[06]: Os Kim's

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Jeon Jungkook

O clima estava estranho. Taehyung me deixou entrar em sua casa, mas, ao mesmo tempo, parecia inseguro.

— Então... — ele começa — você está bem? — pergunta, sem me encarar.

— Tudo — respondo de forma simples.

Ele continua olhando para o chão. Eu o observo e tento falar, mas nada sai. Começo a pensar em Jimin e em tudo o que vivemos.

Foi tudo mentira??

Estou praticamente traindo ele... Não estou?

Balanço a cabeça, tentando não pensar em tais coisas, mas parece impossível não pensar em Jimin ali.

— Desculpa, Taehyung. Esquece tudo o que eu te disse, eu já vou — digo, pegando minhas coisas para sair, enquanto vejo sua expressão confusa. — Pensando bem... tudo o que fiz desde que estávamos juntos não era para ser. Estou com alguém que amo de verdade agora.

Vejo ele abrir e fechar a boca várias vezes, sorrindo e acenando com a cabeça para que eu vá embora.

— Vai, Jeon... vai achar o Jimin. — Retribuo o sorriso e saio correndo em seguida.

[...]

Entro no apartamento de Jimin. Como já era conhecido, o porteiro me liberou, permitindo que eu corresse.

Decidi pegar as escadas, pois o elevador estava demorando. Jimin morava no sétimo andar, então seria uma longa corrida, mas nada que não valesse a pena.

Descobri que Taehyung era uma história do passado.

Nunca amei Taehyung verdadeiramente como amo Jimin. Percebi que o que eu tinha com Taehyung era apenas obsessão, e não amor.

Não um amor puro... Puro como o que sinto pelo Jimin. Agradeço por ter percebido isso a tempo de evitar uma das maiores burradas da minha vida.

Quando cheguei ao andar, abri a porta corta-fogo e ouvi-a bater na parede, fazendo um estrondo. Bati na porta de Jimin várias vezes sem parar. Quando a porta se abriu, franzi a testa ao ver Jimin chorando no sofá, com uma expressão de raiva para mim e para a pessoa que me atendeu.

— Taemin?

Kim Taehyung

Jungkook foi totalmente sincero comigo. Eu pude sentir que as palavras dele eram verdadeiras; tudo o que ele disse, até seu sorriso. Espero de verdade que sejam felizes, até porque minha história com Jungkook acabou para sempre. Fico feliz que agora esse pensamento é recíproco.

Ainda sentado no sofá, com um sorriso bobo no rosto, sou interrompido por meu celular apitando várias vezes. Olho para a tela e dou um pequeno sorriso.

— Hoseok...

— Olá, Tae, tudo bem?

Sorri com o apelido e com a voz grave do outro lado da linha.

— Tudo sim, e você? — ouço-o rir.

— Bem... Sabe que a gente não se viu mais e já estou com saudades... — isso me arranca um sorriso.

— Humm... É mesmo? — pergunto, fingindo dúvida.

Ele não responde, apenas consigo ouvir sua respiração.

— Hoseok? — o chamo, recebendo silêncio como resposta. — Está aí?

— Estou.

Ele responde, e eu suspiro.

— Por que não responde?

— Estou pensando quando você vai... Esquece — ele desiste, me deixando mais curioso. Quando eu iria perguntar, ele interrompe. — Então, nosso encontro ainda está de pé? — Minhas bochechas ficam rubras.

— Acho que sim — merda, Kim Taehyung... como posso gaguejar!

— Não te convidei com todas as palavras, mas você entendeu então...

— Sim, eu entendi, Hoseok — falo rápido, como se estivesse desesperado para dizer isso a ele, que apenas gargalhou.

— Você não existe, Taehyung! — continua rindo, e eu faço uma cara de raiva; nunca gostei que rissem de mim.

— Para, Hoseok! Aísh! Quer morrer? — pergunto, ameaçando-o, o que apenas aumenta sua crise de risos escandalosos, mas tão gostosos de ouvir.

Isso me faz rir também, depois de alguns minutos. A risada dele é contagiante; é como se fosse algo que te alegra quando você está bravo ou algo do tipo.

Você pode estar puto com alguma coisa; seu dia pode estar uma merda, mas a risada de Jung Hoseok te faz rir e ficar feliz em um dia ruim.

— Aí garoto, só você — ele cessa os risos.

— Você não precisava ter rido, hyung. — Caramba! É a primeira vez que eu o chamo de hyung... Oh Deus, que vergonha! H-h-Hoseok! Desculpa!

— Ei, ei! Tudo bem, eu... gostei do apelido. Tenho o direito de te dar um, então, né? — ele pergunta, rindo.

— Tem, eu acho... — rio junto a ele.

— Humm... Que tal... Tata?

Faço careta e nego com um barulho de desgosto.

— Por que Taehyung!? Achei tão fofo! Seu estraga prazeres! — ele ri, e eu o acompanho. — E então...

— Vai logo, Hoseok! Nem precisa de apelido na verdade; é meu dever te chamar de hyung, você é mais velho que eu! Esquece isso... — fui contra sua ideia, revirando os olhos.

— Mas eu considero um apelido. Me deixa, Taehyung! — ele diz rosnando, e eu rio, deixando-o mais nervoso. — Vai ser Tata e pronto!

Revirei os olhos tantas vezes que quase senti que travariam.

— Não vai! — rosno as palavras no telefone, e ele bufa.

— Vai sim, Taehyung! Eu decidi, e quer saber? Tchau! — ele desliga.

— Hose— ei! — desgraçado!

Levanto do sofá e começo a andar de um lado para o outro, revoltado. Mas, depois, começo a rir do nada; rio tanto que me jogo no sofá, ainda rindo.

— Você que não existe, Jung Hoseok! — olho para o chão — Você...

É... Está provado, sou um completo boiola pelo Hoseok e ainda não entendo o porquê.

Kim Seokjin

Sinto-me exausto... Estou atrás de meu irmão desaparecido, que não conheço desde pequeno. Tentar achá-lo e cuidar de meu filho tem sido difícil.

— Appa!

— Oiê, meu amor! O que foi? Está com fome? Sede? Quer tomar um banho...?

Eu sou bem protetor e me preocupo com qualquer coisa que meu filho precise. Afinal, sou um ômega solteiro... Tenho que cuidar do meu filhote.

— Tenho fome — diz, manhoso.

— O meu bebê tem fome? — digo com uma voz fina. — Vamos comer! Appa estava tão concentrado em achar seu titio que nem percebi que já está na hora do seu papá! Vamos.

Eu juro que vou te achar, irmão... Você precisa saber, Tae.

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