Um piano, dois corações

Capítulo 36- O pedido

O pedido

Henry

A Jiwoo é incrível, quando lhe contei sobre todo o projeto que venho a realizar com o Jackson ficou tão feliz e apoiou-me imenso. Nunca pensei ter novamente uma grande oportunidade no mundo da música.

Quero muito tornar as coisas mais serias entre nós os dois. Hoje vou-lhe fazer o pedido oficial, só espero que aceite.

Podia elaborar todo um plano para ser o pedido mais inesquecível e romântico da história, mas prefiro fazer uma coisa simples, um pequeno passeio e uma pequena conversa onde abro o meu coração com a máxima sinceridade. Não preciso de bens materiais para expressar tudo aquilo que sinto. Apenas quero torna-la especial na minha vida, quero compartilhar todos os momentos sejam eles bons ou maus.

Neste momento estou em frente a casa da Jiwoo aguardando que fique pronta, em primeiro lugar, vou leva-la até um restaurante para almoçarmos, em seguida vou leva-la a local muito especial para mim, onde me encontrava quando estava perdido.

-Olá, desculpa o atraso. – diz entrando no carro.

- Olá, não tem problema, já estou habituado a ter que esperar pela donzela.- em seguida cumprimentamo-nos com um beijo na bochecha.

Segui caminho até ao restaurante onde almoçamos alegremente e conversamos bastante, e confesso que um dos grandes temas da conversa, foi acerca da história da Lisa e do Jackson sobre o segredo oculto do pai dele. Finalmente as coisas acabaram bem para o lado deles.

-Vamos.

- Jiwoo, espera antes de iremos ter com a Lisa e o Jackson gostava de te levar a um sítio.

Na verdade combinamos de passar a tarde com eles e jantar na sua casa, mas já falei com o Jackson avisar que nos íamos atrasar e provavelmente só estaríamos lá na hora de jantar.

- Um sítio? Que sítio?

- Vamos e vais descobrir.

Entramos no carro e seguimos caminho, ao fim de uma hora chegamos ao local.

Parei o carro e encarei a Jiwoo.

- Uau!

- É lindo, não é?

- É magnífico.

Aquele local era perto de um rio, tinha uma vista linda das montanhas e do por do sol. Levei-a até um banco que esta por baixo de uma cerejeira. Sentamo-nos a encarar a paisagem.

- Nos tempos de estudante era aqui que vinha quando me questionava sobre a minha existência.

- Espera tu vinhas aqui para deprimir? Mas és tão alegre, não te consigo imaginar triste, é quase impossível.

- Não vamos colocar as coisas assim, posso ser alegre, mas não há ninguém que não se tenha sentido desesperado uma vez na vida. Na minha época de estudante, a minha paixão pela música era algo que realmente queria tornar na minha vida, no meu núcleo, e confesso que era frustrante ver o Jackson dar-se tão bem nesse mundo quando eu ficava simplesmente parado a observar. Desistir do futuro, perder os sonhos, deixar afetares-te pelo desespero, é complicado... O passado pode ser remendado se lutarmos contra a realidade, e hoje tenho a prova disso.- olhei para ela e abri um sorriso brilhante.

- Devemos dar uma chance para a nossa tristeza, ainda incompleta, devemos derramar as lágrimas que ainda não conseguimos. Era algo que a minha avó dizia sempre. – sorriu olhando nos olhos.

- São lindas palavras. – respondi olhando para as montanhas.

- É, realmente são. – olhou também para a mesma direção.

- Jiwoo, - foquei toda a minha atenção em si- eu realmente estou apaixonado. Eu quero estar junto de ti. Não importa como, nem o tempo que leve. Mas eu quero estar contigo. Quero crescer contigo, quero aprender e ensinar. Escrever a nossa história em forma de tatuagem, um desenho lindo com sorrisos e suspiros, que não sai, não muda, não se apaga.

- Henry – olhou para mim surpresa- Quando descobres que gostas de verdade... não há mais volta. Sabes, eu realmente estou apaixonada. – sorriu.

Aproximei-me dela lentamente e colei os nossos lábios fazendo os raios de sol atravessar por entre as nossas faces unidas. Foi lento e doce como o aroma das flores de cerejeira.

Após o beijo abrimos devagar os olhos e no momento em que ficamos a encarar-nos a Jiwoo fica vermelha como uma rosa e coloca-se automaticamente em pé.

- Vamos, já esta tarde. – disse nervosa andando rapidamente até ao carro.

- Porque estas a fugir de mim?

- Não estou a fugir! É uma retirada estratégica!

- Estratégica? Estou a ver.- corri na sua direção e peguei por trás colocando-a no ar e rodopiei.

- Que estas a fazer, ah, ah, ah. – coloquei no chão virada de frente para mim.

- Aceitas ser minha namorada?

- Acho que já ficou bem claro, depois de ...- deixou cair a sua cabeça no meu peito com vergonha.

- Ah, ah, ah, depois de nos beijarmos? É isso?

- Tens de dizer realmente tudo?- resmungou batendo de leve no meu peito.

- Tenho! Então isso é um sim? – continuei a provocar.

- Vamos, não quero fazer a Lisa esperar mais!- fugiu da conversa.

- É um sim, não é?- continuei enquanto entro no carro.

- É, é um sim. – respondeu cause que num sussurro.

- Eu sabia! – coloquei a minha mão na sua e novamente a sua carinha ficou vermelha.

- Nunca tinha assistido a grande Jiwoo tão tímida, notícia do ano.

- Cala-te e liga o carro, estamos muito atrasados.

- Sim, claro, como a menina desejar.