E se... eu estiver gostando?

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É domingo 01:37 da manhã e o que eu estou fazendo? Dormindo? Não queridos, estou atualizando capítulo!!! AEEEEEEEEEEE

É muito provável que eu tenha deixado algo passar, principalmente porque estou com sono. Então, desde me desculpem.

Acho que estou surda.

Fora isso, está tudo tranquilo.

Na verdade, não tem absolutamente nada tranquilo aqui. Nem eu, nem as pessoas que me cercam.

Posso morrer de tédio e desgosto a qualquer momento, ou entrar em colapso nervoso. Talvez tudo de uma vez.

Desde a minha bela recepção, que já deve ter pelo menos uma hora, eu ainda não consegui colocar os olhos em um certo loiro safado de novo. Sem entender nada daquela safadeza eu apenas passei pela algazarra de garotos e me misturei em meio a multidão.

Acho que é melhor assim. Se eu fosse uma personagem de desenho animado, eu desejaria ter visão laser e no instante seguinte ele estaria frito, ou melhor, tostado.

Ainda assim, seja lá em que parte da casa ele esteja nesse momento, espero que meu olhar pese sobre sua cabeça.

Não fiz questão de me apresentar ou de fazer amizade com ninguém, apenas entrei a procura de um lugar para passar as próximas horas com o mínimo contato possível com outras pessoas.

E é aqui, sentada em uma das banquetas da cozinha de uma república lotada de pessoas barulhentas, no coração de uma festa que possui tudo o que eu tenho prazer em evitar é que me vem à certeza.

Eu, definitivamente, não pertenço a esse lugar.

Rose Red é bem como imaginei, a típica irmandade com uma casa digna de filmes clichês adolescente de Hollywood. Por um instante me senti como Molly Morris*, tendo que me infiltrar aqui. Não foi difícil já que a casa me lembrou bastante a do filme.

Aqui, agora, eu me sinto como um peixinho de aquário minúsculo. Nada, nada e nada. Mas, nunca chega a lugar nenhum. Há um limite, que aparentemente não pode ser transposto.

Eu ficaria triste, se não estivesse acostumada com isso. O que de certa forma é ainda mais deprimente.

Mas, e se?

E se eu for o peixinho que toma impulso e saltar sem medo para fora? Posso morrer? Possivelmente. Posso virar uma presa? Com certeza.

Mas há uma chance. Uma pequena possibilidade, uma minúscula esperança. Sempre haverá um "e se". Basta ter coragem. Antes morrer tentado a morrer conformado a mesmice.

Porém, ao mesmo tempo que não quero ter e se 's para me assombrar, eu também sinto como se não tivesse forças para fazer nada a respeito.

--- Tessala, não é? --- uma garota de cabelo castanhos e curtos perguntou do outro lado da ilha da cozinha, me fazendo erguer os olhos da garrafa de água entre minhas mãos. --- Eu sou Jéss, e aquelas ali são Ariadne e Yracelma. --- ela indicou duas outras garotas que acenaram simpáticas.

—Ei, o que foi aquilo mais cedo? Não cheguei a ver, infelizmente, mas você já é meio que uma lenda para algumas pessoas do campus. Daria tudo pra ter visto a cara do Ben. — A que estava sentada em outra banqueta e próxima a mim começou a falar animada. — A propósito, pode me chamar só de Ari mesmo.

— Bom, acho que quando eu descobrir o que foi eu te conto. --- comentei, torcendo para que minha voz saísse agradável e calma. --- Mas a cara dele realmente foi impagável. --- Ela abriu um sorriso de puro divertimento logo que soltei minha última frase.

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