[11]: Manipulaçãoes

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Jung Hoseok

— Ela tá vindo pra cá? — pergunto, levantando da minha mesa e andando até a janela mais próxima. — Eu disse que não era pra ela vir...

— Ela não te escuta, Hoseok — Yoongi diz, caminhando para o outro lado e olhando algumas fotografias minhas com meus pais. — Ela é teimosa.

— Saco — praguejo. — Essa louca realmente não entendeu que não estamos mais juntos, né?

— Como ela vai saber se você nunca diz? Porque você tem medo de machucar os sentimentos dela, né? Por isso — ele diz, rindo sarcasticamente. — Ah, Hoseok... se você ficar assim, nunca vai conseguir ninguém na sua vida patética.

Suspiro, fechando os olhos pela décima vez naquele dia e encostando minha cabeça na janela.

— Eu sei...

Kim Taehyung

— Você pode dormir ali e acabou o assunto, Jimin! Nossa, que demora pra decidir! — digo, fazendo meu famoso bico nos lábios. — Vamos logo! Ainda teremos que escolher o filme!

— Calma, caralho! — ele responde, concentrado em algo no celular que eu não consigo ver. — Peraí, Tae... Juro que vou resolver isso aqui logo, aí a gente assiste a porra do filme.

— Se você não veio pra assistir comigo, então o que veio fazer aqui!? — pergunto bravo, vendo sua expressão de indignação aparecer em seu rosto bonito.

— Porque o filho da puta do Jeon Jungkook tá loucamente apaixonado por você e me deixou! — ele solta, só agora me fazendo perceber o clima estranho que se instalou no local. — D-desculpa... eu não queria... eu não queria de verdade, Tae...

— Tudo bem... tudo bem, shiii... — abraço o menor, afundando sua cabeça em meu ombro enquanto ele larga o celular aos poucos. — Vai ficar tudo bem...

[...]

Olho para o lado, depois de quase quatro horas assistindo filmes super aleatórios, e vejo Jimin dormindo completamente torto, com a cabeça no travesseiro, um pé em cima de mim e o outro na estante onde estava a TV. Eu havia colocado o colchão muito perto da estante, fazendo Jimin ficar torto. Havia esquecido de como ele era espaçoso demais.

Pego seu celular com extremo cuidado, colocando a senha que era a mais fácil já criada. A senha do Jimin era Jungkook. Simplesmente a porra de um nome comum e lixo.

Reviro os olhos, colocando a senha no celular e desbloqueando-o logo em seguida. Ao olhar o plano de fundo do seu ecrã, vejo uma foto minha e dele. Vou até os contatos e procuro algum que eu não conheça. Passo os olhos pelo meu contato, que estava salvo como "o melhor de mim", e sorrio com o nome. Passando os olhos por vários contatos, encontro o do Jungkook, que estava salvo como "o babaca". Solto um "ts" como se já esperasse por esse tal nome.

Continuo passando os olhos por todos os contatos até achar um estranho. Aperto no contato denominado "Taemin" e vejo as conversas. Até então, não havia nada de errado; ele perguntando se o Jimin estava bem e o Jimin respondendo normalmente. Até que paro em uma conversa que me deixou preso para ler.

Taemin: Eu te disse, Jimin, disse que esse Jungkook não prestava. Por que você deu ouvidos pra ele, hein? Só você mesmo.

Jimin: Não foi minha culpa, tá legal? Eu gosto dele, e ninguém vai mudar isso.

Taemin: O que você prefere? Ser tachado de trouxa pelo seu ex e pelo seu melhor amigo ou se vingar?

Jimin: Não sei do que você está falando, mas o Taehyung não tem nada a ver com isso.

Taemin: Ah, não? Como você sabe? Não é só porque vocês praticamente cresceram juntos que ele não pode ser um fura-olho... Jimin, você é tão inocente...

Jimin: Para! E se for pra você ficar falando mal do meu amigo, tchau.

Taemin: Um dia você vai me dar razão, Jimin... Espero que até lá você não se ferre.

Paro de ler as mensagens, agora olhando para Jimin dormindo torto por entre os lençóis da cama, alucinado e falando coisas sem sentido. Não havia entendido o que acabara de acontecer, mas sabia de uma coisa... Isso ainda não havia acabado e, com certeza, esse Taemin tentaria de tudo pra ter o que quer.

O que eu estou cada vez mais próximo de descobrir, porque, com certeza, não era só Jimin.

Jung Hoseok

Saio do banheiro com uma toalha cobrindo o corpo e vou em direção à minha pilha de roupas no imenso closet que tenho. Pego uma calça preta larga, e quando estou prestes a pegar uma blusa, batidas na porta me assustam. Antes mesmo de vestir a blusa, saio em direção à porta e a abro.

— No pude soportar la espera, teremos que hablar. — adentrando meu apartamento.

— Y... creo que es hora de hablar.

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