Normalmente deveríamos carregar uma mochila com suprimentos e nossos itens, mas isso aumentaria nosso tempo nas viagens por carregar bagagens assim. Ainda bem que temos alguém que lida com magia, Pandora, capaz de armazenar qualquer item em algum lugar que somente ela tem acesso. Como ela faz isso? Eu não sei. Único detalhe que tenho conhecimento é que essa habilidade se limita a coisas que ela tenha visto, e por isso tivemos que ir atrás daquilo para Olívia e acabamos entrando em confronto na escuridão de um beco, no início da noite de ontem.
Outra vantagem de ter Pandora no grupo era sua habilidade de teletransporte, capaz de nos levar em instantes para qualquer lugar. Em contrapartida seu uso demanda grande energia da maga arqueira, fazendo com que seja necessário um tempo de descanso. O local para onde ela nos mandara em Toledo era bem tranquilo, se considerado que o dia ainda estava amanhecendo. Um pequeno raio de sol começava a iluminar entre pequenos prédios antigos, diria que estamos em uma zona um pouco afastada do centro da cidade. As construções pareciam conservadas e o tom marrom e bege era predominante naquela rua em que estávamos, com um prédio de cinco andares se destacando na cor marrom um pouco mais a frente.
Ao olhar do outro lado da rua, ainda na calçada vazia onde tínhamos parado, era possível ver algo escrito em uma placa, em um estabelecimento comercial em detalhes de blocos antigos e avermelhado.
- Grekus restaurant? Perguntei.
- Olha do lado, naqurla escada para o segundo andar. Respondeu Olívia com uma voz meio fraca
Havia uma escada do lado daquele restaurante, e uma pequena placa descrevia que subindo aquilo estaríamos no Attic on Adams, o bar onde encontraríamos ao anoitecer Annelise, Santana, Stacy e Scott, como informado por Miau. O dia estava apenas amanhecendo, seria uma longa espera por esse momento, então a melhor decisão era encontrar um lugar para nos abrigarmos até o momento certo, e o prédio marrom de cinco que com certeza alugavam quartos era o melhor por enquanto. Várias saídas, próximo ao bar e com janelas que davam vista direta ao local.
Ao chegarmos naquela espécie de hotel de duas estrelas logo nos acomodamos em um quarto que ficava no segundo andar, em especial Olívia que já conseguia se manter sentada e com seu corte aliviado graças a Benito que amenizava a dor com suas sombras durante a noite. Após alguns minutos de silêncio pelo quarto, resolvi quebrar o gelo.
- Talvez seja bom eu dar uma olhada pelo bairro...ver como é sabe, se precisarmos fugir
Pandora me olhava erguendo uma sobrancelha enquanto queria abrir um pequeno sorriso, como se dissesse que sabia exatamente o que eu queria. Passamos tempo o suficiente juntos em missões para ela saber que eu não gostava de ficar parado, aquele quarto silencioso me mantinha em agonia por dentro. Precisava andar e me mover ou não aguentaria até de noite.
- Certo, mas tenta não ser tão você. Um pouco de cuidado pode ser bom.
Enquanto me dirigia a saída após ouvir Pandora, a voz de Olívia foi ouvida antes que eu partisse.
- Tenta não se matar ou não ser tão irresponsável como sempre.
Acenei a mão com um sinal de joia para ela achando engraçado sua preocupação e sai do local logo antes que me impedissem. Não era algo legal deixar as duas assim, logo quando Benito sumiu e deveríamos ficar juntos contra aquelas pessoas, ou os seres escuros disformes. Por saber que Pandora poderia se teleportar caso algo desse errado, ou Olívia abrir portas que conectavam-se entre locais, ficava com menos peso na consciência.
Aquele bairro de subúrbio, na cidade de Toledo, estava começando a acordar. Carros se enfileiravam pelas ruas, mas com fluxo de movimento constante e que não parecia que no centro poderiam manter essa velocidade. Crianças iam para a aula, o que parecia pelas roupas que usavam. Andei com calma pelas calçadas daquele lugar, usando a touca da blusa azul escuro e atento a qualquer sinal de perigo. Possuía os reflexos treinados para isso, falhava as vezes, mas era bem útil em muitas situações.
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A última relíquia
FantasyO local onde costumavam chamar de lar havia sido destruído por seres que começaram a surgir aos poucos, mas se multiplicaram em um pequeno espaço de tempo servindo um ser primordial tão velho quando nosso próprio mundo, ou qualquer outro existente...