Quando não posso ser

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Inventarão-me , darão-me nome, atribuirão-me características

Serei um negro, branco, mestiço, pobre, bandido

Jogado em um mar repleto de escolhas (iscas) 

Escolhas! Quais escolhas? Serei pesado, medido e vendido

E assim meu corpo não vai ser meu, minha vida, doce ilusão

Qual destino tenho, se ter não tendo é nada, nada meu

E quando me perco nessa imensidão, tão vão, eu 

Eu, eu, que se pudesse seria outro, mas sou seu 

Sou seu operário, sua mão calejada, 

Sou o seu suor, mesmo não escorrendo de sua testa

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