Já eram 14:03 e eu queria realmente que a Megan chegasse e abrisse pra mim e me dissesse: Sinto muito por destruir seus sonhos em ter uma família com o Luke, mas você não está grávida. Mas ela não chegou, e a cada momento eu ficava tentando lutar contra minha vontade de ir lá abrir e resolver isso logo, eu acabaria desistindo de ir novamente se meu consciente não fosse tão perturbador. "Não pode fugir Mand, não dessa vez."
Desliguei a televisão e subi para o meu quarto praticamente correndo, se eu fosse devagar com certeza desistiria e acabaria voltando para o sofá. Abri a porta e encarei o envelope encima da minha cama, esperando para ser aberto. Me ajoelhei no chão ao lado da cama e peguei o envelope na mão, hesitei em abrir igual na carta da Anne e do meu pai. Rompi o lacre e tirei o papel lá de dentro lentamente, fechei os olhos e comecei abrir o papel por completo. Teimei em abrir os olhos, e minha vontade era de amassar aquele papel e jogar pela janela, pena que ela está fechada. Abri os olhos lentamente e fixei na letra miúda.
― Não, não pode ser ― digo a mim mesma.
Eu poderia gritar para minha mãe se eu conseguisse, mas nada saia de minha boca, eu só chorava de forma lenta e dolorosa. Não conseguia ver nada além daquele positivo. Que merda de futuro eu daria a essa criança? Como eu cuidaria dela se eu não sei nem cuidar de mim própria?
Levei minha mão em minha barriga e deixei meu corpo escorregar no chão, e fiquei olhando para o teto forrado do meu quarto, mas com a cabeça totalmente em outro lugar.
― O que vai ser de nós? ― Tentei gritar, mas o máximo que saiu foi uma voz fraca de choro desesperado. As lágrimas caiam no chão, eu não acredito nisso ainda. ― O que vou fazer? ― perguntei esperando que alguém respondesse, mas não havia ninguém aqui além de mim e essa criança, meu filho com o Luke.
― Luke ― sussurrei e chorei mais. Quem é Luke agora? Nada!
Levantei do chão lentamente e fui no meu guarda roupa, peguei minha touca vermelha e um casaco, coloquei umas botas para me proteger do frio e sai do meu quarto lentamente torcendo para que ninguém me ouvisse ou estivesse lá embaixo. Desci as escadas e para minha sorte não havia ninguém, sai porta afora. Coloquei meus fones conectado a meu celular e coloquei em modo aleatório no volume máximo.
Após fechar a porta principal que dava acesso a casa, comecei andar lentamente pela rua fria de Londres. Havia poucas pessoas na rua por conta do frio enorme que fazia, alguns carros passavam rapidamente, provavelmente quem estivesse dentro queria voltar para casa e se esquentar em uma lareira.
Tudo isso me fez lembrar do livro Antes de Tudo Acabar da Mary C. Muller. " Enfim. Foi um agosto, estava frio, foi uma droga. "
É agosto, está frio e realmente está sendo uma droga. Continuei andando enquanto tentava aquecer minhas mãos batendo elas uma na outra. Eu não sabia que rumo tomar, eu pouco me importava para onde eu estava andando, ou para onde essa rua me levaria. Eu queria sumir, só isso. A música Skyscraper da Demi quase estourava meus ouvidos, lágrimas saiam dos meus olhos sem pedir permissão, mas a dor continuava ali.
Por que eu deixei isso acontecer? Agora só era eu, o que faria?
Puxei a manga da minha jaqueta e levei até minhas mãos, e olhei para frente, a música ainda tocava e é como ela diz: " Você tem que fazer como se não restasse nada de mim? " Só conseguia pensar no Luke, em como por um momento fomos felizes, quando éramos só nos dois colados um no outro, sem ninguém para atrapalhar ou fazer eu abrir meus olhos e mostrar que o mundo é cruel.
O caminho que eu percorria acabou me levando a lugar nenhum, apenas passava por casas e mais casas, mas ele me levou a pessoa certa. Lá estava uma garotinha de aparentemente seis, sete anos correndo em seu quintal enquanto havia uma barraca armada, totalmente cor de rosa em seu gramado perfeitamente limpo. É estranho o fato de uma garotinha tão pequena estar em meio a tanto frio, mas ela nem se importava, continuava a brincar sozinha enquanto corria e pegava umas pedras e colocava na barraca, e depois voltava a correr, indo em direção ao resto do montinho de pedras. A porta da casa estava aberta e não demorou muito para uma mulher aparecer.
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[Pulsos]
Teen FictionEssa história não é para ser lida, só vivendo você vai entender. E se um dia seu pai saísse para trabalhar e nunca mais voltasse? Sem dar tchau, sem um adeus, sem um sinto muito? Isso aconteceu com Amanda Swain Carter, uma garota americana que foi a...