Capítulo 29

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AMANDA

Em um mês, minha barriga havia crescido mais do que nos primeiros cinco.

Mas eu estava amando tudo aquilo.

Não estava querendo me exibir, mas eu ficava exuberante grávida, pelas próprias palavras de Felipe.

Meu bebê começava a se mexer perceptivelmente dentro da minha barriga, e eu amava cada chute que ele dava.

Todas as duas famílias, tanto a minha quanto a de Felipe, estavam em êxtase de tanta alegria.

Meu avô me fez prometer uma visita com o bebê assim que possível.

Mas a felicidade maior deles estava primeiramente em meu relacionamento com Felipe. Eu sabia que eles nos aprovariam assim que soubesse, e foi dito e feito.

Mas naquele momento, estava na frente de um espelho, arrumando-me para mais uma consulta médica, enquanto analisava a barriga.

— Oi, bebê. — Passei a mão por ela, acariciando-a. — Quero tanto de conhecer. Ver o seu rostinho.

Um chute fez uma elevação na minha barriga aparecer, no exato lugar onde estava minha mão. Eu interpretava esses pequenos sinais como resposta do meu pequeno, já que era a única maneira de se comunicar comigo.

Uma exclamação saiu da minha garganta, assim que senti o toque. E Felipe como em um passe de mágica, apareceu na soleira da porta.

— O que foi? Está tudo bem? — ele estava com a voz e o rosto preocupados.

Desde que estávamos juntos, Felipe se mostrou ainda mais prestativo, carinhoso e cuidadoso. Mas isso em excesso às vezes me deixava irritada. Muito provável que eram os hormônios, já que em outros momentos eu achava a coisa mais fofa do mundo, como naquele, por exemplo.

Mas era toda essa proteção que me fazia querer ficar na minha casa, sozinha. Mas em compensação, ele fazia tudo ao dobro quando estávamos juntos. O que era praticamente o dia todo.

— Estou, só o bebê que me chutou — abri um sorriso para que ele acreditasse mais facilmente.

— Posso sentir? — ele perguntou todo bobo.

— Claro.

Assim que ele se aproximou, depositou um beijo carinhoso nos meus lábios e se voltou para minha barriga, colocando as duas mãos nela.

— Oi, bebê. Como está aí dentro? — ele falava com uma voz fofa, melosa. — Papai vai te ver hoje. Espero que esteja tudo bem. Estou louco para te conhecer aqui desse lado.

Mas novamente ele, ou ela, aquietou-se.

Era sempre assim, quando Felipe chegava, ela parava de se mexer. Parecia pirraça de criança. Já desde nova.

— Não, bebê, é o papai, dá um chute aqui, só um...

Mas nada aconteceu, nem mesmo eu sentia mais nada.

Era até engraçado de ver.

— Não foi desta vez. Quem sabe em uma próxima?

Fiz um carinho por cima da mão dele.

— Se seguir nesse ritmo, vou sentir apenas quando nascer.

Ele estava mesmo fazendo biquinho?

Era adorável de se ver.

Aproveitei a oportunidade e lhe beijei novamente, mas rápido, já que estávamos atrasados para a consulta.

A clínica não era muito longe e chegamos logo. O atendimento era com hora marcada, e não demorou muito para que eu estivesse deitada com um gel gelado sobre a minha barriga.

— Estão vendo ali? É o pezinho — a doutora nos mostrou na tela.

A imagem era um pouco difícil de distinguir, mas o pé estava nítido.

Uma lágrima escorreu dos meus olhos, como sempre ocorria.

— O pé que não chuta a mão do papai, mas agora estou vendo — Felipe falou próximo à minha barriga.

— Estão prontos para ouvir o coração? — ela perguntou, dando um sorriso para nós, como se soubesse o significado daquela emoção. E provavelmente sabia.

Felipe pegou a minha mão, que estava gelada assim como a dela.

No momento em que o barulho acelerado e ritmado preencheu o ambiente, minha mão foi apertada com mais força. Um soluço escapou da minha garganta e as lágrimas rolaram todas de uma vez.

Era o coraçãozinho do meu bebê, que ainda crescia e se desenvolvia dentro de mim. Um pedaço meu e de Felipe.

Olhei para Felipe, buscando com quem eu queria e estava dividindo aquele momento, e ele também estava se derramando em lágrimas. Chorávamos como duas crianças.

— Bom — olhamos para a doutora, que também derramava algumas lágrimas discretas. Acreditava que a cada serzinho que ela tinha a oportunidade de conhecer, ainda na barriga da mãe, fosse uma emoção diferente. — Vocês querem saber o sexo?

— Queremos sim — respondemos juntos.

Alguns minutos depois, descobrimos que nossa pequena Rebeca estava a caminho. Nosso ponto de união.

Assim que chegamos à minha casa, Felipe também entrou e nos jogamos no sofá.

Automaticamente sua mão veio parar na minha barriga, e ele se debruçou, colocando a boca muito perto dela.

— Ei, Beca. Eu não vou desistir do seu chute, sua teimosa.

Ele permaneceu com a mão na minha barriga, mas se inclinou até mim, dando-me um beijo.

Apesar de estar a dois meses em um relacionamento com Felipe, aproveitando cada oportunidade que tinha para beijá-lo, entre outras coisas, eu não me cansava. Queria sempre mais. E não era pelo recente início, eu sentia em minhas veias que seria para sempre daquele jeito. Queria provar sempre mais dele, assim como aparentemente ele de mim.

Assim que nossas línguas começaram a nos inebriar, Felipe ameaçou tirar a mão quente do contato com minha pele da barriga, houve um chute, dos mais fortes que havia sentido.

Felipe me fitou com os olhos arregalados, como de surpresa, impressionado, maravilhado, tudo ao mesmo tempo. Sua boca se abriu em um 0 e ele se dirigiu à barriga.

— Oi, Beca, meu amor. Meu Deus, filha, eu senti.

E mais um chute no mesmo lugar.

Felipe beijou minha barriga com carinho, enquanto eu passava meus dedos por seus cabelos, apenas apreciando a cena que se desenrolava à minha frente.

Após perder um grande tempo conversando com nossa filha, os beijos de Felipe começaram a subir, até parar em meu colo.

— O que pensa que está fazendo? — perguntei com um sorriso de lado enquanto passava a língua em meu lábio inferior e engolia o desejo.

— Vou apenas agradecer pelo presente.

Um sorriso de lado brotou em seus lábios, sexy, sedutor, lindo.

— Achei que ia deixar passar.

E ele retornou aos beijos, descendo cada vez mais.

Seria eu quem deveria agradecer a ele.

Pela minha filha, minha vida, minha felicidade.

Mas naquele momento deixaria ele me dar prazer, já que também era merecedora dele.

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