Surprise -Keith Richards (Pt_br)

144 4 6
                                    

Era fim de tarde de sexta feira, música ecoava por cada canto de minha casa, nada poderia me tirar do transe que entrei, estava extremamente absorvida pela música.

Até que o telefone toca.

Tinha que atender, por mais que tenha odiado aquilo, era meu momento perfeito, não fazia aquilo a algumas semanas já que estava com a cabeça em outros lugares, logo agora alguém queria me ligar?

-alô? Lisa?- ouvi logo ao tirar o objeto do gancho.

-Ah, oi Keith.- disse sem muito ânimo.

Confesso que Keith e eu temos conversado mais desde o ocorrido na festa, inclusive dessas conversas ganhei um novo vestido, tão incrível quanto o último, mas por que raios estava me ligando às 6 da tarde?

-Eu queria te levar a um lugar... diferente eu acho, te pego daqui a quarenta minutos- disse ele rapidamente

Tão rápidamente que não entendi nada, parecia estar nervoso ou ansioso.

-Calma, você por acaso me chamou pra sair em um lugar que eu não sei qual é?

-Exato, se chama surpresa Liss- respondeu simples.

-E o que raios se veste pra isso?

-Qualquer coisa que seja tão rápida para sair quanto para entrar. E não se esquece, 40 minutos e eu bato no portão.

-Mas...- Não deu tempo. Keith desligou antes que eu pudesse falar alguma coisa.

"Que seja tão rápida para sair quanto para entrar" que raios isso significa?

Como minha resposta para toda situação é vestido branco e jaqueta de couro, hoje não seria diferente.

Aquelas palavras ecoaram pela minha cabeça pelos próximos quarenta minutos. Era óbvio que aquela que chamávamos de amizade estava sendo pigmentada a um bom tempo, eu estava ciente daquilo, keith estava, acho que qualquer um conseguia perceber. Mas não era possível que dessa vez tivesse sido tão óbvio.

De qualquer maneira eu tinha coisas para fazer, então decidi me apressar.

-Banho, dentes e roupa.- repeti inúmeras vezes em voz alta. Eu estava nervosa com aquilo, o enigma envolvido fazia minha barriga revirar.

Richards foi extremamente pontual, 40 minutos depois estava trancando a porta de madeira maciça da minha casa.

E lá ele estava: Calça preta, blusa branca e jaqueta de couro. Seu cabelo como sempre bagunçado e um cigarro em uma das mãos, na outra uma.... venda?

-Foi pontual até demais dessa vez- Disse eu tentando quebrar o silêncio que se instalou por alguns segundos enquanto tentava entender o que era aquela venda.

-Foi dito e foi feito. Quarenta minutos Liss... Ah, isso é seu- disse me entregando a venda preta.

-Que ótimo, esperei flores e recebi uma lindissima venda preta, melhor presente impossível não é?- Perguntei de forma irônica pegando a venda e entrando no carro.

-Quando disse que é seu quis dizer que é para usar. E sem perguntas.

- Mas pra que essa coisa vai servir?- perguntei, estava realmente confusa.

- Eu disse sem perguntas dona desconfiada- Respondeu selando meus lábios.

Acabei cedendo, passamos o resto do caminho praticamente em silêncio. Volta e meia procurava sua mão sobre o câmbio de marcha.

-Lisa, se continuar prendendo meu braço vai ser impossível!- reclamava todas as vezes que eu o fazia.

O que ele esperava? Eu estava vendada indo para um lugar desconhecido! Não tinha como ficar calma.

Enfim senti o carro lentamente estacionar, ouvi a porta do carro ser aberta e depois de alguns minutos de tortura, sua mão me conduzia para fora.

-Então, pode tirar.

Antes mesmo qua concluisse a frase tirei a venda, e me deparei com um casarão aparentemente antigo levando em conta sua estrutura. As altas paredes cor de creme contrastavam com a madeira escura das portas e janelas com detalhes dourados. A pesada porta dupla era a entrada para o paraíso. O carpete carmim nos conduzia por seus corredores e escadas.

Provocações foram feitas durante o caminho, abraços, beijos e carícias já tinham me deixado completamente fora de órbita.

Era como se não tivessemos mais tempo, era como se aquilo fosse oxigênio, os dois necessitavam urgentemente disso.

Acabamos por entrar na primeira porta que encontramos, um grande quarto escuro com pouquíssima iluminação e uma convidativa cama ao centro.

E digo que tudo estaria bem se aquele cinto não tivesse elevado sua posição para meu pescoço em poucos minutos.

Senti minha cintura ser puxada para mais perto, finalmente juntando nossos corpos.

Conseguia sentir sua respiração forte e instável em meu pescoço, meu coração estava a milhão, como uma bomba perto de explodir.

- Just tell me dear, who you belong to?

E assim se seguiram os próximos minutos até que caíssemos exaustos sobre o colchão macio, os limites haviam sido superados.

-that's why I love you my little good girl- O ouvi sussurrar em meu ouvido.

E então eu tive certeza. Aquela relação ja havia sido pigmentada com todas as cores do arco-íris a muito tempo...

In heaven- Rock one-shotsOnde histórias criam vida. Descubra agora