Capítulo 7

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AMANDA

Eu não estava bêbada, longe disso. Duas doses não poderiam fazer isso com uma pessoa. Mas eu me sentia vermelha como um pimentão.

A conversa estava começando a caminhar para um lado muito diferente do início. Eu sabia que era o assunto das conversas que estavam me deixando vermelha.

A brincadeira do eu nunca já havia acabado, e estávamos, digo, elas estavam bebendo por gosto.

— Meninas, lembram do Davi? — Andressa perguntou.

— Aquele homem com quem você estava saindo? — Gabi perguntou, enquanto bebia um gole da caipirinha que haviam feito em uma taça enorme e que era compartilhada na roda.

— Esse mesmo. Aquele loiro, alto, lindo, com pegada, ai... — Ela se abanou com as mãos enquanto fechava os olhos.

— Espera, vocês chegaram nos finalmente? — Valéria quem perguntou, com um tom de surpresa na voz.

Eu estava ao lado dela, observando as três conversarem, mas sem dar palpites ou me intrometer. Apesar de não terem me excluído, nem nada, eu ainda não me sentia a vontade para agir com tanta intimidade com elas.

O copo de caipirinha chegou até minhas mãos, peguei-o e levei o canudo à boca, provando pela primeira vez aquela bebida. Era doce e tinha um leve toque da bebida alcoólica no fundo, com um gostinho de morango, que foi a fruta que usaram para fazer a bebida.

— Chegamos — Andressa falou ficando vermelha também.

— Conta tudo, como foi? Ele realmente é bom? — Gabi perguntou.

Tenho certeza que eu estava ficando cada vez mais vermelha.

Eu era tímida, ok. Mas acreditava que assuntos de intimidade não deveriam ser comentados assim, em rodas com pessoas que pouco se conheciam... é verdade, a única desconhecida ali era eu. E nem era da minha vida sexual que estávamos falando, porque eu deveria me incomodar com isso?

— Ele tem dedos mágicos. Nossa... — Andressa novamente fechou os olhos e se abanou.

Bebi mais um gole da caipirinha e passei o copo para Gabi que estava do meu lado. Ela o pegou, bebericou, e voltou a falar.

— Queremos detalhes, se possível, claro — desta vez foi Valéria quem falou, do meu outro lado.

Eu estava no meio das duas mulheres mais curiosas pela vida sexual da outra, já estava me sentindo envergonhada por ela.

— Fomos jantar semana passada, ele me levou a um restaurante chique. Depois resolvemos dar uma volta pela cidade e ele me convidou para a casa dele.

— Boa, mulher — Gabi comemorou — Mas, e ae, ele é bom mesmo?

— Nossa, muito. Como eu disse, ele tem dedos mágicos. As coisas esquentaram já na escada da casa dele, ante de chegarmos ao quarto.

Escadas? Isso era possível? Esquentou como?

E lá estava eu curiosa com a vida da mulher, sendo contaminada pela curiosidade das outras.

Mas não chegava a curiosidade sobre a vida dela propriamente dita, era mais uma curiosidade sobre o ato em si.

O copo de caipirinha chegou novamente me minhas mãos, peguei dando uma golada tão funda, que acabei tossindo um pouco, mas logo me acostumei e dei mais um gole.

— Mulher, como assim? — Valéria perguntou.

Não que eu fosse curiosa e nem queria bisbilhotar sobre a vida dos outros, mas agucei meus ouvidos, ouvindo a conversa. Afinal, elas estavam falando na minha presença, não estavam escondendo nada de mim, e nem tinha como eu não ouvir nada, mesmo se não quisesse.

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