11- Paixão

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Nanda

Passar a morar com Félix não foi tão ruim, e também, nós dois nos encontramos mais durante o fim da tarde, que é a hora que nós dois voltamos do trabalho, então nem dá tempo de enjoar um do outro. Mesmo que trabalhemos no mesmo lugar, nos encontramos pouco.

Depois de ter saído de casa, minha mãe me ligou uma vez, quando eu atendi e disse que não voltaria para casa porque ela não confia em mim e não queria viver assim, ela disse que eu não precisa voltar mais, que era para eu ficar onde estava e que não importava.

Sinceramente, isso machucou muito, doeu no fundo da alma. E acho que essa foi uma das únicas vezes que eu não me excitei com alguma coisa, e isso foi uma surpresa enorme para mim.

Por esse motivo, eu comecei a me dedicar mais ao meu tratamento, e sei que não vou ficar cem por cento boa, mas ao menos minha ninfomania vai diminuir.

E outra coisa que anda acontecendo: Félix está diferente, está até um pouco distante. Mas eu decidi que vou conversar com ele, eu preciso descobrir o que está acontecendo, e de hoje não passa.

Com essa decisão, ainda no escritório, eu falei que queria conversar com ele quando chegássemos em casa, e que era importante.

Então, quando nós dois chegamos em casa, antes que a conversa começasse, nós decidimos comer algo não muito pesado.

Eu preparei alguma coisa simples para nós dois, já que eu não estava com muita fome e ele disse que também não estava.

- Eu acho que sei sobre o que você quer conversar - Félix disse, sem olhar para mim. Nós dois estamos sentados à mesa, comendo o lanche que preparei para nós. - É sobre eu estar meio distante, não é?

- Bom, na verdade, sim. Eu queria saber o que está acontecendo, eu não consigo entender. É algum coisa que eu fiz?

- Não, claro que não, não é você.

- Então me diz o que é - eu pedi novamente, já um tanto preocupada com toda essa história.

- Eu... Me apaixonei por você, Nanda. Eu juro que tentei impedir, mas eu me apeguei e quando vi já estava apaixonado - ele enfim disse, me deixando, de alguma forma, tensa.

Como eu diria que não posso ficar com ele, não de uma forma romântica?

Eu sei que estou indo a um psicólogo e que estou melhorando, sendo assim, não tenho mais tanta necessidade de ir para baladas a noite e ficar com homens desconhecidos.

Mesmo assim, eu tenho medo, e confesso, o medo que sinto é do sentimento, porque eu nunca me apaixonei antes, não sei como vai ser, e não sei se realmente vou conseguir corresponder ao sentimento.

- Félix, eu...

- Eu sei os riscos que seria se nós ficássemos juntos, tanto por sua ninfomania quanto por você estudar na escola em que eu trabalho. Mas se você aceitar ter um relacionamento comigo, nós podemos fazer acontecer - ele disse, segurando minhas mãos com as suas, por cima da mesa.

- Eu não sei...

- Querida, o ingrediente secreto do sexo, é o amor, e para você não vai faltar nenhum dos dois. Me dê uma chance, uh?

Ninfomaníaca [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora