Não quero mais acreditar
Sentir bater forte o peito
Que esse meu amor não é daqui
Não existe nos outros
Que tanto querem carne
E o difícil desses dias fáceis
É aceita que é assim
Sua boca que beijei
Desejando ser aquele o primeiro último
[beijo
Foi? Será?
Seu corpo que toquei como algo divino
Será a escadaria que muitos passam
E não dão valor a estrutura dos degraus
Em quais promessas posso acreditar
Se promessas são sempre quebradas
Como copo de vidro em mão de criança
Não existe quem ame nessa terra
Todos são sujos
Sorriem, falam de amor
Como casual discurso
Está quente hoje, vai chover
Trouxe-me, Deus, em um tempo que não é
[meu
E sofro, sofro, choro por dentro
Aqui fora não há espaço para lágrima alguma
Sofro e quero sofrer mais
Quero um último desencanto
Quero ver meu coração amargurado em pedaços
Jogados no chão de minh'alma
Sentir um desgosto na boca
Sentir o silêncio vir do meu peito
Cavidade torácica
Pulmão
Sangue
Serei o comum dos homens
Anatômicamente perfeito
Beijarei as moças
Prometerei amores
E beijarei outras moças
Não enganarei ninguém
Só a mim mesmo
Que sofro
E quero sofrer mais
Até não existir nada
Que me salve
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Realidade Y
PuisiQuando a realidade dos engarrafamentos não agrada, das buzinas, das pessoas sem tempo. Quando essa realidade não nos é suficiente é hora de mergulhar em uma outra. O que acha de mergulhar nessa, Realidade Y, onde o andar do gato é dança e a voz da m...