Capítulo 5

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Finlândia - Lapônia, vila de Saariselka

Em duas horas os primeiros sinais de sol iriam surgir em meio aquela noite gelada. O chão era preenchido pelo branco das neves, pequenos flocos caiam quase não visto devido a noite dessa madrugada. Pinheiros completavam a paisagem natural daquela região preservada, em uma pequena vila chamada Saariselka, na Lapônia ao norte da Finlândia. Em meio aquele branco com pinheiros na região, pequenas construções circulares estavam no solo possuindo um teto de vidro, dando uma bela vista para quem se hospedasse no local.  Estavam distribuídas em forma de fileiras, com espaços consideráveis entre uma e outra dando privacidade. Pequenas luzes roxas de luminárias iluminavam os caminhos entre as construções circulares, sendo a única fonte artificial de luz por ali naquele momento. Todas as cabanas estavam com suas luzes apagadas e seus hóspede em sono profundo naquele tempo gelado, envoltos em cobertores ao ar livre podendo admirarem o céu ao acordarem, graças aquele teto de vidro. 

No interior daquelas construções objetos simples as decoravam, o suficiente para terem conforto em sua estadia. Entre aquelas cabanas, uma luz fraca foi emitida do interior de apenas uma, sendo visível por aqueles que passassem pelo local se destacando aos olhos mais atentos devido a emissão da luz vir de um pequeno abajur. Dentro dessa cabana uma homem estava em pé próximo ao teto de vidro que se estendia como uma janela pelo lado da frente da cabana. Ele vestia botas pretas de exército, uma calça preta com cinto que possuía fivelas e detalhes de prata pura. Em sua cintura, dentro de uma bainha média, estava armazenada uma lâmina negra feita de um material letal tanto para humanos quanto criaturas, ou qualquer ser que tivesse sua pele cortada, com exceção dos próprios deuses e aqueles sete seres primordiais. Com uma camisa de manga longa de cor cinza escuro e revestimentos de couro escuro sobre ela, o homem usava uma capa de cor prata cintilante, assim como o brilho da lua refletido sobre as ondas de um mar. Ele estava com suas mãos juntas para trás observando aquele céu, usando uma máscara negra que cobria seu rosto até a altura do nariz, deixando de fora apenas seus olhos e cabelos escuros a mostra, tendo seu penteado perfeitamente arrumado para o lado. Seus olhos verde claro não se moviam da direção da janela, esperando por alguém.

No céu silencioso, um bater de asas emitiu um pequeno som ao cortar o vento. Uma ave sobrevoava aquele pequeno local de cabanas circulares. Seu corpo era completamente branco se camuflando com o ambiente, era uma coruja das neves. Para sua espécie, ela estava com um tamanho um pouco acima da média, tendo seu comprimento de um metro e vinte centímetros, além de suas garras serem extremamente mais longas do que deveriam, alcançando perto dos quinze centímetros. A coruja das neves deu algumas voltas pelo local durante alguns minutos, descendo em um mergulho rápido na direção daquela cabana onde estava o homem com sua simples luminária, sendo o sinal que a ave esperava para localizar onde poderia pousar. 

A coruja em seu mergulho passou diretamente pela janela de vidro que estava aberta. Uma pequena onda de vento gelado entrou por ali devido ao movimento da ave, movendo alguns cabelos do homem que agora parava de olhar para o céu e esticava o braço fechando a janela por onde a coruja passou, rente ao seu ombro.

- E então...Disse uma voz ao fundo do homem, onde a coruja havia pousado. - Vai se juntar a nós, Holton?

O homem na janela em vestes escuras se vira devagar, passando a mão uma única vez em seu cabelo que havia sido soprado pela corrente de ar o arrumando. Ao se virar completamente, ele poderia ver a sua frente um homem de sua altura. Ele usava uma jaqueta justa de couro marrom, sua calça era de cor azul marinho e em seus pés estava uma bota escura, perfeita para escalar uma montanha. Seu olhos eram azul claro, seu cabelo castanho e usava um penteado semelhante a Holton.

- Não o chamei para isso...apenas vim dar um aviso. Disse Holton com sua voz suave, mas com uma pronúncia de autoridade.

- Essa capa, Holton. Isso significa que ainda se lembra daquele tempo...quando damos início ao novo ciclo de nosso povo.

A última relíquiaOnde histórias criam vida. Descubra agora