Capítulo 12

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AMANDA

Minha cabeça ainda latejava como se não houvesse amanhã. Eu era fraca para bebidas.

Ok, isso não surpreendia ninguém, não é mesmo? Mas não imaginava que a tão temida ressaca era tão terrível assim. E ainda não compreendia como as pessoas aguentavam beber sempre por diversão, sendo que no dia seguinte sofreriam bem mais.

Eu havia comido algumas coisas que achei na geladeira e estava jogada na cama, olhando para o teto, agradecendo por não ver tudo girar quando meu celular tocou ao meu lado. Estendi a mão alcançando-o e atendendo sem nem olhar quem era.

— Como você está? — a voz de Felipe me invadiu os ouvidos assim que atendi.

— Estaria melhor se você não gritasse tanto. — Afastei o telefone do ouvido. — Você sempre falou tão alto assim?

— Não, você que nunca ficou de ressaca antes. Mas você esta se sentindo melhor?

— Estou sim. Comi um pouco e tomei outro remédio. Minha cabeça está melhorando.

— Que bom... — silêncio.

Mais alguns segundos de silêncio...

— Sabe, — ele disse finalmente — eu só queria dizer que você é a minha melhor amiga. Eu te amo demais.

Sentimentalista assim do nada?

Mas Felipe sempre foi muito carinhoso e amoroso, não era tão espantoso assim, uma declaração vinda dele.

— Eu também te amo, Fê. E você é o meu melhor amigo também.

E mais silêncio. Ele estava um pouco estranho naquela ligação.

Eu poderia dizer que era por nossa conversa de manhã. Alias, torci muito para que ele dissesse que toparia minha proposta, que o motivo por me procurar era para aceitar, mas ele não fez isso.

Tivemos apenas uma conversa banal, como sempre, e ele não tocou mais no assunto. Droga de homem teimoso, não custaria nada para ele aceitar.

Depois de desligarmos, fiquei mais um tempo na cama até que meu celular começou a vibrar, anunciando mensagem.

Gabi, uma das meninas do grupo, e com a qual eu tive mais contato – tirando Valéria, estava me mandando mensagens, chamando para passarmos a tarde juntas. Achei uma ótima oportunidade para estreitarmos laços, fortalecer amizade, conquistar meu espaço.

Assim, às duas da tarde estava pegando um Uber para o shopping que ficava próximo ao condomínio do qual morava, onde havíamos marcado de nos encontrarmos.

Gabi já me aguardava na entrada do Shopping. Depois de nos cumprimentarmos, entramos e nos dirigimos à praça de alimentação.

— Mas e ae, você está bem hoje? — ela perguntou depois de fazermos nossos pedidos e sentarmos.

— Tirando uma ressaca, estou sim.

— Você bebeu legal ontem. Acordei preocupada hoje.

— Pois é, menina. Eu nunca tinha bebido tanto.

— Mas enfim, falando sério agora. Você e o Felipe são muito amigos, não é?

— Somos sim, melhores amigos desde que eu o conheço.

— Interessante. Não sei se você se lembra, mas eu contei ontem que eu tive um lance com ele, logo quando chegou a São Paulo.

E tinha como esquecer? Ela falando que ele tinha uma língua de ouro. Aquilo estava na minha cabeça desde que eu ouvi.

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