Vivo ou Morto

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P. O. V Alice

Os raios solares entrando pela janela me faz fechar os olhos involuntariamente. Minha cabeça doía assim como o cansaço evidente no meu corpo, a cama parece tão aquecida e quentinha que não consigo nem levantar da mesma. Olho para o relógio ao lado da cama e arregalo os olhos ao ver o horário.

Duas e meia da tarde e eu ainda estou na cama. Como eu dormi tanto?

Jogo os cobertores para o lado e calço minhas pantufas de coelhos, não quis me olhar no espelho porque sei que estou igual um zumbi. O cheirinho da comida da Jody invade minhas narinas e faz meu estômago roncar em aprovação.

Chego na cozinha e vejo a mesma com um avental e uma espátula na mão. O sorriso materno em sua face não abandona seu rosto em nenhum momento.

Sento na cadeira de madeira e coloco meus braços em formado de concha para repousar minha cabeça ali.

— Por que me deixou dormir tanto? — Deito minha cabeça em meus braços na mesa e fecho os olhos.

— Você precisava.

— Você disse alguma coisa para meu pai sobre ontem? — Pergunto receosa.

— Não. Acho melhor você contar. — Ela jogou o pano de prato em seu ombro.

O prato de comida foi colocado em minha frente fazendo meus olhos brilharam em resposta.

— Ele vai ficar uma fera. — Levo uma colher de purê de batata até a boca e suspiro em aprovação.

— Não exagera.

— Cadê as meninas? — Pergunto curiosa, não tinha visto nenhuma das duas e a casa está em completo silêncio.

— A Alex está trabalhando no hospital e a Claire saiu hoje cedo de novo para o tal acampamento. — Suspirou apoiando as duas mãos na mesa. — Estou desconfiada que a Claire não está no acampamento.

— Como assim? — Franzi as sobrancelhas.

— Eu acho que ela está caçando escondida. — Admitiu frustada.

— Tentou conversa com ela?

— Não. — Confessou com uma expressão culpada. — Ela quase nunca me obedece, quando eu digo que à quero fora dessa vida.

Eu entendi o medo de Jody em relação a Claire caçar. Ela tem medo que a loira acabe morrendo em umas dessas caçadas.

Levanto da cadeira e abraço Jody, repouso minha cabeça em seu ombro.

— Você devia confiar nela, conversar com ela e explicar os seus motivos. Tenho certeza que vocês duas vão chegar em um acordo. Se não, ela vai continuar escondendo esse tipo de coisa de você. — Aconselho fazendo um carinho em sua mão.

— Obrigada, querida. — Um beijo carinhoso foi depositado no topo da minha cabeça. — Vou pensar sobre isso.

Como resposta sorrio para ela antes de voltar para a mesa. Tenho certeza que elas vão se entender.

[...]

A biblioteca da cidade está praticamente vazia. As única pessoas que estão são apenas eu e a recepcionista de idade com os óculos de fundo de garrafa. Os livros nas prateleiras fazem meus olhos brilharam de admiração. Desde pequena sou apaixonada por livros, minha mãe também era assim peguei esse gosto por causa dela a mesma sempre lia para mim antes de dormir. Eu adorava porquê parecia um filme passando pela minha cabeça que eu conseguia imaginar com riquezas de detalhes.

Uma mão foi colocada em meu ombro me dando um baita susto. Meu coração acelerou quando virei meu corpo para xingar o filho da mãe que tinha quase me matado de susto.

— Calma, loirinha. — Pedro sorriu debochado, nem sequer ligou para minha expressão raivosa diante dele.

— O que você quer? — Pergunto estridente, meus punhos estão cerrados e a raiva borbulha em cada parte do meu corpo.

— Não posso passar um tempo com você? — Ele tentou encostar no meu corpo mas acabei dando um tapa em sua mão.

— Tira a mão de mim, seu desgraçado! — Empurro seu corpo para longe, suas costas bateram na prateleira fazendo cair alguns livros no chão.

— Alice... — Murmurou receoso.

— Sem essa de Alice. — Corto de imediato. Aponto meu dedo indicador para seu peito. — Você é um mentiroso, me enganou e agora quer agir como se estivesse tudo bem entre a gente. — Ele engoliu em seco após minhas palavras. — Faça um favor para mim, some da minha vida para sempre!

— Silêncio! — A senhora do balcão com ósculos engraçado nos repreendeu. — Vocês acham que aqui é o quê? Uma feira para vocês ficaram gritando desse jeito. Calem a boca! Estou tentando ler meu livro mas com esses burburinhos não está dando.

Arregalo os olhos para seu xingamento. Pedro segurou meu pulso me impedindo de sair da biblioteca.

Tenha paciência, Alice.

Qual é a porra do seu problema? — Grito irritada, puxo minha mão bruscamente. Algumas pessoas do lado de fora nos olhavam horrorizados.

— Quer parar de gritar. — Chamou minha atenção com um tom de voz levemente irritado.

— Não! — Grito ainda mais alto.

Giro meus calcanhares para sair dali o mais rápido possível. Meu peito queimava enquanto meu coração batia acelerado. Quem aquele Imbecil pensa que é para me pedir para abaixar a voz?

Quando vou virar a esquina meu corpo foi de encontro com um muro. Minhas costelas doíam e um suspiro de frustração escapou dos meus lábios.

— Ora, Ora, Ora. O que temos aqui? — Uma voz desconhecida me fez abrir os olhos.

Um arrepio passou pela minha espinha quando vi um homem vestido de preto junto de uma mulher que tinha um sorriso diabólico nos lábios.

— Uma Winchester. — A mulher completou.

Os olhos de ambos ficaram totalmente pretos. Demônios.

— Droga. — Resmungou sentindo cada parte do meu corpo doer.

Meu coração se apertou em agonia quando apareceu Pedro no local. Como estávamos em um beco sem saída não tinha como as outras pessoas nos virem.

— Vai embora! — Grito desesperada.

Ele franziu as sobrancelhas antes de ser atingido pela lâmina. O sangue escorria pelos seus lábios, seu corpo caiu pelo chão sujo. Suas vestes brancas ganharam uma coloração vermelha por causa do seu sangue.

— NÃO! — Gritei

Minhas palavras de alguns minutos atrás vieram na minha mente. Faça um favor para mim, some da minha vida para sempre!

Pedro foi um verdadeiro escroto comigo, chorei horrores por ele e também eu queria o mesmo longe de mim. Mas jamais desejei a morte dele, em nenhum momento.

Eu preferia Pedro vivo me fazendo odiá-lo todos os dias. Do quê... Morto 

A filha de Dean Winchester | Em Pausa Onde histórias criam vida. Descubra agora