Verdades a tona

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LAYLE
 
             Abri os olhos com uma certa dificuldade e olhei o despertador ao lado da cama: 6:00h, ouvi uns barulhos vindo da cozinha e deduzi que era minha mãe, ela realmente acordava cedo, decidi levantar também, hoje seria um dia longo. Quando cheguei na cozinha, já banhada e arrumada pra escola, minha mãe parecia inquieta olhando minhas correspondências enquanto tomava café e comia uma torrada:
 
-Não é falta de educação olhar as correspondências dos outros?
-Bom dia Layle. Vai mesmo pra escola hoje?
-Eu posso ser dona de uma empresa mas ainda preciso estudar.
-Não gosto do seu sarcasmo.
-Não tenho culpa de ter herdado isso de você.
 
             Me sentei a sua frente e me servi de café, então ela estendeu uma das cartas pra mim:
 
-É de um garoto chamado Pitter.
 
         
    Peguei a carta e abri com cuidado, tinha vários fotos da Universidade Columbia, era majestosa, Pitter aparecia em algumas fotos, ele tinha conseguido, iria ingressar na Columbia, atrás da última foto ele tinha escrito: “Seu futuro está te esperando aqui”. Fiquei ali por alguns segundos, ele estava certo, se eu fosse sofrer presa em uma sala seria na Columbia estudando, não em uma empresa de marketing.
        
     Seria dureza ir pra escola nessas semanas. Sei que logo todo mundo saberia o porquê do time ser impedido de avançar pras estaduais, mas eu não podia deixar isso me afetar não podia perder meu foco. Suspirei e coloquei as fotos de volta na carta, iria guardar depois, minha mãe me observava calada, então quebrei o silêncio:
 
-Não posso assumir a MLA.
-Seu pai jamais de pediria algo assim. Ele sabe que você tem o espirito livre igual o da sua avó. Se você for assumir será por vontade própria.
-Então ele vai tirar meu nome da empresa?
-Ele não pode fazer isso.
-Por que não? Acabou de dizer que ele não vai me forçar a assumir.
-A empresa não é dele.
 
       
      Ela disse de forma calma e despreocupada enquanto se servia de mais uma xicara de café. Ela me analisava e eu tentei não demostrar reações enquanto ela continuava:

 
-Como dona da empresa você é a única que pode tirar seu nome de posse, passando pro seu herdeiro.
-Herdeiro? Enquanto aos meus primos?
-Eles tem a parte deles, mas não como donos, se quer tirar a empresa do seu nome, tenha um filho e passe pro nome dele, mas se quer um conselho, eu não faria isso se fosse você, porque até que ele seja maior de idade, legalmente você ainda vai ser a dona.
-Que saco.
-Não se preocupa seu pai vai segurar as pontas por lá até você decidir o que vai fazer.
  -Até mais mãe.
 
        
     Foi tudo que disse antes de pegar minha mochila e sair, não cederia tão fácil assim, tinha que ter outra forma de me livrar desse fardo, só da empresa ter minhas iniciais já era problema suficiente.
        
     Assim que cheguei na escola senti alguns olhares sobre mim, ótimo! Podia ouvir alguns alunos comentando sobre o time ter perdido o jogo e ser desclassificado do campeonato, um misto de emoções me afloravam, evitava todos os garotos o time que eu via, mas isso não foi mais possível quando cheguei no meu armário, Jake estava lá, distraído procurando alguma coisa, me aproximei com calma e assim que ele me viu o cumprimentei:

 
-Oi?
-Oi.
-Sinto muito pelo campeonato.
-Não deveria, de qualquer forma não chegaríamos longe, cortar a parceria foi o melhor que fizeram.
-Você sabia?

 
             Não consegui esconder o espanto, Jake ficou levemente vermelho, acho que ele tinha falado de mais, mas apesar de fingir que não ligava ele parecia bem afetado, me deixando mal por ele, então voltou a mexer no seu armário e continuou falando sem olhar pra mim:

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