•Capítulo 11•

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Estava dormindo em um dos quartos separados que Kai havia deixado para nós. Já de manhã, Kai nos acorda aos berros, jogando em minha direção um pacote completamente embalado. 

- Já tem que me acordar assim logo cedo? - retruquei, fingindo estar bravo com Kai - O que é isso?

- Seu uniforme de xerife, se vista - respondeu ele saindo do quarto - Vou te levar até lá.

Pego o pacote que Kai havia jogado em minha direção. Meu distintivo estava reluzindo, e ainda tinha Parrish cravado. A roupa estava completamente nova e junto dela havia um rádio comunicador. 

Tomo um banho rápido, secando os cabelos e vestindo a roupa rapidamente. Era assustador como a roupa ainda servia perfeitamente, depois de tanto tempo.

Ao sair do banheiro, Kai entra no quarto, já fardado com a roupa de policial. 

- Vem tomar café, vamos - respondeu ele - Nada mal Jordan, pra um xerife que está voltando a ativa - disse ele me dando tapinhas no ombro.

- Não seja palhaço, Kai - brinquei - Vamos.

Desço do primeiro andar acompanhado de Kai, que logo foi na frente para cumprimentar Katherine. A mesa estava repleta de pães e bolos, os mais derivados tipos, para nosso café da manhã.

- Bom dia Katherine - falo num tom animado, acenando para ela.

- Bom dia Jordan - respondeu ela, me mandando um sorrisinho de volta - Bom dia para você também Kai.

Tomamos o café da manhã em silêncio. Esse havia sido o primeiro dia que eu estava comendo algo decente, desde que eu sai daquela prisão. 

Acabamos de tomar café, e Katherine foi a primeira a se retirar da mesa. Era impossível não reparar o quanto ela estava encantadora. Conforme ela ia se dirigindo a porta, seus cabelos ruivos balançavam no ritmo dos seus passos, e sua bota de couro fazia barulho no carpete. 

- Tchau meninos, vejo vocês mais tarde - falou ela, abrindo a porta para sair.

- Só lembre de voltar antes do anoitecer como o combinado - respondeu Kai - Não queremos ser descobertos.

- Claro - mandou ela - Até mais! 

Ao se retirar pela porta, Kai soltou um suspiro, se estirando na cadeira.

- Céus... - disse Kai - Katherine nunca aprende.

- O que aconteceu? - perguntei, curioso - Ela parecia saber o que fazer, afinal creio que ela deve ter ficado um bom tempo aqui.

- Sempre no horário da noite tem o toque de recolher. Policiais armados com cães de guarda fazem a vistoria nas ruas todas as noites, e em um dia, Katherine quase foi pega. Eu a salvei, dizendo que ela era minha prima que veio me visitar - suspirou - Mas foi por pouco.

- Ela sempre foi mandona, quer ser dona de si. O que podemos fazer por ela? - perguntei preocupado.

- Vamos ficar de olho nela. Só tome cuidado - Disse Kai me olhando nos olhos - Não quero perder vocês.

Assenti para Kai, que na mesma hora deu um tapinha no meu ombro, de forma amigável.

- Temos que ir - falou Kai - Vou te levar até o departamento.

Fomos no carro de Kai, conversando durante todo o caminho, e pensando sobre como iriamos fazer para deter Charles e seu plano de guerra. Me despeço de Kai dando um tapinha no seu ombro, seguindo adentro para o departamento. 

As coisas não haviam mudado muito desde que eu estive preso. Ao me adentrar na porta principal, todos os olhares se voltaram para mim. 

- Parrish? - disse uma voz familiar - Você está vivo! - me viro para ver quem era, e para minha surpresa era o Xerife Stilinski. Jamais imaginei que seria recebido dessa forma.

- Xerife! - retribuo o abraço - Quanto tempo. Eu estou vivo sim - brinquei - Quanto tempo eu fiquei fora? 

- Faz quase 2 anos - disse ele, mudando seu semblante - todos do departamento acharam que você estava morto - suspirou.

- Não foi nada demais - suspirei, pensando no que Kai havia falado ontem - Estive muito doente. Não queria ver ninguém - minto 

- Oh céus, Jordan - exclamou Stilinski - está se sentindo melhor para voltar ao trabalho? 

- Estou me sentindo melhor do que nunca! - bradei, fazendo continência - o bom e velho Parrish está de volta, senhores! 

Todos do departamento riam com as brincadeiras. Era bom estar de volta ao trabalho depois de passar quase 2 anos fora. 

O dia seguiu normalmente. Stilinski havia deixado várias papeladas para poder investigar, como eu fazia nos velhos tempos. 

- Houve um desaparecimento em Green Bay. Os moradores acreditam que seja alguma criatura estranha, sem identificação - disse Stilinski, entregando mais uma remessa de papéis sobre minha mesa - Pode verificar para mim, Parrish? 

- Claro xerife - digo pegando a papelada em suas mãos - Criatura estranha? - pergunto

- Alguns relataram que seria um lobo, mas a criatura fugiu sem deixar rastros - respondeu - Conto com você. 

Assenti, pegando meu distintivo saindo pela porta da delegacia logo em seguida. Sigo rumo a Green Bay, observando o trânsito, tomando cuidado para ser discreto. Não sabíamos onde Charles estaria.

Chego ao local em poucos minutos. O cheiro daquele local me enojava. Havia uma faixa de proibido passagem, onde eu a avanço. ligando minha lanterna para averiguar o local.

O cheiro do local era como se fosse de algo recém queimado vivo. Por várias partes da casa, havia marcas na parede igual as de um lobo. Faço uma checagem rápida em minha bolsa, erguendo um Luminol para verificar se havia presença de sangue.

Sem presença de sangue, também verifico se houve alguma presença de digital no local do crime. 

- Sem presença de digitais, isso está me cheirando mal - disse a mim mesmo. Me pergunto se isso teria sido obra de Grish ou de Charles para tentar me pegar em alguma armadilha. 

- Jordan? - chamou uma voz feminina familiar - Você por aqui? 

- Ayla? - retrucou ele, surpreso - Eu que pergunto, o que faz aqui? Isso é uma cena criminal.

- Eu sei bobinho - respondeu ela - Kai me mandou aqui. Ele suspeita que seja algo tramado. Verificou se havia alguma presença de digitais?

- Nada - suspirei - Apenas sinto um cheiro muito forte, como se algo tivesse queimado. Não sente esse cheiro? - andei um pouco até na porta tentando sentir de onde vinha o cheiro. - Aqui.

Ayla foi ao encontro de Jordan, e no mesmo momento cobriu seu nariz. O odor estava muito forte naquele local. 

- Céus! Que cheiro horrível! - exclamou Ayla com a mão no nariz - Jordan, vamos vasculhar o terreno lá fora. Parece que, seja lá o que foi queimado, enterraram nesse quintal.

- Certo, eu vou vasculhar aqui essa área da frente e você a dos fundos - aponto para a região onde eu iria olhar - se achar algo me chame.

Ayla assentiu e fomos vasculhar o local. Seja lá o que fosse, estaria pronto para poder levar ao departamento e solucionar essa cena do crime. 


THE HELLHOUND { REESCREVENDO }Onde histórias criam vida. Descubra agora