JAKE
Acordei com o barulho de vozes vindos da sala, pareciam desesperadas, então ouvi passos correndo e bateram na porta do meu quarto com força, por um segundo achei que fosse um assalto, mas quando o rosto desesperado do Davie apareceu na porta pressenti que era algo bem pior que um assalto, ele estava pálido, e falou com uma voz baixa, quase sem força:
-A Layle... Está no hospital.
Não precisava ouvir mais nada, no segundo seguinte estava em pé vestindo uma camisa, pediria explicações depois, precisava ir até ela, peguei meu celular e só então vi as inúmeras chamadas perdidas do Davie, desci as escadas correndo, meu pai estava no telefone e minha mãe vestia um casaco, obviamente os dois também iam pra lá, aquilo queria dizer que era grave, meu desespero só aumentava. Assim que me viu meu pai disse:
-Você não vai dirigir assim, deixa o Davie dirigir, vamos passar no apartamento pra avisar os pais dela e vamos pra lá.
Não tive tempo pra discordar ou discutir peguei o casaco que minha mãe tinha pegado pra mim e saí atrás do Davie, meu pai me disse pra deixar o Davie dirigir, mas ele dirigia bem rápido, estava desconcertado, não critiquei, eu teria feito pior.Assim que chegamos no hospital, mal esperei ele estacionar, desci e entrei correndo, precisava vê-la, precisava saber se ela estava bem , mas assim que entrei vi Ruth na sala de espera. Ela levantou assustada quando me viu, parecia nervosa. Me aproximei e perguntei:
-O que você tá fazendo aqui?
-Foi ela que me avisou que a Layle estava aqui
Davie respondeu atrás de mim, aquilo me deixou confuso, Ruth tinha machucado a Layle da mesma forma que me bateu? Duvido, Layle nunca a deixaria encostar a mão nela:
-Eu trouxe ela pro hospital, ela estava comigo quando passou mal, tentei ligar pra você, mas você não me atendeu, então liguei pro Davie.
-O que? O que você fez com ela?
Me aproximei mais dela, mas Davie me segurou, percebi que ela não estava com o olhar de arrogância de sempre, ela estava assustada:
-Eu não fiz nada, eu juro.
Nesse momento meus pais e os pais da Layle chegaram, pareciam desesperados, sua mãe estava tentando manter a calma mas era nítido o quanto estava preocupada, ela tentou entrar em um das alas mas foi barrada por um enfermeiro, era possível ouvir a conversa:
-Eu preciso ver a minha filha, ela deu entrada agora a pouco no hospital.
-Ela esta sendo atendida agora mesmo, precisar aguardar, o médico virá falar com vocês.
Mesmo insatisfeitos com a resposta eles vieram até nós e se sentaram nos cadeiras desocupadas, a mãe da Layle estava muito nervosa, estava sendo consolada pela namorada do August, ele por outro lado parecia surpreso ao nos ver, mais principalmente na Ruth, que mantinha um olhar baixo o tempo todo, ele se aproximou dela até que ela o encarasse:
-Ruth?
-Senhor Archer, desculpa não ter o avisado primeiro, eu perdi seu contato.
-Tudo bem, eu não sabia que você e a Layle se conheciam.
-É mais recente do que imagina.
-Você estava com ela? O que aconteceu?
-Eu não sei, estávamos conversando e ela começou a se sentir mal do nada.
A conversa podia ser ouvida por todos ali, então a Ruth já conhecia a família da Layle, aquela maldita, ela ainda escondia muita coisa, e aquela Ruth que estava ali conversando com o August não parecia nem um pouco com a Ruth da escola, não me importei com os olhares das pessoas ali, me intrometi na conversa:
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Nas linhas do destino
RomansaDois amigos de infância, que agora estão no ensino médio, correndo atrás dos seus sonhos e metas, enfrentam uma série de problemas que ameaça a amizade deles. Mas o destino é cruel e a vida imprevisível. Acompanhe o desenrolar e desfecho dessa histó...