A visão que tinha era novamente a chegada as portas de nosso lar. Ao meu lado estavam Pandora e Olívia, costumávamos sair muito em missão nós três, trabalhávamos bem assim. Era noite e o clima gelado, a trilha que seguíamos quase oculta em meio aquela mata. A única fonte de luz que tínhamos ali era uma pequena esfera de fogo que fazia em minha mão, que só era capaz quando tinha Miau, o corvo de fogo, próximo a mim. Ele estava em meu ombro enquanto seguíamos a trilha. Pandora mantinha uma pequena esfera emitindo uma luz branca alguns metros a nossa frente, como garantia de não sermos pegos desprevenidos.
Finalmente chegamos na entrada daquele lugar, duas grande colunas de mármore cinzas que passariam despercebidas por pessoas normais, mas era algo que nos ajudava a manter nosso lar em segurança e oculto. Ou era o que pensamos. Atravessamos as duas colunas entrando no local e o que vimos era um cenário caótico. Uma grande casa, a maior do local, estava totalmente em chamas. Diversas concentrações de fogo se espalhavam pela área próxima de onde ficavam todos os dormitórios. Aquele acampamento se dividia de forma organizada em áreas próprias para dormitórios, alimentação, arena de treinos e uma sala de simulação subterrânea, uma forja onde os mais inteligentes da engenharia e mecânica trabalhavam e criavam diversos itens, entre eles Vergil Lours. Ele era o responsável pela segurança do local, mas todos seus sistemas aparentemente falharam, apesar de vir aperfeiçoando a cada dia mais. Isso era algo que somente alguém que conhecia os sistemas e tivesse grande poder poderia burlar.
- Olhem! Olívia disse apontando para o céu.
Pandora e eu olhamos na direção e o que vimos era um péssimo sinal. Aquilo significava que as coisas estavam realmente mal. Pelo céu do local, duas feras gigantes sobrevoavam lançando sopros poderosos contra uma onda de soldados que usavam armaduras prateadas. Um disparava chamas tão intensas que derretiam as armaduras e quem estivesse dentro dela em questão de segundos. O outro causava um congelamento em massa ao sair um sopro completamente branco glacial em direção a inimigos que usavam uma espécie de armadura que nunca tínhamos visto antes. Usavam trajes negros com detalhes roxos, e um símbolo em formato de arco se destacava brilhando na cor roxa escura no peitoral das armaduras.
- Isso não é um bom sinal. Dizia eu as duas garotas. - Se Aria e Andrew deixaram o ódio que sentem de lado para lutarem juntos em suas formas de Dragão, o assunto é sério
- Ah você acha? Olívia rebatia em tom de ironia
- Já chega vocês dois! Vamos logo
Pandora nos dava uma ordem clara de que não era hora para discutirmos, a prioridade era ajudar na batalha. Miau se desfez em um espiral de fogo sobre meus ombros, enquanto Pandora tocava em mim e Olívia nos teleportando para o centro do local.
- A prioridade é tirar todos daqui, descobrir quem são esses dois exércitos! Pandora dizia com uma voz séria.
Ela estendeu seus braços e se formava em sua mão um arco com corda de energia, mas nenhuma aljava estava em suas costas. A garota de cabelos longos castanhos e mechas rosas puxou a corda e se formaram três feixes de energia lunar, que ao serem disparados causaram uma grande explosão em uma concentração de inimigos onde batalhavam cinco guerreiros de prata contra três de trajes negros.
- Finalmente uma batalha, sentiram falta não é?
- Cala boca Atros, tente não se matar. Olívia me repreendia mas soltava um pequeno sorriso.
A pequena garota ruiva tirou algo de seu bolso, que em um balançar de braços se transformava em uma longa foice negra de duas lâminas opostas. Ela correu em direção a um pequeno grupo de combate que parecia ter dificuldades. Dois guerreiros prateados dominavam uma garota loira que tentava criar concentrações de gelo neles, junto de uma garota asiática forçando seu arco contra um dos guerreiros. Olívia se aproximou de forma rápida e desferiu um golpe com a foice direto no peito de um dos guerreiros, em seguida balançando o cabo acertando em cheio contra a testa do outro inimigo.
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A última relíquia
FantasyO local onde costumavam chamar de lar havia sido destruído por seres que começaram a surgir aos poucos, mas se multiplicaram em um pequeno espaço de tempo servindo um ser primordial tão velho quando nosso próprio mundo, ou qualquer outro existente...