Capítulo 10

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AMANDA

Minha cabeça latejava como se não houvesse amanhã. Eu era fraca para bebida.

Sim, isso não surpreendia ninguém, não é mesmo? Mas quando eu ouvia falar em ressaca, não sabia que era tão insuportável assim. E eu nem tinha bebido tanto. Ou sim?

Só de forçar um pouco mais a cabeça para pensar, ela latejava mais ainda.

Por esta questão que eu me perguntava toda vez o porquê de tantas pessoas beberem por diversão, se sabem que no outro dia sofrerão mais ainda.

Nossa, e como sofreriam... se eu mesmo soubesse que era tão terrível assim, não teria levado o primeiro gole à boca.

Pisquei algumas vezes, tentando me acostumar com a claridade do local. Mas ainda assim era doloroso para minhas vistas.

— Bebe um pouco de água, vai te fazer bem. E depois esse café, ele está forte tipo ressaca — uma voz familiar, rouca e grossa me invadiu os ouvidos antes mesmo que eu conseguisse ver quem era.

Coloquei-me sentada sobre a cama, o mais lenta que conseguia, pois cada movimento mais brusco que fazia, minha cabeça levava pontadas que parecia que ia explodir.

Assim que me sentei, encostando-me na cabeceira da cama, uma bandeja repleta de comidas e bebidas foi colocada na minha frente.

— Bom dia, flor do dia — Felipe me saudou, abrindo um sorriso assim que consegui erguer os olhos em sua direção.

— Bom dia... Ai — Mais uma pontada na cabeça, onde levei a mão.

— É horrível, né? — ele perguntou, sentando-se na beirada da cama.

— Muito. E pode falar mais baixo, por favor?

Por que ele estava gritando? E por que começou a rir quando pedi isso?

Será que fazia parte da ressaca não achar graça das coisas?

— Eu estou falando em um tom muito baixo. Não me culpe pela sua ressaca.

Levei a mão novamente à cabeça, sentindo as pontadas e Felipe me ergueu o copo com água para que tomasse.

— Você não tem nenhum remédio para dor de cabeça como café da manhã? Eu sinto que qualquer coisa que eu colocar para dentro, vai voltar na mesma hora — pedi quase envergonhada.

Era a minha primeira ressaca, eu não sabia como eu poderia reagir com nada.

— Confia em mim, come um pouco e você vai melhorar, depois podemos ver isso do remédio.

Aceitei seu conselho e parti um pão com a mão, levando-o à boca. Estava quentinho, o que demonstrava que tinha sido acabado de comprar.

Abri um sorriso de lado – o que deu outra pontada na minha cabeça – ao pensar que Felipe preparara aquilo tudo para mim. Ele sempre foi um homem muito atencioso. Eu tinha sorte de tê-lo como amigo, e quem se casasse com ele também teria essa sorte.

Pensando nisso uma memória passou de relance sobre minha mente, fazendo-me parar de comer imediatamente.

— O que foi? Está doendo muito? Qualquer coisa precisaremos ir para o hospital — Felipe se preocupou quando parei do nada.

— Não, nada. Você não vai comer? — tranquilizei-o.

Olhei para baixo, enquanto mastigava mais um pedaço de pão e tentava beber um gole de café que não tinha nada de açúcar, quando reparei nas minhas roupas, que na verdade não eram minhas. Era uma camisa.

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