AMANDA
Meu corpo estava se contraindo ainda, quando Felipe retirou os dedos de dentro de mim e novamente reivindicou minha boca para a sua.
A cada beijo que ele me dava, eu tinha a plena certeza de que não havia possibilidades de melhorar, e ele sempre me provava o quanto eu estava errada, porque a cada novo beijo, era muito melhor que o anterior.
E naquele momento estávamos inebriados um pelo outro.
— Precisamos voltar — ele disse, assim que afastou nossas bocas.
Fiz que não com a cabeça. Não queria voltar, queria continuar de onde paramos. Na verdade, não queria ter parado.
— Precisamos, sim. Eu não deveria nem ter feito isso com você.
Juntei forças para me recompor e consegui repondê-lo.
— Não quero ir embora, quero continuar de onde paramos.
— Não foi desse jeito que eu planejei, então você terá que esperar mais um pouco.
Dando-me mais um beijo delicado, Felipe se colocou de pé, puxando-me consigo.
Caminhamos novamente onde o carro estava, de mãos dadas, e seguimos para a casa.
A expectativa me corroía por todo o caminho.
Ele certamente não queria transar no meio do nada, mas depois do que aconteceu, eu tinha toda certeza de que era só uma questão de chegar em casa.
E o caminho parecia ainda mais longo à medida que eu ficava apreensiva. Não era medo de dúvida, na verdade, não existia medo. Era aquele frio na barriga de quando você sabe que vai acontecer alguma coisa que você quer muito, a expectativa e o anseio de como tudo ocorreria.
E isso seguiu até o momento em que chegamos à casa e Felipe estacionou na garagem, descendo e abrindo a porta para mim.
— Obrigada — abri um sorriso para ele, que foi correspondido imediatamente.
Já estávamos na sala, os dois parados diante da escada, sem saber o que fazer ou falar.
— Bom... é... — dei um passo à frente, ficando mais perto dele.
Mas ele não reagiu, não se moveu, ficou apenas parado, observando-me.
— Então, — passei os braços em volta de seu pescoço — onde paramos?
Nós nos aproximamos ao mesmo tempo para um beijo, que foi mais lento, cadenciado, como se tivéssemos o dia todo para fazer aquilo.
Mas assim que nos afastamos, Felipe segurou em meus braços, sem fazer pressão pra não me machucar, e deu um passo para trás, colocando ainda mais distância entre nós.
— Acho que devíamos tomar um banho. Você ainda está molhada. Periga pegar um resfriado. — Dizendo isso ele começou a subir as escadas. — Eu vou também. Nós nos vemos depois.
Sem nem olhar para trás, ele desapareceu no segundo andar da casa, deixando-me sozinha.
Mas o que diabo tinha acontecido ali?
Acreditava que tínhamos chegado ao momento certo, em que tudo aconteceria.
Mas aparentemente, pela reação de Felipe, eu estava totalmente errada, já que ele seguiu sem nem olhar para trás.
Talvez fosse só isso mesmo, tomar um banho e voltar, então começaríamos de onde tínhamos parado.
Isso, era exatamente isso que eu deveria fazer.
Subi também para o segundo andar, indo para o meu quarto e fechando a porta.
Tomei um banho relaxante e demorado, vesti minha melhor roupa, imagine a melhor peça íntima, cheia de rendas, e por cima um vestido confortável e mais solto no corpo, era assim que eu estava.
Assim que cheguei para o primeiro andar, procurei por ele em todos os cômodos, na piscina, cozinha, mas nada. Subi e bati no seu quarto, e nada também.
Fui até a garagem para conferir e seu carro não estava lá, o que queria dizer que Felipe havia saído. Sem mim. E isso porque foi ele quem pediu um final de semana, e eu queria apenas uma primeira vez.
Voltei para a casa e me joguei no sofá, meio derrotada e decepcionada. Eu imaginei tanta coisa para aquele momento, e nenhum deles era passar sozinha em uma casa de campo.
FELIPE
Eu havia pensado em quase tudo, menos como seria feito... caramba, era difícil falar ou até mesmo pensar no assunto daquele jeito.
A verdade é que quando eu estava com Amanda entregue em minhas mãos, rendendo-se ao prazer para mim, pela primeira vez, comecei a pensar em como seria o sexo de verdade, em como tudo deveria ser especial. E já era domingo e eu não tinha feito nada em especial para a ocasião e não poderia deixar passar assim.
Por isso, enquanto estava no banho, comecei a pensar em algumas coisas que poderia fazer. Não queria deixá-la sozinha, mas para ser uma surpresa, deveria ser assim, eu suportaria a ideia por algum tempo, acreditando que o resultado compensaria.
Então assim que saí do banho, peguei o carro e dirigi até a cidade para fazer algumas compras, torcendo para encontrar o que precisava aberto.
E lá estava eu, parando em frente a quarta floricultura, que finalmente estava aberta.
Fiz meus pedidos, e coloquei tudo dentro do carro, partindo para o mercadinho que estava aberto também.
Eu não sabia exatamente expressar o que passava pela minha mente, mas de uma coisa eu tinha convicção, Amanda merecia tudo de mais especial, e o que estivesse ao meu alcance e na minha imaginação, eu faria por ela.
Amanda era a melhor pessoa que eu conhecia, e eu poderia estar soando repetitivo com isso, mas o que eu sentia por ela era especial em níveis altos.
Enquanto dirigia de volta, já com a tarde caindo e a noite surgindo, meus pensamentos divagavam por vários caminhos. O medo era o que gritava mais alto, como se quisesse me alertar de que eu estava fazendo a maior burrada da minha vida.
O medo de perder uma pessoa tão especial por um capricho besta, por uma vontade carnal, o medo de acabar com uma linda amizade, de perdermos o laço que existia entre nós.
Eu não queria pensar em coisas assim, nada poderia mudar entre nós, eu não queria, mas era impossível controlar.
A insegurança também pesava em um canto da minha cabeça. Eu não era a pessoa certa para tirar a virgindade da minha melhor amiga. Isso não era autopiedade, era a verdade
Mas se ela queria, o que eu poderia oferecer, eu faria.
Cheguei em casa e estacionei, notando que tudo estava apagado.
Será que Amanda já havia dormido?
Desci do carro, deixando tudo lá, para não correr o risco de estragar a surpresa caso ela estivesse acordada e entrei na casa.
Amanda estava adormecida sobre o sofá com um livro caído sobre os braços, que provavelmente pegara da pequena biblioteca da casa.
Ela parecia ter pego no sono enquanto me esperava, e pensar nisso me cortou o coração, mas esperava compensá-la pela manhã.
Aproximei-me dela, encaixando um braço embaixo de suas pernas e o outro em suas costas, erguendo-a do sofá em meus braços.
Assim que a ajeitei com a cabeça no meu peito, ela pareceu despertar, abrindo os olhos e balbuciando algo inaudível.
— Descansa, querida, estou aqui, pode dormir que eu vou te levar para a cama — sussurrei em seu ouvido baixinho.
Com isso ela voltou a repousar a cabeça e relaxar, fechando os olhos e voltando a dormir.
Caminhei em direção às escadas, subindo e indo para o meu quarto.
Para as coisas acontecerem como Amanda queria, ela teria que acordar ao meu lado.
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Uma Proposta Entre Amigos
RomansaMelhores amigos desde a infância. Uma garota virgem. Uma proposta inusitada e com grandes consequências. Felipe sempre foi meu melhor amigo desde que me entendo por gente. Quando decido me mudar para uma cidade maior, saindo do interior, é a ele que...