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Depois de minutos de fuga, consigo chegar em casa. Sara estava quieta… mais que o normal.
-Tá tudo bem? - pergunto à ela.
-Sim… tá sim! - ela me respondeu num tom não muito feliz.
Assim que abro a porta, ela corre pro quarto e bate a porta.
-Sabia que não estava… - eu digo correndo atrás dela.
-Tá tudo bem mesmo? - pergunto batendo na porta.
-Felipe, eu preciso de espaço… - ela disse num tom de choro.
-Tá bom… eu… eu tô lá embaixo qualquer coisa!! - digo quase que sem reação! Sigo até a cozinha e preparo um café forte(não é o meu preferido, mas aquela altura eu não estava ligando muito para aquilo).
-O que que eu fiz? - me pergunto depois de tomar minha primeira xícara. Sentia medo ao lembrar daquele tom de voz triste… não sabia o que fazer, então eu fui pra garagem e entrei na BMW.
Acabei pegando no sono.
Horas depois,ouço o barulho da Alfa Romeo saindo da garagem; não foi o suficiente para me fazer acordar, então voltei a dormir.
Por volta das 5 da manhã, recebo uma ligação e acordo.
-Alô? - pergunto com muito sono.
-Alô, bom dia. Quem tá falando é o Richard Peterson? - uma voz masculina pergunta do telefone.
-Não, foi engano! Aqui é Felipe Gabriel! - respondo por fim acordando.
-Ah, perdoe-me pelo engano. Tenha um bom dia!!
-Igualmente! - retribuo.
Quando olho pro lado, não vejo o outro carro.
"Acho que ela foi no mercado!" - logo pensei. - "vou fazer outro café!". Assim que chego na cozinha, vejo uma folha e a aliança dela em cima. Rapidamente pego a carta e começo a ler:
"Eu vou ser breve: eu não sei o que houve lá no carro ontem a noite, mas aquilo só aumentou um sentimento que eu tinha desde um certo tempo atrás… não é paranóia antes que você pense algo assim, mas eu acho que tanto eu quanto você não estou pronta para algo tão sério. Nem sei porque comecei o nosso namoro sentindo aquilo… eu devia ter sido sincera, como eu sempre fui.
Bom, espero que você não fique se culpando por não ter dado certo, mais pra frente podemos tentar de novo".
-Não… não é possível!! - digo me segurando pra não chorar e indo em direção a rua. Abro a porta e corro até a calçada, em seguida vejo um táxi e aceno pra ele rapidamente; ele mal para e eu já entro no banco da frente dizendo:
-Pra central de polícia, o mais rápido que puder!!
-Mas e as multas? - ele pergunta preocupado.
-Eu pago, agora vamos!! - digo colocando o cinto.
Ele acelera e me pergunta o porque da pressa.
-É algo muito importante… - eu respondo respirando profundamente.
-Entendi, e você tem carro? - ele pergunta entrando numa avenida a toda velocidade.
-Tenho, mas não tô em condições de dirigir… não por enquanto? - respondo olhando pra janela.
-Vai mesmo pagar minhas multas? - ele pergunta desconfiado.
-Vou! - falo ainda olhando pela janela.
-E se forem muitas? - ele insiste.
-Freia! - eu peço.
-Agora? - ele pergunta sem entender.
-AGORA, VAI!!! - eu grito.
Ele freia em seguida
-Anda no limite por meia milha! - eu falo olhando ao redor.
-Por que? - ele pergunta curioso e mais desconfiado ainda.
-É que aqui fica um conjunto de dois radares separados por meia milha. se você vai mais rápido que o normal nessa distância, toma uma multa. - eu explico.
-Caraca… - ele exclama.
-Tá vendo o radar lá? - pergunto apontando.
-Tô! - ele respondeu.
-Lá acaba a zona. E até agora, são os primeiros radares fora da cidade que você pegou. - eu digo pra ele.
-Então eu não tomei nenhuma multa? - ele pergunta de novo.
-Não, nenhuma! - eu respondo. - acha mesmo que eu ia pagar suas multas se soubesse que a cada quarteirão teria uma?
-Com certeza, não! - ele me responde com certa indignação.
Entramos na cidade, e a partir disso a viagem se tornou monótona pra mim; o motorista tentava conversar comigo sobre o trânsito, política e afins, mas eu não tava lá muito interessado no momento. Eu queria uma resposta dela…  naquele momento era tudo o que eu mais queria. Tudo estava indo tão bem; estávamos tão bem e de repente, ela me deixa uma carta e uma dor imensa no peito.
Finalmente chegamos à delegacia, eu deixo o dinheiro do taxista e ele me deixa seu número caso eu precisasse. Eu entro correndo na delegacia gritando o nome dela e perguntando pra todo mundo onde ela estava. Chego em Stephanie e pergunto.
-Você sabe onde ela tá?
-Ela? Como assim? Ela foi embora? - Stephanie também pergunta, mesmo sabendo de parte do acontecido.
-Ela foi embora e me deixou uma carta… eu não sei o que eu fiz de errado… eu não quero perder ela! - eu respondo desesperado e abraçando Stephanie.
-O que está acontecendo aqui? - Henry pergunta pra Stephanie.
-A Sara foi embora e não explicou nada pra ele… - Stephanie responde me abraçando devagar, porque Henry estava a olhando e ele tinha uma baita queda por ela.
-Finalmente!! uma a menos nesse inferno! - ele responde querendo me provocar. Me solto dela pra poder ir bater nele, mas ela me imobiliza e me leva ao chão.
-Felipe, não piora sua situação! - ela diz com o joelho sobre meu peito.
-Tem como… você sair… de…
-O QUE ESTÁ HAVENDO AQUI? - Houston pergunta extremamente irritado.
-Acho que ele quer saber… - Stephanie responde saindo de cima de mim.
-Saber do que? - pergunto me levantando.
-Pra minha sala, AGORA! - ele diz pra nós.
Ela me levanta e me leva pra sala do seu pai.
-Tá legal, Felipe… - Houston diz colocando a mão em meu ombro e respirando profundamente. - isso devia ser segredo governamental!!
-O quê? Segredo do governo minha namorada ter sumido? Mas que po…
-Olha o linguajar, mocinho! - Stephanie me interrompe. - conta, papai.
Ele abre a boca pra começar, mas recebe uma repentina ligação.
-ALÔ? HOUSTON? - grita um informante do outro lado.
-Calma, Rondo. O que houve?
-A AGENTE FOI CAPTURADA!! - Rondo grita desesperado do outro lado da linha.
-Que agente, meu Deus?! - pergunto curioso.
-COMO ASSIM QUE AGENTE? - ele responde. - A SARA GEOVANNA!!
Eu saio correndo da sala.
-FELIPE VOLTA AQUI! - Stephanie grita correndo atrás de mim.
Henry me vê correndo no corredor e põe a mão no meu peito, tentando me parar; eu rapidamente lhe acerto uma cotovelada no rosto com o braço esquerdo e me esquivo girando pra sua direita e sigo meu caminho.
-Obrigado, Henry! - Stephanie agradece ele.
Chego no elevador e aperto o botão pra ele subir, mas Stephanie estava chegando e quando eu ia voltar a atenção ao elevador, olho pra chave do Alfa Romeo. Pego a chave e entro nas escadas de emergência no momento em que o elevador se abre. Stephanie entra no elevador e ele se fecha; desço as escadas utilizando métodos de parkour. Corro pro carro e entro rapidamente.
-Esqueceu do alarme né, Sara? - eu digo a mim mesmo ligando o carro e acelerando. Stephanie chega e pede pra eu abrir a porta do carro.
Acelero de novo. Ela diz que sem ela eu não vou achar a Sara; eu abro a porta e ela entra.
-Coloca o cinto! - eu digo finalmente engatando a primeira e saindo dali, levando a cancela do estacionamento junto.

Race To The Danger 2 Onde histórias criam vida. Descubra agora