[03]: O Jungkook..?

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Jung Hoseok

— O QUÊ? – ele gritou, me olhando de cabeça baixa, em choque.

Eu tinha acabado de contar que o "comprei". Era óbvio que ele surtaria, e eu não o culpo. Quem o culparia?

— Desculpe... Eu não te comprei tecnicamente, só te tirei da sua vida medíocre.

Ele me olhou com fúria nos olhos.

— Medíocre? – disse, com um sorriso sarcástico. – Aquela vida "medíocre" me dava o que comer, pagava minhas contas e eu podia comprar o que quisesse COM O MEU DINHEIRO! – As palavras saíram quase como um rosnado, tão perto do meu rosto que me fizeram perder a calma.

Eu tentei me controlar. Mas, como sempre, não consegui.

— Então você adorava ser uma puta, não é? – rosnei de volta. – UMA CADELA!

Senti meu rosto arder pelo tapa que acabei de levar. Taehyung me encarava, furioso.

— Para! – ele gritou, e eu senti meus olhos se tornarem vermelhos. – Cala a boca, Hoseok!

Ele começou a se afastar, mas eu segurei seu braço com força, afundando minhas garras em sua pele. Ele gritou de dor.

— QUEM VOCÊ PENSA QUE É? – gritei, usando minha voz de alfa, e me arrependi imediatamente ao ver um filete de sangue escorrer de seus ouvidos.

— Ai... – ele sussurrou, abaixando a cabeça, ainda com meu aperto firme em seu braço.

Foi essa palavra, "ai", que me trouxe de volta. Meus olhos voltaram ao normal e soltei suas garras lentamente, causando-lhe outro gemido de dor.

O arrependimento me atingiu como uma onda. Eu nunca quis machucá-lo. Nunca.

Mas o lobo dentro de mim é mais forte, sempre foi. Desde filhote, ele não me obedece, é como se fosse ele quem me controla. Eu não quis machucar Taehyung. Jamais.

Mas agora, vendo o que fiz, senti o peso das consequências. Tanto para mim quanto para Taehyung, que ainda mantinha a cabeça baixa.

Então ouvi um soluço. Mais um. Logo, ele estava fungando.

— Taehyung... – chamei, tentando colocar a mão em seu ombro.

— Não! – ele se afastou, ainda com a cabeça baixa. – Não. Não me toca!

Eu o encarei, sentindo uma culpa esmagadora. Não queria que ele estivesse com raiva de mim.

— Desculpa... Não sei o que deu em mim.

— Não, Hoseok. Você não se controla! – Sua voz tremia, e ele finalmente me olhou, lágrimas correndo pelo rosto. – Você precisa se controlar! Se não... enquanto isso, você não pode chegar perto de mim! E eu não sou sua propriedade para ser comprado!

Ele saiu da minha casa, e eu fiquei imóvel, incapaz de reagir. As palavras dele ecoavam na minha cabeça.

Estou sentado no sofá, com Yoongi me olhando com uma certa fúria nos olhos.

[...]

— Você é um grande idiota, Hoseok – ele disse de repente.

Eu revirei os olhos. Sério? Ele precisava jogar isso na minha cara?

— Eu sei – concordei, lentamente. – Não precisa nem dizer.

Yoongi continuou me observando, até falar de novo:

— E agora?

Ele tomou um gole de soju, como se estivesse pensando.

— Não sei... Só sei que não vou desistir dele – respondi, com determinação.

— Quem desistiria? – ele riu.

— Não estou falando do sexo – expliquei. – Estou falando de... atração.

— Não são a mesma coisa? – ele perguntou, confuso.

Balanço a cabeça. Yoongi podia ser muitas coisas, mas ele sabia me ouvir. Ele suportava minhas loucuras e me conhecia melhor do que meus próprios pais. Era uma das pessoas mais importantes da minha vida.

[...]

— Eu não acredito! – Jimin exclamou, irritado. – Alguém teve a audácia de te machucar? Não, MEU AMIGO NÃO MESMO! – Ele se levantou de repente. – Onde é que esse Jung Hoseok mora?

Eu balancei a cabeça, rindo sem ânimo.

— Não, Jimin – chamei sua atenção. – Ele não merece mais a minha atenção. Nem a sua.

— Que ódio! Caramba... – Ele praguejou, sentando-se ao meu lado. – Nossa, amigo, tanta coisa aconteceu, né?

— Sim... – concordei, lembrando de algo. – E falando nisso... Como está sua vida?

— Ah, então... – Ele hesitou por um momento. – Eu... estou namorando.

Eu me levantei de supetão, assustando-o.

— Quem é, Park Jimin? – perguntei, afobado.

Ele hesitou mais um pouco antes de finalmente revelar:

— É o Jeon Jungkook, o CEO das empresas Jeon.

Meus olhos se arregalaram e minha reação foi apenas franzir as sobrancelhas.

Jeon era meu ex. 

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