Enquanto cruzavamos a Golden Gate novamente, Sara recebe uma ligação de Melissa, sobre uma casa dela alí. Sara com um tom de preocupação responde:
-Sim... Eu sei! - ela abaixa a cabeça. - vou sim, a chave ainda tá no mesmo lugar? Ok, tchau Mel...
-O que houve? - pergunto vendo ela ainda cabisbaixa
-Ah Fê... - ela responde cabisbaixa - a Melissa me deu a casa dela...
-E por que você está assim? - pergunto tocado pela preocupação dela - eu posso fazer alguma coisa?
-Pode... - ela me responde entrelaçando sua mão na minha - me leva logo lá... Preciso te contar uma coisa!
-Ok... - digo com a mão na manopla e engatando a 4° marcha.
Após Sara me indicar as ruas e avenidas, finalmente chegamos a casa; Ela ficava numa região tranquila a 20 minutos da cidade. Assim que eu paro o carro, Sara me pede pra entrar com ela.
-A moça da faxina deve ter ido embora a pouco tempo... - Sara diz como se ela soubesse daquilo; como se ela frequentasse ou tivesse frequentado a casa - Vem, vamos entrar!
-Sara... - digo pegando em suas mãos - me conta o que tá acontecendo meu anjo, não aguento mais ver você assim!
-Sim... - ela me diz indo até a porta que dava acesso a garagem - mas antes quero que me conte sobre esse carro! - ela abre a foto. Era a minha BMW.-Ah... Tudo bem, eu conto! - digo indo ao sofá e me sentando no mesmo; Sara senta ao meu lado, pronta pra saber... - lembra quando eu era um corredor?
-Sim, há 5 anos... - ela me responde.
-Então, depois daquela corrida eu peguei a BMW com um amigo meu, Pedro. Depois de algumas horas de viagem, paramos num posto. Eu tinha ido comprar umas batatinhas, o Pedro abasteceu meu carro e... Quando eu voltei, tinha um Corvette C6 dourado da polícia parado ali perto...
-Polícia? - ela perguntou curiosa.
-Isso amor... Ai eu...
-Amor? - ela me pergunta com um sorriso.
-Sim - dou um sorriso bobo - Voltando! Aí eu entrei no carro e o vi. Eu acelerei dali e ele veio atrás de mim como tinham ido antes...
-Antes? - ela pergunta novamente.
-Sim... Aquele carro era e sempre foi proibido nas ruas e estradas, e a polícia pegava no meu pé quanto a isso.
-Tá, mas o que eu realmente quero saber é: esse carro ja tinha sido apreendido. Algumas semanas depois ele sumiu... Você teve algo a ver com isso?
-Sim... Eu a roubei de volta!
-Como? - ela me pergunta surpresa.
-Bem, eu pulei o muro da delegacia e reparei rapidamente o radiador com fita isolante e massa epóxi... Isso segurou o tranco. Eu abri o portão e acelerei, o alarme tocou e eles mandaram 32 viaturas atrás de mim.
-Aquelas que foram esmagadas? - ela pergunta.
E eu fui contando os mínimos detalhes de como eu havia me livrado das viatutas; resolvo fazer um café pra nós, mas continuo contando a história. Ela escutava atentamente cada detalhe.
-Ai você chegou até a cidade mais próxima? - Sara diz incrementando a minha história.
-Isso, lá quase fui preso - digo lembrando-me da história - só não fui porque corri. Alguns policiais tentaram me pegar, mas eles eram meio gordinhos. E eu fazia e ainda faço parkour, então...
-Você roubou um carro e fugiu pro Texas... Onde você sofreu o acidente e ficou em coma, né?
-Isso... Eu me lembro ainda - falo pausadamente.
-É que eu havia puxado seu histórico criminal, por isso as perguntas... -
-Engraçado, a polícia nunca veio atrás de mim depois daquilo. Acho que é porque...
-Porque eu apaguei o seu histórico criminal! - Sara responde.
-É você apa... APAGOU?? - pergunto surpreso.
-Sim. Eu não podia deixar que te prendessem por isso... Eu trouxe ela pra cá! - ela me diz indo até a porta e abrindo-a - olha embaixo da lona...
Eu a puxo e lá estava ela... Empoeirada, com os pneus murchos de tanto tempo parada.
-Aaah... Minha outra menina! - digo sorrindo e olhando pra Sara.
-Que? - Sara pergunta.
-Você e ela... - digo tocando o para-choque traseiro dela.
-Ah... Amanhã damos um trato nela! - ela me diz se abaixando e ficando ao meu lado.
-Eu... E..eu... Vou ver o radiador! - digo nervoso pelo olhar que ela estava me dando.
Abro o capô e vejo as fitas e o epóxi ainda lá; Sara pega em minha mão e me olha, eu a olho fechando o capô e me sentando em sua ponta.
-Olha... Eu... É... V-vamos falar disso lá dentro? - pergunto nervoso.
-Tá... - Ela me puxa até o sofá e se senta bem perto de mim - você tem que saber como ela veio parar aqui: eu tinha puxado seu histórico antes de apagá-lo, e vi que estavam pegando muito no seu pé quanto a isso e por isso apaguei, fui até aquela cidade e consegui acesso aos carros apreendidos; depois daquilo, inventei uma desculpa pra sair com ele. E deu certo até ser parada na interestadual...
-Você...
-Amor, me deixa terminar logo tá? - ela me pede.
-Ok... - respondo boquiaberto; eu precisava falar... Pedir a ela, aquele era o momento.
-O policial me parou e fez os protocolos; o outro policial desconfiou do modelo do carro, e quando ele puxou a placa - ela me diz - Ele havia descoberto meu plano. Eu arranquei dali, e eles dois vieram atrás!! Eu consegui despistá-los e foi fácil até... Liguei pra Melissa e perguntei sobre uma das casas dela, ela me indicou essa, que é a que ela não usa muito; guardei ela tem 5 anos!
-Você... Arriscou seu emprego por mim? - pergunto admirado.
-Faria tudo de novo por você! - ela me diz.
-Mas é o histórico dela? - digo olhando pra porta da garagem.
-Eu apaguei também! - ela me responde colocando suas mãos em meus ombros - mas... O que você queria me dizer?
-Quer namorar comigo?? Eu... Eu não sou a melhor pessoa, eu sei mas... - pergunto extremamente nervoso.
-Que? Você é uma excelente pessoa! Se acalma, tá? - ela responde chegando perto.
-Você aceita? - pergunto acariciando o rosto dela. Ela me beija e pergunta:
-Está respondido?
-Sim, está... - Digo ainda beijando-a; deitamos no sofá e continuamos nos beijando. Algum tempo depois acabamos dormindo ali mesmo; acabo despertando no meio da madrugada e começo a acariciá-la em seu rosto e cabelo... Ambos maravilhosos, assim como ela; ela lentamente desperta também e com voz de sono pergunta:
-Que horas são?
-Não sei amor! - digo olhando em seus olhos.
-E por que estamos aqui e não na cama? - ela pergunta se levantando - vamos!
-Vamos! - respondo bocejando.
Subimos as escadas e antes de entrarmos no quarto, eu cutuco ela no ombro; a mesma se vira e eu roubo um beijo dizendo:
-Eu te amo!
-Eu te amo também! - ela diz abrindo a porta do quarto e deitando-se na cama. Acabamos dormindo de novo de tanto sono.
Poucas horas depois, ela acorda e se levanta fazendo o mínimo pra não me acordar, mas eu tinha o sono leve.
-O que você faz acordada amor? - pergunto com voz de sono.
-Vou na cozinha, tá? - ela responde fazendo uma voz fofa e acariciando meu cabelo, me fazendo cair no sono novamente.
-Dorme bem tá? Eu te amo! - ela diz beijando minha testa. Ela fica ali até eu dormir. Posso ouvir ela descendo as escadas; aquela altura já tinha perdido o sono. Me sento na cama e olho para o lado. Começo a pensar em Sara... Vinte minutos se passam e eu resolvo descer para a cozinha, olho a porta da garagem entreaberta. Na mesa, uma garrafa de café com um pedaço de papel escrito: "tome um pouco e me encontre na garagem… eu te amo!"
-Ah... Como eu te amo Sara! - sussurro enquanto colocava uma xícara de café e indo em direção a garagem - Sara?
-Oi amor? - ela me responde.
-Você... Limpou ela? - pergunto a Sara.
-Sim, quanto aos pneus eu...
-Amor, obrigado! - digo lhe dando um abraço.
-De nada amor! - ela me responde - onde vamos encher esses pneus?
-Não se preocupe, eu cuido disso - digo acariciando seu rosto - já está na hora de se arrumar, não?
-Verdade... Eu já volto! - ela me dá um selinho e corre pro quarto; eu pego a chave de roda e vou desparafusando roda por roda. Depois que as desparafuso e começo a tirá-las, Sara bate na porta e entra.
-E aí? Como eu estou? - ela pergunta e a olho me levantando; ela usava uma calça preta rasgada nos joelhos e coxas, com uma blusa de moletom preta... A MINHA blusa de moletom.
-Eu... E-eu... - embaralho as palavras.
-Você?... - ela pergunta.
-Você tá maravilhosa! Maravilhosa não, uma deusa! - a elogio.
-Obrigada... Nem é pra tanto assim, vai? - ela diz meio sem reação.
-É pra tanto sim!! Meu Deus do céu!! - digo indo até a sala e pegando a chave do Alfa Romeo; paro de ré perto do portão da garagem pra colocar os pneus no porta malas. Só couberam dois.
-Posso dirigir até lá? - Sara pergunta.
-Pode, pode! - digo meio pensativo e arrumando um jeito de enfiar todos os pneus do carro lá, já com raiva os tiro e guardo de volta na garagem.
-Não couberam, né? - ela pergunta percebendo minha expressão de raiva.
-Pois é... - digo tentando me acalmar.
-Vamos então! - ela diz arrancando e indo em direção a cidade; ela resolve me impressionar e começa a andar mais rápido, e dá certo!!
-Sabe o que é traçado? - pergunto mais calmo.
-Mais ou menos... - ela responde.
-Lembra de alguma corrida, em como eles faziam as curvas? - pergunto.
-Aaaah! Saquei! - ela diz engatando a 3° marcha, reduzindo e fazendo a curva no traçado perfeito.
-Essa é minha garota!! - digo acariciando o rosto dela.
Após incríveis 8 minutos, chegamos a cidade. Ela para em um McDonald's e pega alguns lanches; aquele seria um belo café da manhã.
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Race To The Danger 2
General Fiction5 anos depois... após uma operação mal - sucedida encontro o Mafioso, no norte de San Francisco. O que esperar desse encontro surpreendente entre eles? *Sujeito a alterações*