Capítulo 33

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Luana narrando

Cheguei no meu apartamento em prantos, sei nem como o homem do uber me aguentou. Liguei a água da banheira e enchi enquanto tirava a roupa, depois me deitei lá dentro. Porque eu fui logo transar com ele, com tantos homens tinha de ser logo com um idiota. Eu já sofri demais por amor nesta vida e mesmo assim parece que não há um jeito de eu ser feliz.
Fiquei duas horas na banheira, por fim acabei por me enrolar num roupão e peguei no meu computador, comecei a redigir a minha demissão, não queria ficar naquela empresa nem mais um dia. Quando acabei já era de noite, nem tinha comido nada o dia todo. Então decidi pedir pizza. Quando chegou me sentei no sofá e comi enquanto via um filme. Acabei por adormecer ali mesmo.

E a segunda feira chegou, eram 9.50 quando o uber me deixou na porta da empresa, meu carrinho ainda lá estava. Entrei e fui direta ao elevador, subi até ao andar e Monique já estava sentada na sua secretária com uma cara nada boa.

Monique: ouve lá - ela se levantou e veio até mim - não é porque és a queridinha dele agora que tens de me deixar com o trabalho todo na mão - ela estava bastante irritada, eu apenas sorri, estava de bom humor hoje

Luana: relaxa, em breve será pior - caminhei até à porta do escritório dele

Monique: como assim? - eu me virei para a olhar

Luana: apartir de hoje, és a única secretária dele - ela ficou sem entender e eu entrei sem bater na porta. Ele e Martha conversavam, mas logo voltaram atenção para mim

Martha: Luana, já não nos víamos a um tempinho - ela veio me abraçar

Luana: é sempre bom ver te Martha - sorri para ela

Antonio: já não se bate à porta - eu o olhei e sim tive vontade de chorar, mas mantive a postura, não ia chorar por um canalha

Luana: não vou precisar mais de entrar aqui sequer, então sempre quis entrar sem bater - sorri e caminhei até ele, pousei a minha demissão em cima da mesa e os olhos dele foram para o papel

Martha: como assim Luana? Que conversa é essa? - ela falou depois de fechar a porta

Luana: eu estou me despedindo Martha - ela me olhou chocada

Martha: porque? O que aconteceu? - ela me olhou e depois a António - o que tu lhe fizeste?

Luana: fez muita coisa Martha - ele me olhava sério - mas sinceramente, já não importa, até é melhor eu ir embora mesmo

Antonio: eu não vou aceitar esta demissão - ele empurrou o papel na minha direção, eu apenas voltei a sorrir

Luana: não me faças essa António, já não bastou seres um canalha comigo e ainda me queres prender aqui - ele me olhou evidentemente surpreso

Antonio: eu exijo respeito Luana, ainda sou teu chefe - ele se exaltou

Luana: não és mais, aliás não me és mais nada, tal como nunca devias ter sido, eu quero distancia de ti por isso vais aceitar esta demissão e deixar me em paz

Antonio: eu sempre te dei paz

Luana: não! - eu levantei a voz - tu nunca me deste paz, tu sempre fizeste um joguinho de sedução comigo, e tudo para que? Para transares comigo ou melhor foderes comigo, te declarares e dizeres no dia aseguir que é tudo mentira, que foi tudo por sexo

Martha: tu fizeste o que? - ela se virou para António

Luana: tu não prestas, tu não tens nada aí dentro, não existe uma ponta de compaixão em ti, eu sempre soube que tu eras um canalha, um idiota, um mal educado, mas eu nunca liguei, porque eu me envolvi, eu me entreguei a ti, todos me diziam que era o errado mas mesmo assim eu não acreditei - ele me olhava bem no fundo dos meus olhos - eu fui uma idiota por acreditar que um homem como tu podia mudar, podia ter sentimentos, podia dar mais valor ou até mesmo ter respeito por uma mulher, mas não, tu não me respeitaste, não me deste valor, não foste compreensível, apenas foste um canalha, um idiota, como eu sempre tentei pensar que não eras, mas olha , afinal eu me enganei mesmo - eu me calei e ninguém naquela sala falou - eu estou indo embora, e se minha demissão não for aceite, problema teu - me virei para Martha que ainda encarava o irmão chocada - foi muito bom ter te conhecido, foste sempre muito amiga, simpática e verdadeira comigo, então eu só tenho te agradecer pela tua amizade, e espero que no futuro ainda não encontremos

Martha: Luana...

Luana: não precisas de dizer nada - olhei António e logo depois voltei a olhar Martha - adeus

E saí daquela sala, Monique estava calada enquanto olhava para o computador, parecia ter ouvido tudo. Fui até à minha secretaria e peguei nalgumas coisas minhas, logo depois entrei no elevador e fui para a garagem, entrei no meu carro e dl saí dali, deitando o cartão do estacionamento pela janela fora.

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