Sentimentos estranhos

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P. O .V Alice

Mesmo não querendo meu coração acabou dando um salto involuntário, um sorriso incontrolável preencheu meus lábios, borboletas se formaram em meu estômago e aquele friozinho de ansiedade me fez ficar ainda mais alheia a tudo.

Por que eu estava sentindo isso?

Fecho os olhos fortemente para espantar esses sentimentos estranhos e sensações.

- Não sabia que você tinha uma irmã? - Perguntei após ele sentar do lado da Clarita.

- As vezes ele esquece mesmo. - Ela abana a mão direita no ar como se estivesse acostumado com as atitudes do irmão.

- Assim você me ofende irmãzinha. - Pedro fingiu estar ofendido.

Seus olhos voltaram para mim, me senti sendo analisada por ele. Mesmo sem querer, senti as borboletas em meu estômago alcançarem o vôo, meu coração batia descompassado em meu peito e para piorar o brilho descontraído do seu olhar mudou para preocupação.

- O que aconteceu com você? - Sua pergunta era repleta de preocupação.

- Foi só um acidente nada de mais. - Sorrio tímida - Vou estar boa logo.

-  Parece que brigou com alguém? - Ergueu uma sobrancelha desconfiado.

Clarita do seu lado revirou os olhos para as perguntas do seu irmão.

- Para de ser chato Pedro. - O mesmo revirou os olhos dramaticamente para o comentário da Clarita.

O som de algo tocando preencheu o silêncio que se instalou, era o toque de celular da Clarita. Pela tela do celular pude ver as letras grandes escrita "Mãe" destacarem o papel de parede azul.

- Tenho que atender. - Clarita empurra o irmão da cadeira para poder passar - Já volto.

A figura de Clarita sumiu entre as mesas. O silêncio constrangedor instalou novamente na mesa, por algum motivo minhas mãos começaram a ficar suadas.

- Então vai me contar quem fez isso com você? - Pedro cruzou os braços na altura do peito, seu semblante era sério porém preocupado.

- Eu já disse, foi só um acidente. - Tentei colocar o meu melhor sorriso convincente no rosto para ele não desconfiar.

Ele impulsionou o corpo para trás da cadeira. Mordo o lábio inferior tentando não me distrair com esse simples gesto.

Droga, o que está havendo comigo?

Agradeci mentalmente quando Clarita retornou a mesa, mas seu semblante triste me deixou preocupada.

- O que aconteceu? - Pergunto quase eufórica.

- Eu preciso voltar para casa. Minha mãe precisa de ajuda para limpar a casa. A Grace faltou no serviço. - A mesma explicava sem ânimo, colocou o celular em sua bolsa rapidamente antes de murmurar um pedido de desculpas.

Então ela foi embora, deixando somente eu e o Pedro na mesa.

- Quem é Grace? - Pergunto tentando colocar normalidade no ambiente.

- A empregada doméstica da nossa casa. - Respondeu sem muito ânimo também - Eu acho desnecessário, minha mãe adora limpar a casa, principalmente na companhia da Clarita.

Franzi as sobrancelhas não entendendo mais nada daquele assunto.

- Meu pai. - ele continuou o assunto - Ele acha que precisamos desses tipos de luxo. Até eu me convenci disso, pensei que tinha que ser igual a meu pai, ter todo o luxo ser invejável por todos pela minha família de grande importância. Mas a verdade é que ser popular na escola, não é o que eu quero.

A filha de Dean Winchester | Em Pausa Onde histórias criam vida. Descubra agora