― O caminho de casa deve ser pra lá ― digo alto, esperando que alguém responda que sim. Mas não tinha ninguém.
Pego meu celular e ligo pro Boby para me buscar, não demorou muito e ele chegou.
― O que faz aqui sozinha moça? ― pergunta.
― Estou esperando meu amigo vir me buscar ― digo enquanto sorrio e ele ri.
― Quer dar uma volta?
― Oh não ― respondi. ―Vai que você é um sequestrador.
― Idiota. Entra ai. ― Entrei e comecei a rir.
― Devíamos fazer teatro.
― Não. Você é péssima. ― Rimos. Ele se aproximou de mim e deu um beijo no canto de minha boca, aquilo me fez me arrepiar. Sei que o que sinto por ele é intenso, mas o que sinto por Luke parece ser muito mais. E não sei mais o que sinto por quem.
― Boby ... ― sussurro.
― Não diz nada ― disse no mesmo tom que eu. Seus lábios se encontraram o meu e nos beijamos, isso era errado ou não?
― Para. ― Me afastei dele um pouco e o encarei. ― Não posso fazer isso com você.
Eu realmente não podia fazer aquilo com ele, ele gosta de mim, eu sei. Mas eu não consigo gostar da mesma forma, e ficar com ele quando penso no Luke não é certo.
― Me dá uma chance ― disse calmamente e com o rosto colado ao meu, sinto sua respiração.
― Melhor não ― digo e afasto ele de mim, viro o rosto enquanto olho para a rua pela janela, ele arranca e eu me escoro no banco e fecho o olho. O que estou fazendo?
O carro é parado e abro os olhos olhando por fora da janela a minha casa.
― Podemos nos ver amanhã? ― pergunta.
― Claro. ― Dou um beijo na bochecha dele e saio do carro e acompanho com os olhos até virar a esquina. Entro em caso e sinto meu celular vibrar. Pego ele enquanto abro a porta, era a Anne.
"Quer dormir aqui em casa hoje? Vamos numa festa!"
― Assim vai tropeçar ― disse minha mãe e olho pra ela. Enquanto deixo a conversa com a Anne aberta.
Ri.
― Mãe posso dormir na casa da Anne? ― pergunto.
― A Megan vai?
― A senhora sabe que não ― respondo.
― Pode sim. Mas juízo ― disse. ― E quando digo juízo, digo para ter juízo mesmo. Não igual fez na festa que foi com a Megan. Entendido?
― Sim. ― Subi correndo para o quarto, e respondi ... " combinado".
Abri meu guarda roupa a procura de uma roupa para ir, baguncei o guarda-roupa todo e não achei nada que ficasse legal... droga. Desci e minha mãe estava assistindo.
― Mãe, me empresta aquele seu sapato branco? ― pergunto.
― Pega lá. ― disse enquanto se mantinha nos braços de Will, assistindo a televisão.
― Onde está? ― pergunto.
― No guarda roupa... dentro da caixa. ― Subi correndo e fui pro quarto dela e abri o guarda roupa e fui procurar o sapato... abri umas três caixas até que abri outra e vi um monte de coisas, a minha pulseira que meu pai me deu quando era pequena, antes de me dar essa que estou usando, as cartas que dei pra ele no dia dos pais... vi uma carta diferente. Essa não foi eu quem dei. Ela ainda estava lacrada. Olhei para quem era ... "Para Mand Carter, de Edward Carter". Fechei um pouco os olhos e apertei forte, tentando impedir que lágrimas surgiam. Ele escreveu uma carta pra mim?
― Mãe. ― gritei e depois de alguns segundos vi ela abrindo a porta e me encarando, levantei o papel mostrando a ela, e nesse instante sua feição mudou totalmente de curiosa para preocupada.
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[Pulsos]
Teen FictionEssa história não é para ser lida, só vivendo você vai entender. E se um dia seu pai saísse para trabalhar e nunca mais voltasse? Sem dar tchau, sem um adeus, sem um sinto muito? Isso aconteceu com Amanda Swain Carter, uma garota americana que foi a...