Capítulo 31

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Nunca em toda a minha vida senti o que estou a sentir neste momento, as minhas mãos não param de tremer e eu sinto as batidas fortes e imparavéis do meu coração. Sinto os olhares em mim enquanto eu arrumo as coisas na minha mochila, a mensagem é uma parte do mapa para casa, para junto da minha familia, daqueles que eu procurei a minha vida toda, e ninguém me vai tirar isso.

- O que isto tudo significa?- Drogo olha para mim confuso e preocupado, Sebastian continua a olhar para o mesmo lugar onde apareceram os lobos espirituais, não sei o que dizer e eu também não quero falar, aperto bem as alsas da mochila quando a coloco nas costas.

-Nada a vosso respeito, continuem com a visita!- preparo-me para sair dali mas a mão do Drogo prende o meu braço.

-Como assim não tem nada haver conosco, que história é essa?- olho irritada para ele e puxo o meu braço com força, depois de tudo que passei e tive que fazer não me vão parar muito menos eles.

-Não vos devo nada!- afirmo irritada para ambos, Sebastian desvia finalmente os olhos do nada e olha para mim, dura apenas alguns segundos quando ele avança tempestuosamente na minha direção e empurra o meu corpo contra a parede. As minhas costas batem com força na parede de pedra e caio de joelhos no chão, a minha respiração falha por breves segundos, levanto o olhar irritada para ele, pronta para retribuir o empurrão, mas antes que eu consiga fazer alguma coisa o Drogo já parte para cima ele.

-AQUELE LOBO ERA O MEU IRMÃO!- o grito enfurecido de Sebastian faz o meu corpo parar no lugar, olho para ele, o mesmo está trasnformado e saliva de raiva.

-Ele está desaparecido desde que eramos crianças, COMO ELE ESTAVA NO MEO DAQUELES LOBOS?- lágrimas descem pelas bochechas e o mesmo limpa com fúria.

-Eu não sei, da mesma maneira que tu não sabes, mas se ele estava entre eles, é porque tinha que estar!- afirmo e saio dali, ouvindo os grios de Sebastian e Drogo um contra o outro.

Começo a correr á procura de uma saída deste sítio, eu sei que por mais que o Drogo queira vir atrás de mim, ele sabe que tem que me deixar ir e por isso não sei quanto tempo ele conseguirá manter Sebastian ocupado.
A minha prioridade neste momento é a minha família, tenho que os encontrar, lutei sozinha por este momento e não o quero perder, não posso voltar á estaca zero e perder tudo o que tenho por causa de Sebasian e as suas perguntas sem respostas.

-ARIANNE!!- acelero mas a minha corida, Sebastian e Drogo estam mesmo atrás de mim, á minha frente uma luz clara e forte aparece, calculo ser a minha saída.

Paro o meu corpo mesmo á beira de cair, a água cai sem parar, uma cascata, olho para trás e os mesmos caminham até mim, as minhas mãos tremem e os meus olhos ardem com lágrimas só de pensar na possibilidade de não conseguir encontrar os meus pais.
Drogo segura o braço de Sebastian enquanto o mesmo olha para mim enfurecido, desvio o olhar e encontro os do Drogo, o mesmo olha para mim confuso, lágrimas descem dos meus olhos. Olho para trás sem saber o que fazer.

-Eu só preciso de respostas Arianne!- fecho os olhos e conto lentamente, pensando no meu próximo passo.

-Eu não sei de nada!- olho para ele o mais sincera possivél.

-METIROSA!!- o mesmo tenta avançar em mim mas Drogo o prende na parede e olha rapidamente nos meus olhos.

-Vai, PULA!- olho nos olhos dele e o mesmo sorri fraco e acena para mim, afasto um pouco da beira, apanho balanço e pulo caindo rapidamente.

O vento recebe o meu corpo sacudindo os meus cabelos, a queda dura pouco e logo o meu corpo é envolvido pela água gelada da lagoa, nado para cima e volto a encher os meus pulmões de ar, enquanto nado para a beira os grito enfurecidos e desesperados de Sebastian encoam pelo lugar. Corro para dentro da mata. Agora nada me pode parar em breve estarei com eles e procurei o irmão dele, não posso ser emotiva pois não sei o que vou encontrar, não sei se o que vi é verdade e se eles são realmente os meus pais.

A minha garganta está seca, paro a corrida e bebo um pouco de água, começo a tirar a minha roupa e guardar na mochila, será mais rápido se me trasformar. A famosa dor surge e pouco depois estou de quatro patas, pego com a minha boca a mochila e volto  correr, deta vez mais rápida e mais feroz. O meu corpo percorre o caminho como se já o tivesse feito antes, os cheiros que me envolvem são familiares e trazem sensação de paz. Terei muito caminho ainda pela frente, mas eu chegarei até lá, verei tudo com os meus próprios olhos e as minhas perguntas finalmente terão respostas certas.

A CAÇADORA SOBRENATURALOnde histórias criam vida. Descubra agora