Duas semanas já haviam se passado desde que os bruxos foram enviados à casa de repouso e cada dia era pior que o anterior.
Hermione tinha desaparecido pelos corredores com Margie para fazer seja lá o que for enquanto Draco foi mandado para retirar todas as cortinas dos quartos que seriam lavadas no dia seguinte.
Em todos os quartos anteriores haviam fotografias de familiares, flores, objetos pessoais, mas esse último quarto era diferente. Havia duas camas, mas apenas uma estava feita. Uma jarra de água com um copo dividiam a cômoda com um abajur. Havia também ferramentas e tintas e vários brinquedos de madeira espalhados sobre uma mesa.
O bruxo colocou os panos que carregava na cama desocupada e subiu em uma cadeira para alcançar a cortina quando uma voz surgiu da porta.
— Meu amigo – Draco não precisou se virar para saber quem era.
— Não é um pouco velho para ter tantos brinquedos?
Oliver desatou a rir.
Ele ri demais.
— Muita gentileza sua me chamar de 'um pouco' velho. Vejo que hoje está de bom humor, uh?
— Sim, estou em maldito êxtase! – o bruxo respondeu com sarcasmo.
— É, dá para notar – sr. Oliver se sentou na cama.
As cortinas foram retiradas e o sonserino considerou ir embora, mas imaginou que se enrolasse um pouco ali podia se livrar de outro serviço tedioso. Se virou para o idoso que o encarava curioso.
— Dorme sozinho aqui então? – uma tentativa fraca para uma conversa. Se Oliver percebeu, ele não se importou.
— Sim, fico aqui sozinho desde que cheguei, há 5 anos.
— E por quê?
— Ora, sr. Malfoy, começo a pensar que não presta atenção nas nossas conversas. Eu te já disse. As pessoas aqui não gostam de mim.
— Por que não? – Draco perguntou sem se abalar.
— Eu respondo suas perguntas se responder as minhas – o bruxo deu de ombros derrotado. – Muito bem, as pessoas geralmente ficam longe de mim porque não gostam de... ex-presidiários. – Oliver disse pausadamente para estudar a reação do bruxo.
Draco ficou calado por uns instantes. Não conseguia decidir se o velho falava a verdade ou se estava apenas caçoando dele. Antes que pudesse responder, Thereza, a cozinheira, apareceu com água para repor a jarra da cômoda e arrastou o bruxo de volta para a cozinha.
***
A seringa na mão de Hermione estava firme quando a enfiou da veia da doce senhora que permaneceu imóvel.
— Está vendo? Não foi tão difícil, foi? Excelente trabalho, meu bem – Margie sorriu para ela. – Depois que virar uma medica renomada pode dizer a todos que fui eu quem lhe ensinei a achar uma veia.
Margie era enfermeira aposentada que ensinou Hermione com a maior boa vontade depois que a bruxa lhe pedira. Ela tinha sido uma profissional maravilhosa, e reclamava que a maioria dos colegas não sabia achar uma veia, e ficava picando diversas vezes os pacientes, já debilitados, sem necessidade. Fizera a bruxa ver a aplicação várias vezes até que hoje passou a seringa para mão dela.
As mulheres seguiram de volta para cozinha onde Draco e a cozinheira se encontravam. O bruxo cortava batatas na mesa e tinha as mangas arregaçadas. Hermione hesitou por menos de um segundo, mas Draco notou. Ela viu a Marca. Ele a encarou como se a desafiasse a dizer alguma coisa, mas a bruxa simplesmente virou o rosto.
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Wonderland (Dramione)
Fiksi PenggemarApós formado, Draco é enviado para Universidade de Oxford, no mundo trouxa, como expiação pelos seus crimes. Lá encontra Hermione Granger cursando Medicina. Poderiam os bruxos aprender a conviver?