Capítulo 4: Uma Situação Incômoda

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Pedro, Edmundo e Noah haviam cumprido sua missão, mas não se esqueça de que Anna também tinha uma tarefa em mãos. No outro dia, pela tarde, ela foi à casa dos Pevensie, a fim de falar com Susana. A moça fez menção de tocar a campainha, mas parou, deu três passos para trás, respirou fundo e ponderou sobre o que diria.

Então tomou coragem e pressionou o botão, que fez soar um ding-dong, anunciando sua presença.

— Anna? — disse Susana, surpresa, ao abrir a porta.

— Oi... Eu preciso conversar com você.

— Claro, entre! — Susana abriu caminho para a amiga.

As duas se acomodaram na sala de estar, e a anfitriã trouxe-lhes uma bandeja com duas xícaras de chá.

— Então, sabe que estivemos com o professor Kirke, não é? — Anna começou.

— Sei. Aliás, Pedro e Edmundo mal falaram comigo nos últimos dois dias, nem ao menos sei o motivo de Lúcia ter ficado!

— Espera, o quê?! Não disseram nada sobre os anéis?

— Anéis? — Susana franziu as sobrancelhas. — Que anéis?

— Pelo jeito, seus irmãos não te contaram nada, mas é exatamente sobre este assunto que quero falar. — Ela bebericou seu chá. — Ontem, pela manhã, Pedro, Edmundo e Noah invadiram o quintal de uma casa.

Susana quase cuspiu sua bebida.

— Como assim?!

— É que quando estávamos jantando, lá na casa do professor, um homem apareceu na nossa frente, do nada! Era como um fantasma ou sei lá o quê, e algo nele nos remetia a Nárnia.

— Você só pode estar de brincadeira comigo... — Susana foi interrompida pela amiga.

— Não, escute! Pedro e Noah tentaram falar com ele, mas nada aconteceu e então esse homem desapareceu. Foi aí que tivemos certeza de haver algo errado acontecendo em Nárnia, e Eustáquio e Jill teriam que usar os anéis mágicos do tio do professor se quisessem ir ajudar os narnianos. — Ela fez uma pausa, analisando o rosto perplexo da moça à sua frente, mas logo continuou. — E como os anéis estavam na antiga casa do professor, os três foram invadir o quintal de lá para levá-los.

— E Lúcia? O que isso tem a ver com ela não ter voltado com vocês?

— Nada especial, ela só optou por ficar durante mais alguns dias. Quando vierem para cá, todos nos encontraremos na estação de trem, para ver tudo acontecer — Anna explicou, e quando viu a amiga ficar pensativa, sentiu o coração encher-se de esperança.

— Certo, isso é uma grande bobagem. — Susana se levantou, frustrando Anna. — Você ouviu o que acabou de dizer? Só podem estar ficando malucos.

— Se estivesse lá, também teria visto! Por isso peço que, no dia marcado, nos acompanhe até a estação. Teremos como provar ser tudo verdade! — suplicou, também pondo-se de pé.

— Não, Anna, sabe que a considero como uma irmã, mas não darei força a essas asneiras — Susana concluiu, irredutível.

— Mas...

— Não insista — pediu ela, fazendo a amiga suspirar, desanimada. — Era só isso?

— Era... Me desculpe por ter feito você perder tempo com esse assunto, acho que já vou indo...

— Não! — Susana protestou. — Fique mais um pouco, eu não estou chateada contigo.

— Mesmo? Eu achei que falar disso te deixaria com raiva ou algo assim — disse Anna.

𝑼𝒎𝒂 𝑼𝒍𝒕𝒊𝒎𝒂 𝑪𝒉𝒂𝒏𝒄𝒆 | ᴀs ᴄʀᴏ̂ɴɪᴄᴀs ᴅᴇ ɴᴀ́ʀɴɪᴀ | 𝓕𝓪𝓷𝓯𝓲𝓬Onde histórias criam vida. Descubra agora