Amar Sem Querer

Capítulo 3

Dia seguinte

Luana narrando

Acordei às 7.30, só entrava as 9, mas como eu sempre digo, mais vale cedo do que tarde. Sai da cama, fiz as minhas higienes, alisei o cabelo, passei um eleyner, um rimel, uma base e um bâton nude. Saí do banheiro e fui até ao meu closet, não sabia o que vestir.

Acabei por escolher uma roupa mais chique, e coloquei um dos meus saltos preferidos, um rosa claro bicudo. Fui até à cozinha, tomei café e comi qualquer coisa, e já eram 8.10, peguei na minha bolsa e no meu blazer branco e saí de casa.

Fui o caminho todo a pensar como iria ser o meu primeiro dia de trabalho. Estava tão feliz, quem me dera poder partilhar esta felicidade com os meus pais, mas infelizmente não posso. Tentei não chorar, para não borrar a maquiagem. Cheguei na empresa e parei o carro. Entrei e desta vez não me dirigi à moça de receção, fui até ao elevador e apertei o botao 23 e lá ia eu subir aqueles andares todos. Não parei em andar nenhum a não ser no meu, talvez por ainda ser 8.40, cheguei ao 23° andar e não estava lá a tal de Monique, aliás estava tudo escuro, ok eu estava 20 minutos adiantada. Quase tomei um susto quando o elevador se abriu atrás de mim.

Antonio: senhorita Stroviski - ele parecia surpreso

Luana: Bom dia senhor Félix - ele caminhou em direção ao escritório dele e eu o segui - será que me pode dizer onde irei trabalhar - ele parou de andar e me olhou

Antonio: ali, na secretaria da esquerda - eu olhei para o local, parecia vazio, era a secretaria ao lado da Monique - tem um portátil numa das gavetas, deve ter canetas também, e quando a Monique chegar explica lhe o que tem de fazer - eu o olhei e antes de puder abrir a boca, ele entrou no escritório dele fechando me a porta na cara.

Idiota. Mal educado. Eu odiava gente assim, eu fui criada com educação e ser educado é o mínimo que uma pessoa pode fazer pela outra. Enfim, respirei fundo e fui ate à "minha" secretaria, sentei me, pousei a minha bolsa, e comecei abrir as gavetas, realmente tinha um portátil ali, ele era cor de rosa, o que dava a entender que quem trabalhava ali antes era uma mulher. Olhei as outras gavetas e também havia canetas, postites, folhas e uma agenda, tirei tudo para pôr na mesa e abri a agenda, tinha várias coisas escritas, como reuniões, acordos, datas da assinatura de contratos e coisas assim, mas tinha parado de ter coisas já à um mês, talvez eu devesse comprar outra agenda e deixar aquela ali, afinal não era minha. Saí dos meus pensamentos quando a minha colega de trabalho saiu do elevador.

Monique: bom dia, parece que a novata apareceu cedo - eu sorri fraco - desculpa pelos meus modos, sou Monique, qual é o teu nome mesmo? - era normal que ela não se lembrasse

Luana: Luana - eu sorri para ela e ela retribuiu

Monique: ok vou tentar decorar, mas pronto, vou te ensinar as coisas principais hoje, mas há algo que precisas de saber - ela parecia séria

Luana: o que?

Monique: o senhor Félix, não gosta de erros - eu engoli em seco - tu tens de ser sempre perfeita e além disso tens de ser calada, não podes dar a tua opinião, e mesmo que ele ta peça, dizes sempre que concordas com ele

Luana: mesmo que não concorde? - aquilo não me parecia certo

Monique: se queres manter o teu emprego, a resposta é sim - eu acenti e ela começou a ensinar me tudo, algumas vezes o Senhor Felix a chamava e ela deixava me a fazer alguma coisa simples para ver se eu aprendia.

No fim do dia, segundo Monique eu tinha aprendido muitas coisas, e sinceramente aquilo não parecia ser difícil. Deu as 18 horas e eu decidi ir embora. Despedi me de Monique e entrei no elevador, antes do elevador fechar pude ver Monique a tirar o casaco  e a entrar no escritório do chefe, antes de fechar a porta, vi ela ficar apenas de sutiã e calcinha. E graças a deus o elevador fechou, não queria nem sequer ver o resto. Não era que sexo seja algo que eu nunca tenha feito porque já fiz com um ex namorado meu, mas transar com o chefe é algo errado, porque que eu saiba eles não têm uma relação. Eu saí da empresa confusa, a Monique tinha um caso com o Senhor Felix e eu ia ter de fingir que não sabia. Praticamente voei até casa, estava morta e tinha medo de ver alguem, sabe lá se eu não abria a minha boca.