10º

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Entro de 2ª marcha na Moore Rd e me deparo com um portão dizendo: "Não ultrapasse" e acabo parando ali mesmo.
-Ótimo! - eu falo saindo do carro e indo arrumar umas coisas no porta-malas. Assim que eu termino de arrumar as coisas, chega uma mensagem perguntando se eu havia  chegado.

Pouco depois, ela chega e para atrás de mim.
-Eu nunca duvidei de você, Felipe! - ela diz pelo walkie talkie. - Você dirige muito bem.
-Quem é você e como sabe meu nome?? - pergunto surpreso fechando o porta-malas depois de pegar uma pistola.
-Eu sou alguém bem informada. E tenho que ser, já que você vai trabalhar comigo! - ela retruca firmemente.
-Trabalhar com você sem saber quem você é, só porquê sabe meu nome e meu endereço é um pouco exagerado, não? - pergunto entrando no carro.
-Eu sei quem atirou na Sara! - ela afirma. - e eu sei que você quer se vingar do mafioso…

Aquilo foi o meu limite, ela praticamente sabia do meu passado. Eu saí dali rápido, com raiva e sem dizer nada. Ela estava absolutamente certa sobre isso: eu queria me vingar do mafioso, mas vinha acontecendo tanta coisa que eu tinha ocultado isso da minha memória.

Enquanto subia para o acesso da rodovia, eu pensava sobre aquele incidente de 5 anos atrás: tudo passava como um filme na minha cabeça. Todos os "Eu te amo!" na minha cabeça estavam me deixando louco… e eu ainda havia conversado com ela. Não entendia, mas tinha que aceitar.

Stephanie me liga.
-Oi Steph! - digo em um tom baixo.
-Oi. Você conversou com ela, né? - ela pergunta já sabendo a resposta.
-Sim… ela parece tão… bem - eu falo com o coração partido.
-Oh meu Deus… não quer passar aqui na sua casa pra se acalmar? - ela emenda sensibilizada.
-Não acho uma má ideia… já tô na rodovia.

Foi uma viagem não muito tranquila. Minha mente não me deixava em paz, mas tinha que focar na estrada.
-Acho que ela tem razão… - murmuro pegando o walkie talkie e chamando ela. -Alô?
-Olha só…
-Não fala nada! - eu a interrompi- eu não devia ter saído daquele jeito, mas você soube jogar. Por isso quero marcar outro encontro como aquele. Tudo bem pra você?
-Ah…ok! - ela responde quase sem palavras. - Que tal no meu escritório?
-Ok! - eu termino desligando.

Pouco depois eu chego em casa. Stephanie me recebe com um abraço longo.
-Sinto muito, cara… - ela tenta me consolar.
-Não é culpa sua… eu… eu não… - acabo por não terminar a frase.
-Se você quiser, eu posso ficar aqui com você até você se sentir bem… - ela se oferece me olhando nos olhos e deixando suas mãos em meus ombros.
-O-olha… e-eu não sei não… - tento evitar o seu olhar, mas aqueles olhos castanho esverdeados estavam me seduzindo.
-Por favor? - ela encosta seu corpo no meu. - você não vai me ter tão fácil assim de novo… - ela coloca minhas mãos em sua cintura.
-Tem certeza? - eu pergunto olhando rapidamente para seus lábios. Eu estava tomado por ela.
-Tenho, ah se tenho! - ela afirma me beijando finalmente.

Eu encosto na parede e me rendo à aquele beijo gostoso.
-Por que não subimos? - eu sugiro sem tirar meus lábios dos dela.
-Sim… sim - ela responde e segura minhas mãos. Nunca havia subido tão rápido as escadas. Mal entro no quarto e ela me agarra de novo; nos jogamos na cama e ela desabotoa minha camisa enquanto me beija, em seguida ela tira a propria camisa. Estava ficando quente… eu deslizo minha mão sobre seu corpo e beijo seu pescoço.

-Isso… isso tá muito bom… - ela diz ofegante.
-E vai ficar melhor… - eu respondo também ofegante e desabotoando sua calça. Ela não perde tempo e desabotoa a minha também. Ela se dá por vencida e eu me coloco por cima.
-Calma aí… - ela me olha ofegante e sedenta. - pega a algema.

Quando eu me viro ela me coloca por baixo e me algema na cama.
-Achou mesmo que ia fazer o serviço? - ela sussurra em meu ouvido. - deixa eu te mostrar quem é que manda! Ela tirou tudo o que nos restava e começa tudo.
Depois de me dar uma das mais prazerosas noites, ela dorme. Não demora muito e eu durmo também.

-Fe, acorda!! - Stephanie me sacode na cama enquanto me chamava. - Felipe!
-O quê? O que foi? - pergunto esfregando os olhos.
-Tenho que estar em casa logo!!! Meu pai foi a uma reunião de veteranos e já tá voltando!! - ela me explica colocando a roupa.
-Onde você mora?
-Uns quilômetros daqui - ela diz - uns 10, 11 não sei.
-Tá bom, eu levo sim! - respondo terminando de colocar a roupa.
-Mas e se não chegarmos a tempo? - ela me pergunta sentando na ponta da cama e amarrando sua bota.
-Até parece que você não sabe como eu ando. - digo sarcástico.
-Se serve de incentivo, a reunião foi na delegacia. - ela responde tranquilamente e me dá um tapa na bunda. - tô te esperando no carro!

Eu olho sem entender e a sigo até o carro; abro a porta para ela.
-O quê? - ela pergunta.
-Cavalheirismo! Nunca é demais.
-Você é mesmo um doce! - ela me diz e entra no carro. De novo eu fico sem entender.
Ligo o carro e saio cantando pneu.
-Eu te explico quando tiver perto - ela diz um pouco preocupada.
-Ok. - eu respondo colando em um Challenger '16 que estava me "segurando". E eu queria chegar logo na rodovia.

Ele freia bruscamente e eu faço o mesmo, mas jogo o carro pra fora da estrada porquê não ia parar a tempo. Aquela mesma foto caí no colo dela, que pega e a observa.
-Você ainda pensa nela, não é? - ela pergunta guardando a foto. Eu já de volta na estrada, apenas acelero e passo aquele maluco.
-Eu deixo muito na cara? - eu pergunto pra ela sem deixar de olhar para frente, já que eu estava mais rápido que o normal.
-Deixa… - ela responde olhando pela janela.

Eu entro de uma vez na frente de um caminhão na rodovia; ele buzina e pisca o farol.
-Ai meu Deus… - ela disse olhando o caminhão se afastar rapidamente pelo vidro traseiro. - será que chegamos primeiro que ele?
-Eu posso tentar, mas não sei se eu vou conseguir… - eu falo.
-Vai sim, lindo! - ela me encoraja.

Poucos minutos depois eu entrei na rodovia. Estava praticamente vazia, e isso me ajudaria muito.
-O telefone tá tocando… - eu digo pra ela.
-Que? - ela pergunta "voltando de longe".
-Deve ser seu pai no telefone. Atende aí!
-Aah, desculpa… eu tava meio longe. - ela se explica atendendo o telefone. - Alô?
Tô chegando. Pega a próxima saída! - ela aponta para frente. - O QUÊ?

Chega uma mensagem no meu celular. Ela dizia: "Temos que nos encontrar!!! Mas primeiro leve-a para casa; te dou as instruções depois… tome cuidado"
-Autor desconhecido… - leio e tento imaginar quem era.
-Ei, para aqui! - ela me ordena.
-Aqui?
-É. AGORA!! - ela responde puxando o freio de mão em uma tentativa de parar o carro, mas o mesmo jogou a traseira e embicou a frente na rua dela.

Eu segui meu caminho e parei atrás daquele mesmo Charger branco. Stephanie saiu desesperada do carro e foi falar com ela, e em seguida correu pra casa.
-Eu sabia que não dava pra chegar a tempo! - afirmo saindo do carro.
-EI VOCÊ!!! - grita Houston pra mim ao mesmo tempo em que Stephanie sai da casa dele com uma bolsa de viagem. - QUERO TER UMA CONVERSA COM VOCÊ!!!! VENHA JÁ AQUI!!!
-Ok… - murmuro indo em direção a casa.
Stephanie me lança um olhar preocupado e duvidoso para mim, mas sigo meu caminho.

-FELIPE, NÃO… - Sara grita saindo do carro; paro no mesmo segundo e fico cabisbaixo escutando seus passos até mim.
-Não o quê? - pergunto sem me virar.
-Não entra, por favor… eu tô sentindo algo ruim… - ela me diz em um tom que eu conhecia. Isso me forçou a virar.
-O que pode acontecer de ruim? - pergunto me virando levemente pra porta, mas ela me puxa pelo braço e me abraça; meu coração acelera.
-Por favor, olha pra mim! - ela me solta e me olha nos olhos. Pela primeira vez em algum tempo eu a olhei com os mesmos olhos que um dia desejavam e amavam aquela mulher, e ali eu entendi o que ela queria: me salvar!!

Ela saiu correndo pro seu carro e eu me virei e me deparei com a porta sendo aberta e um policial mirando sua pistola nela. Corri atrás dela e pulei quando ele atirou, fazendo o tiro me acertar ao invés dela; caio no chão e tento não gritar de dor.
-Não… não!! - ela se ajoelha perto de mim e me senta próximo a ela, encostando no carro.
-Eu não… eu não podia deixar aquilo se repetir de novo… - digo resistindo a dor e olhando pra ela, que estava sem reação e tentando me manter animado.
-Fica aqui! Fica comigo!! - ela me diz dando uns tapinhas no rosto.

Deslizo minha mão que estava em seu ombro até a sua cintura para pegar a arma dela.
-Isso era tudo… - engatilho a arma olhando pra ela. - …que eu queria ouvir!!!
Me viro e acerto um tiro no meio da testa do safado; acabo desmaiando no colo dela com sua arma na mão, uma Eagle .50.










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