproximar tanto, começar a importar tanto. Não deveria dar o poder para alguém fazer o coração dele se acelerar da maneira que Harry fazia. Malfoys não eram cachorros de ninguém. Eles não tinham um dono que podia chamar por eles e os fazer ir correndo.

Mas parando para pensar, qual foi a última vez que Draco se sentiu como um Malfoy? Ele repetia que era um o tempo todo, mas se sentir de verdade? Fazia um tempo. Tempo demais.

Ele olhou para o casaco. Ele pensou no quanto ele estava animado, mesmo que isso fosse patético, e no quanto ele só queria fugir com Harry. Ele pensou por que não?

E Draco começou a arrumar a "mala" dele desde já.



Uma vez que ele tinha decidido o que ia fazer, não havia muito o que discutir ou pessoas que Draco deveria avisar. Ele falou isso com Harry, claro, e Harry falou para o padrinho dele e os amigos que iriam buscar ele, mas Draco não tinha– ele não tinha ninguém que iria sentir saudade dele, sinceramente.

Quase ninguém, pelo menos.

Falar com os pais dele estava fora de questão. Não é que Draco achava que eles iriam tentar o parar, porém. Bem o oposto. Draco achava que eles iriam ficar felizes, talvez. Draco achava que, mais provavelmente, eles não iriam se importar nem um pouco, e isso iria doer pra caramba. Draco iria fingir que não doía, mas iria, e Harry iria saber, Harry iria o olhar com olhos estupidamente tristes e levemente irritados com os pais de Draco, e Draco iria ter que se segurar para não chorar, porque ele não estava acostumado com ninguém validando os sentimentos dele e...

black sheep,  DRARRY ✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora