Capítulo 11 [2020]
É como diz a lei de Murphy: Tudo o que pode dar errado, vai dar errado.
Aproveito que todos estão ocupados e absortos demais observando Jeongguk, puxo Jimin pelos pulsos e vou com ele até a lateral do colégio, sem ser visto por ninguém. Em silêncio, subimos as escadas da parte do Ensino Fundamental e entramos no imenso corredor que dá para as salas de aula.
— Corre!— digo, sem perder tempo e acelerando meus passos, deixando minha mochila em algum canto qualquer para que o peso não me atrapalhe. Jimin faz a mesma coisa e me segue.
Assim que chegamos ao final do corredor, trombamos os dois com o corrimão das escadas que levam para os andares superiores e subimos os degraus ofegantes, sem fazer uma pausa sequer.
No terceiro e último andar, empurro com força a porta da sala de aula da oitava série e corro diretamente para a janela.
Ao abrir o vidro, respiro fundo pela primeira vez, limpando o suor que começara a escorrer pelas minhas têmporas. A iluminação verde do céu me atinge em cheio, e desvio minha atenção para os alunos no térreo. Todo mundo está longe, perto da parte do Ensino Médio, ainda observando Jeongguk, acredito. Agradeço por isso e me apoio no parapeito, segurando com firmeza em todo canto que minhas mãos alcançam.
— Você não precisa vir junto se estiver com medo, Minnie, é perigoso— digo quando percebo a palidez no rosto do meu melhor amigo ao segurar a barra da janela.
— Eu já viajei no tempo e fugi de robôs, seu panaca— ele ri— Isso aqui não é nada.
Apoio os pés no parapeito e seguro a primeira telha que aparece em cima da minha cabeça, decidido a não olhar para baixo.
Jimin segura meus pés e os empurra para cima, e eu subo no telhado sem muitas dificuldades. Deito na superfície suja e estico o braço para ele segurar. Puxo o seu corpo com o máximo de força que eu consigo e suspiro aliviado quando ele cai em cima de mim.
— Pode abrir os olhos, cagão.
Empurro ele de cima do meu corpo e me levanto, tirando o casaco e amarrando-o na cintura.
Esse calor ainda vai me enlouquecer.
— Jeongguk!— avisto ele de longe, sentando em cima de um tapete esquisito vermelho na outra ponta do telhado.
— Jeongguk!— Jimin grita.
— Tae! Jimin!
— Puta que la merda, é ele mesmo— Jimin estapeia a própria testa.
Óbvio, penso.
— Achou que era quem?— pergunto, correndo sem antes ouvir uma resposta.
Sento ao seu lado assim que chego perto o suficiente, jogando-me em seus braços e enfiando meu rosto na curvatura do pescoço dele.
— Guk...
— Oi, Tae.— Ele segura minha nuca com uma das mãos e faz um carinho curto ali antes de eu me afastar.
— O que aconteceu com você?— seguro seu rosto e o analiso com atenção, apenas para ter certeza de que não está faltando nenhum pedaço.
— Como assim?— ele ri quando eu desço os toques por todo o seu corpo, apalpando os ombros, as pernas, conferindo se a quantidade de dedos das mãos está correta e fazendo ele abrir a boca apenas para eu ter certeza de que ele não perdeu nenhum dente.
— Como assim "como assim"?— Jimin pergunta, simulando aspas com os dedos— Você sumiu, garoto.
— Eu saí pra me distrair um pouco... Olha o que eu achei— apontou para o tapete.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Nostalgia ➟ taekook
FanficApós o desaparecimento de Jeongguk, Taehyung passa anos de sua adolescência se dedicando a construir uma máquina do tempo para descobrir o que havia acontecido com o seu amor de infância. Mas um pequeno erro não calculado levou todas as memórias do...