Cinco

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Acordei atrasada como sempre, tomei um banho rápido e desci. Hoje era a folga do Will, ele estava tomando café com minha mãe e Megan.

― Bom dia! ― ele disse alegremente.

― Bom dia ― respondo. Me sentei e comecei a tomar suco com bolacha, enquanto me concentrava na cor da parede, é uma bela cor, mas preto com certeza ficaria bem melhor.

― Já vou indo. Tchau, pai ― Megan disse e se levantou enquanto pegava sua mochila que estava no balcão da cozinha.

― Não vai esperar a Mand? ― pergunta seu pai enquanto olhava para mim e para ela.

― Não, eu preciso ir.

― Espere a Mand ― disse e voltou a tomar seu café, era sua última palavra.

― Ninguém merece ― resmungou a garota e seu pai fingiu nem escutar.

Terminei de comer, peguei minha mochila e fomos para fora. O ar gelado me torturava um pouco, apesar de eu estar com uma de minhas blusas de frio mais grossas. Hoje a rua estava totalmente movimentada, talvez seja por conta do horário.

― Vamos chegar atrasada por sua culpa ― disse revoltada, me fazendo parar de olhar o movimento da rua e olha-la.

― Não pedi para me esperar.

― Mas meu pai sim.

― Estou nem ai ― digo e coloco as mãos sobre os bolsos da blusa. Parecia que nem isso estava adiantando, meus dedos estavam para congelar.

― Idiota. ― Ela revira os olhos.

― Para com isso ― digo. ― Vai ficar assim comigo até quando? Eu já pedi desculpas.

― Tem coisas que não se resolvem com desculpas.

― O que quer que eu faça? Eu já não sei mais o que fazer.

― Não quero que você faça nada.

― Você é muito chata ― digo com a voz um pouco mais alterada.

― Essa fala é minha. ― Megan riu-se com o que disse, ou talvez com o fato de eu estar brava já.

― Ah, cala a boca.

― Desculpe pela Liv ― disse abaixando o olhar. Diferente de mim ela não estava nem um pouco se importando com o frio.

― Ela é uma chata, como era amiga dela?

― Comigo ela era legal.

Não posso acreditar que a Liviane é legal com alguém, não que eu a conheça, mas o pouco que vi dela, mostra o quanto ela só se importa com ela mesmo. Não dá para acreditar nisso.

― Serio? ― perguntei quase rindo do que Megan acabara de dizer.

― Sim. Ela me ajudou a me reerguer quando ninguém gostava de mim. ― Megan sorriu. ― Eu não tinha ninguém, tive que deixar as pessoas que eu gostava no antigo colégio. E quando cheguei, Liviane me fez ser alguém. Ela e... não importa.

― Ela sabe tudo?

― Tudo.

― E o que deu nela então? ― questionei.

― Ciúmes.

― De você? ― perguntei.

― Talvez. Mas é mais do Luke. Ela não admite perder.

― Você e o Luke...? Eu achei que você gostasse do Marcus...

― Não, não ― disse abanando as mãos, como se ela e o Luke fosse algo totalmente estranho de se pensar. ― Você e o Luke.

[Pulsos]Onde histórias criam vida. Descubra agora