Sete

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Acordei com o despertador tocando, minha cabeça estava explodindo. Vi a blusa do Luke jogada ao lado da cama e sorri. Levantei da cama, tomei um banho, estava ainda bem confusa com tudo. Me arrumo e desço após guardar sua blusa na mochila.

― O que aconteceu ontem? ― minha mãe pergunta enquanto sento com ela e Megan.

― A Megan quis vir... Não pode?

― Não estou falando disso ― disse rispidamente, e parecia estar brava comigo.

― Está falando do que?

― Sua blusa ... cadê?

Fingi me concentrar no meu achocolatado, para me dar tempo de pensar em uma desculpa.

― Ah, bom ... ― Fui interrompida pela Megan.

― Eu derramei sem querer refrigerante na blusa dela, e o Marcus deu a dele.

― Hum ― minha mãe disse e se vira, comendo.

― O que te deu? Resolveu se importar? ― pergunto a minha mãe que faz uma cara de desentendida.

― Sempre me importei.

― É verdade. Você foi uma ótima mãe ― ironizo, pego minha mochila e saio de casa. Fico esperando Megan lá fora.

― Não devia tratar ela assim ― Megan disse fechando a porta e vindo em direção a mim.

― Trato como quiser ― digo rispidamente.

― Mand ...

― Desculpa. Eu não consigo. Tudo bem!?

Vivi dois anos da minha vida sem ela se dirigir a palavra a mim e agora querem que eu a trate como? Como a mãe que ela não foi?

― Ela é uma boa pessoa.

― Para você ― digo e começo a andar.

― Ela está tentando corrigir.

― Agora? ― pergunto sarcástica.

― Pelo menos ela está tentando.

Ficamos em silencio até chegar no colégio. Chegamos e me sento perto da Anne que me olha e vira o olhar.

― O que foi? ― pergunto.

― Que eu saiba você odiava bebidas alcoólicas!

― Ah bom... como descobriu?

― Certeza que se olhou no espelho hoje? ― perguntou e riu de mim, depois colocou a mão em meu cabelo, colocando uma mecha paro outro lado.

― Acho que sim. ― Começamos a rir.

― Parou de usar blusas com mangas? ― Colocou a mão em meu pulso. ― Qual é? Fizeram lavagem cerebral em você? Hum? ― riu-se.

― Idiota. ― Dei um tapa na cabeça dela. ― Não está aparecendo muito e as pulseiras escondem.

― É.

― Preciso te dizer algo... ― digo um pouco desconcertada e coço a cabeça enquanto encaro ela.

― Diga.
― Quero te falar por que me corto ― digo. Ela estava preste a me interromper, mas a interrompi primeiro. ― Eu me corto por que meu pai me abandonou. Eu sei que você deve estar pensando que não é motivo, mas eu não consigo controlar... E por conta disso, qualquer coisa me faz passar uma maldita lâmina no meu braço.

― Sinto muito ― sussurrou. ― Ele não voltou? ― perguntou.

― Não. ― Abaixei a cabeça, e apertei os olhos para não começar a chorar.

[Pulsos]Onde histórias criam vida. Descubra agora