Chapter Four - Desire.

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Quando cheguei, mama já havia chegado, estava cambaleando pela casa, aparentando estar embreagada..

– ei, pirralha. - ela chamou minha atenção.

Eu fingi que não a escutei, apenas fui calada e serenamente para meu quarto.

– Eu tô falando com você garota! - exclamou ela.

Parei na entrada do mesmo, me virei, e a encarei.. com um tipo de olhar que nem eu estava acostumada.

– Se vire sozinha sua traíra. - fechei a porta na cara dela, trancando-a.

Ela se enfureceu, mas logo foi tomar um banho ... e escutei papa entrar junto a ela, mas não pude ouvir a conversa, apenas ouvi ela saindo rapidamente do banheiro, ainda enfurecida.. e indo para o quarto.. deixando papa sozinho.

Acho que agora ele deve ter tido um gatilho ...de que ela não o ama de verdade.

[Dia seguinte.]

Outro dia, porém eu sabia que seria práticamente a mesma porcaria dos outros.

Me levantei, fui me lavar ... e fui para a cozinha tomar café com meu papa.

– Ohayooo papa! ,- digo sorrindo.

– O-.. ohayo... - respondeu, frio.

Eu não reparei que o mesmo estava tão frio, mas ainda me manti conversando com ele.

– Papa... eu ... queria te perguntar uma coisa.

– Pergunte mesume-chan... - Ele respondeu, sem nem olhar para mim.

Eu fiquei um pouco ansiosa, e insegura ... como se estivesse com medo de perguntar, mas mesmo assim, arrisquei.

– Com quantos anos posso começar a estudar?

Ele logo ergueu a cabeça, e me encarou como se estivesse com raiva.

– Como assim!? Você quer estudar?! 

Eu fiquei assustada com o tom de voz dele, para uma criança, aquilo era quase.como uma violência psicológica.

– H-... hai, papa... eu não quero ser como a mama..... quero ser, diferente.

Ele ficou sem reação, e sem resposta .... mas logo depois veio a responder.

– Você ainda é muito nova, mesume-chan.

– M-mas ... existe escola para crianças com a minha idade, eu ... gostaria de esperimentar .... 

Ele suspirou, como se não tivesse gostado da minha decisão.

– eu quero tentar, papa... Onegaishimasu ... ? - questionei, perdendo o apetite.

Ele ficou calado .... por alguns segundos, e logo depois se levantou, e olhou para mim, e veio em minha direção.

– Tudo bem ... - ele sorriu. - se você quer aprender, eu não posso impedir. - ele diz, com um tom sereno.

Eu sorri ...  o abraçando forte.

– Dōmo arigatō papa! de verdade... - respondi, o abraçando mais forte.

– Dōitashimashite musume-chan.. 

O soltei, e fui direto para o meu quarto .... fechei a porta e me sentei no meu colchão... e comecei a meditar..

Acho que esse foi um dos dias mais felizes da minha vida.

Finalmente... vou me tornar alguém, vou aprender... A ler, a escrever... 

E acima de tudo, não serei igual a minha mãe..

Serei uma pessoa de fato, não uma.. 

Vagabunda.   


Kimetsu no Yaiba - The Storm Inside Me.Onde histórias criam vida. Descubra agora