Oie! Como vão? Espero que muito bem!
Bem, dia 28 chegou finalmente e aqui estou eu com o primeiro capítulo para vocês!
Por ser o primeiro, hoje ele esta um pouco pequeno do que meu costume, mas é para nós conhecermos a rotina da nossa amada Nina.
Como eu havia falado sobre dia de postagem, vou continuar com uma vez na semana e quem sabe eu solte dois de supresa durante a semana hahaha.
É isso, espero que gostem, votem e comentem!
Beijos da tia Ana❤
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Sexta feira - 5 de junho de 2020
A brisa fresca do mar bateu em meu rosto, me fazendo suspirar fraco e observar o enorme oceano a minha frente, a praia estava vazia, ainda mais pelo horário e hoje estava um clima mais que agradável, o calor sufocante havia dado um tempo, ajeitei meus cabelos que ficaram bagunçados pelo vento, olhei o relogio em meu pulso e ainda tinha 20 minutos antes de voltar a trabalhar.
Vim na praia me faz pensar, pensar nas escolhas que eu fiz na minha vida, pensar em como tudo deu tão errado e ao mesmo tempo tão certo, como uma coisa que eu jurei que seria minha destruição, foi a minha salvação.
Aurora, esse era o nome da minha salvação, esse era o nome que eu havia tatuado em minha costela, é meu porto seguro, é meu oxigenio, é o coração que bate em meu peito, era por ela, sempre vai ser.
- sabia que ia te achar aqui - a voz de Jules me fez erguer a cabeça e vejo minha amiga, andando na minha direção com enormes copos de refresco diretamente do Starbucks, me entregou o rosa e se sentou, tomando o laranja - o que tanto pensa?
- o de sempre - respondi simples, enquanto observava as gaivotas voarem para imenso céu.
- não seja tão melancólica Neens - minha amiga disse e eu sorri fraco - quatro anos e ainda tem os mesmo sentimentos
- impossivel não ter - falei olhando ela agora, que revira os olhos e eu respiro fundo.
Dor, magoa, rancor, é isso que sinto todos os dias, desde que eu descobri sobre a minha gravidez, era a mágoa de ter sido rejeitada pelo homem com quem me relacionei, era dor sobre como meu pai me tratou como um cachorro sarnento ao descobrir sobre a gravidez, rancor pela minha mãe ter permitido que ele fizesse o que fez, me jogar na rua sem ver onde.
- eu não vou falar mais nada, porque é o mesmo discurso de sempre - disse completamente impaciente - você precisa tirar isso de dentro de voce, pra ontem! Não vai te levar a lugar algum Nikolina - falou simples e se ergueu - eu vou ir buscar a minha afilhada na creche, vamos comprar besteiras para comer e te esperamos em casa as seis em ponto para assistir Monstros S.A
- ah! De novo?
- sim Nikolina e não reclame, as seis - disse agora beijando minha testa e saiu, tomei mais um gole do refresco, puxando agora meu celular e olhando a data, a data, onde exatamente a quatro anos, minha vida virou de cabeça para baixo, onde eu tive que deixar de ir para a faculdade e começar a comprar roupas infantis, mas, quando meus olhos focaram na imagem atras dos números, eu sorri, ao ver minha filha sorrindo para a camera, abraçada em uma boia na beira da piscina da casa dos país de Jules.
- eu te amo tanto - falei baixinho, ja imaginando eu chegando em casa e a agarrando, enchendo ela de beijos e abraços, inalando seu cheirinho doce enquanto ela fala animadamente sobre seu dia com a dinda, com esse pensamento, me ergui e fui em direção ao enorme calçadão, logo atravessando a rua e entrando na principal para meu local de trabalho.
(...)
O dia foi movimentado, muitas pessoas de fato adoram sorvetes e no final do dia, eu ja estava vendo sorvete onde não tinha, mas, a gorjeta de hoje foi cheia, eu fiz quase cem dolares em gorjeta, obviamente depois de sozinha eu preparar casquinhas para uma turma de 30 crianças, era o minimo que eu poderia receber, virei a tia Nina por quase uma hora nessa brincadeira toda, mas, eu amo crianças e elas não me deram trabalho e sim muitas risadas, ja imagino Aurora com seus seis anos, vai ser mais faladeira do que é possivel.
- minha mamãe - todos os pensamentos ruins que eu tinha sobre esse dia, foram pelo ralo junto com minha tristeza, ao ver os cabelinhos escuros de Aurora vindo na minha direção, de braços abertos e um sorriso enorme, eu me abaixei e sorri, abrindo meus braços e pela se jogou contra meu corpo, minhas pernas protestaram pela dor do dia puxado quando me ergui a segurando, mas, não a soltei.
- oi minha princesa - digo sorrindo para ela enquanto encho seu rosto de beijos e ela solta mais uma risada gostosa e me aperta.
- eu senti muitas saudades - ela fala, por mais que tenha apenas três anos, a dicção de Aurora é quase perfeita, muito dificil errar ou embolar palavras, eu e Jules sempre usamos o vocabulário perfeito quando ela estava conosco, justamente para ela não ter dificuldades - eu e a dinda jea iamos começar sem voce!
- iam mesmo me abandonar?
- e tem duvidas? - a loira surge de pijamas e um pote de sorvete em mãos, fiz um gesto obceno para ela pelas costas de Aurora e ela riu - minha picolezinha, o que acha de ir pegar o gatinho para assistir o filme? - ao falar isso, minha filha saltou do meu colo e correu para seu quarto para ir atrás da sua pelucia.
- sinto que minhas pernas vão me deixar na mao - falei, tirando minha calça e a jogando no canto, tirei a blusa de manga ficando com a mais fina e me joguei no sofá
- nem me fala a Suzy me deixou doida hoje de manha - minha amiga reclamou e eu a olhei fazendo uma careta e ela fez igual, me fazendo rir e a minha filha volta segurando a pelúcia do Sullivan e se joga entre nós duas, para iniciar o filme.
A noite a dentro com as meninas foi meu remédio para curar aquela dor, daquele dia em específico, onde eu perdi tanto em tao pouco tempo, um trauma onde eu não sei por onde curar. Por mais que ainda sinto na pele e engula tudo, aos poucos, bem aos poucos a dor vai sumindo, lentamente.
Deitei Aurora em sua cama e a tampei com um lençol mais fino pelo calor, encostei a porta e entrei em meu quarto, ligando a luz apenas para achar meu carregador e colocar o celular para carregar, desliguei a luz e caminhei ate a pequena varanda, o vento ainda fresco como o do dia me abraçou, acalmando meus batimentos e pensamentos, fechei os olhos e fiquei alguns segundos assim, ate abrir e observar o mar, era minha coisa favorita da vida, olhar o oceano e sentir a brisa, era um calmante que funcionava por um tempo.
E por mais que eu seja lembrada todos os dias pela vida que eu sou apenas uma vendedora de sorvete, eu não tenho arrependimento, saber que eu vou chegar em casa e receber o melhor abraço do mundo e receber muitos beijos de Aurora, tudo vale a pena, minha vida sem ela hoje não faria mais sentido, lutei por ela com dentes e unhas. Isso me custou perdas, mas aprendi que não temos nada para sempre, podemos fazer planos, para um futuro bem distante mas não significa que vai acontecer. Olhei as estrelas e pedi, baixinho, apenas comigo, para que um dia, esss dor saia de meu coração, que eu consiga ter a alegria que eu tinha quando era apenas uma garota sonhadora.
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Continua?
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My Precious Aurora
FanfictionO destino é uma enorme tapeçaria, que liga não só uma, mas várias pessoas, as pessoas vem e vão, assim como os fios que se enrolam no enorme e longo destino. Ser parte de uma tapeçaria mostra que as vezes, quando menos esperamos, as coisas podem mud...