A última relíquia

Capítulo 7

Itália - Campo dei Miracoli, Catedral de Pisa

Tinham se passado algumas horas desde o encontro de Prvo com Holton na Finlândia. Estava próximo do meio dia, o sol brilhava na cidade da Itália, na praça onde se encontra a Catedral de Pisa, ou seu monumento mais famoso, Torre de Pisa.

Pássaros voavam pelo céu daquele local, alguns pousavam em suas incríveis construções que ali estavam. As ruas estavam movimentadas, diversos pedestres faziam um passeio tranquilo em direção a grande praça, onde costumavam passar para admirar a grande torre junto da catedral. O calor trazia consigo um clima perfeito para piqueniques, e ali era um ótimo local para isso e famílias se reuniam preparando-se para o almoço. Era um dia calmo, diferente de dias atrás quando o Arco do Triunfo, localizado no país da França, tinha sido destruído por completo devido desastres naturais. Depois do acontecimento, muitos países começaram a visitarem seus próprios pontos turísticos famosos com medo de que suas quedas estivessem próximas, assim como o Arco do Triunfo.

Dentro da catedral um homem estava em pé na entrada.  Algumas pessoas era vistas sentadas nos assentos de madeira, outras próximas as colunas admirando os pequenos detalhes. O homem vestia sapatos engraxados, calça social cinza, e um cinto preto com fivela de uma prata escura como os ventos de um furacão. Um sobre tudo preto o cobria por cima de um suéter cinza em que sua gola estendia até o queixo. Enquanto segurava em sua mão um relógio de bolso prateado, ele parecia estar contando os minutos para algo acontecer ali, ou alguém surgir.

- Está atrasado. Disse o homem segurando o relógio. - Há quanto tempo não o vejo, Thlath.

Prvo ainda sem soltar seu relógio, erguia a cabeça olhando para a frente, estreitando os olhos contando quantos humanos precisaria esperar que saíssem do local, humanos que sequer tinham noção de tamanho poder concentrado naquela catedral. Leves passos ecoaram no chão de mármore devido as solas de madeira que Thlath usava ao chegar no local. Ele caminhava devagar até parar ao lado de Prvo.

- Quanto tempo? Perguntou Prvo, erguendo sua boina preta revelando seus olhos que no momento estavam cinza claros.

Thlath que usava uma capa negra que cobrias suas vestes por baixo, que eram compostas por uma calça social marrom escuro como a terra, e uma camisa de manga longa na cor vinho, além de seu sapato social preto que demonstrava ser de grande qualidade, provavelmente comprado por ali em alguma parada. Sapatos italianos para se usar na Itália. Ele ergueu sua cabeça olhando para a frente, o sol entrava pela porta iluminando seu cabelo castanho claro que se intensificava com os raios, com fios rebeldes que se recusavam ficarem alinhados, o deixando com um ar descuidado apesar de aparentar possuir próximo dos trinta anos.

- Thlath? Perguntou Prvo novamente.

- Ela sabe que estou aqui já. Respondeu Thlath com sua voz firme. - Já me cansei disso, Prvo. Me mate de uma vez. Não aguento ver Primis e Ped assim também.

Prvo soltava um suspiro, pegando um cigarro em seu bolso e colocando na boca. Ao pegar um isqueiro e acender o cigarro, algumas pessoas o olhavam descrentes com a atitude do homem naquele lugar. Devido a isso, a maioria se retirava do local pelo incômodo com a cena, restando apenas os dois homens a entrada da catedral. Após uma tragada, Prvo retira o cigarro da boca e o faz sair voando pela entrada sumindo em meio aos ventos do local.

- Para vencê-lo...somente nós sete conseguiríamos, Thlath. Ele atingiu outro nível. Nosso maior erro foi subestimar nosso irmão.

- Não existirá nós sete. Thlath parecia começar a ter dificuldades para falar. - Vocês precisam fazer isso, aproveite enquanto vocês três ainda possuem controle de suas consciências, Prvo. Faça o que deve ser feito.