Cigarettes.

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Notas iniciais:

Luka: leitor, protagonista. Não é um homem, é uma mulher.
Todos os assuntos abordados nessa obra serão apenas descritos e tratados pela protagonista de sua legítima forma, não haverá romantização alguma sobre eles.

⚠️  A mudança da escrita ao decorrer dos capítulos foram ocasionados pelo meu desenvolvimento nas expressões e uso de palavras, estão sendo todas corrigidas neste exato momento. No entanto, aproveite a leitura!  ⚠️

A playlist completa da fanfic está disponível no meu perfil.






Minhas mãos estavam amarradas com um cinto de cetim preto acima da minha cabeça, juntamente com a minha visão falha devido a luminosidade do quarto.
Os dedos do rapaz deslizavam lentamente pela curva da minha cintura, podia sentir sua respiração pesada bater contra o meu pescoço e sua presença estavam realmente marcante.

Nada estava fora dos conformes, era até previsível que chegasse a esse ponto.

O garoto dos fios negros estava me prendendo contra a parede, acariciando minha cintura enquanto beijava e mordia meu pescoço; sua respiração estava pesada e descontrolada, o ar soltava quente.

— Eu não vou fazer isso agora... Não estamos sozinhos e não quero correr risco de nos verem. — sussurrou rente ao pé do meu ouvido e logo após, deixou uma mordida no meu lóbulo.

Ego e necessidade de imploração.

Bufei em tom desapontado e o rapaz riu.

— Ei, qual é, temos muito tempo para fazer isso ainda, hm? Basta ser paciente, gatinha. — Suna soltou meus braços e me agarrou forte pela cintura, colando nossos corpos; pude sentir o calor que vinha de sua virilha, entre o tecido da calça, ele realmente estava excitado.

Ele aproximou seu rosto do meu pescoço e o chupou com vontade, obviamente, deixando um chupão ali entre tons vermelho e roxo.

Por um momento, esqueci-me completamente que estávamos em um jantar de família. Podia ouvir o faladeiro do lado de fora do quarto juntamente com os sons dos passos que as crianças ali faziam, esse realmente não era o cenário que eu esperava para quando fosse vê-lo novamente depois de tantos meses.

— Você some por quase seis meses, me manda mensagem dizendo que quer me foder e no final, deixa de lado por conta da multidão? Achei que você fosse mais que isso, Suna. — ditei aquilo no som mais irônico possível e ele riu pelas narinas.

— Shh... — colocou seu indicador entre meus lábios. — Ainda temos muito tempo para fazer isso, não seja tão presunçosa.

Ele desamarrou minhas mãos e jogou o cinto em cima da cama, após isso, selou minha bochecha e se afastou.

— É bom te ver novamente, Luka.

Ele deu um sorriso dentre os dentes e sentou-se na cama, tirando seu celular do bolso e fazendo sei lá o quê.

Me desencostei da parede e me retirei do quarto; a luz do corredor bateu muito forte contra meu rosto, logo, ouvi uma voz me chamando.

— Luka! Onde esteve?

Era minha madrasta. Ela estava novamente com aquele tom extremamente cínico e distorcido, até parece que se preocupava por onde eu estava.

— Ah... Eu estava no banheiro do meu quarto, achei melhor retocar minha maquiagem lá.

Na verdade... Eu estava prestes a transar com o seu filho naquele quarto, poderia ter feito isso a noite inteira.

Ela concordou, olhando fixamente nos meus olhos.

— De qualquer forma, eu irei lá para fora fumar. Caso precise de algo, me chame.

Pra cortar aquele clima constrangedor - apenas na minha cabeça - andei do corredor até a varanda do segundo andar, sentia a necessidade de fumar. É sempre assim.
A presença do Suna sempre causa essa atmosfera, o quão longe ele estiver, se eu estar com ele a menos de trinta minutos, dialogar com a mãe dele se torna uma completa tortura.

Essas ações remotas que levaram a essa relação problemática em escala. Turbilhão de pensamentos vieram à tona em relação ao Suna.

Me encostei no apoio da sacada e tirei uma cartela de cigarros do bolso juntamente com um esqueiro.
Acendi o cigarro e soltei o ar cinza da minha boca contra o vento.

É estranho pensar que depois de tantos anos, vê-lo longe por um tempo é torturante, ele acabou tomando conta de mim. Muitas vezes me vi terminando tudo e vivendo como irmãos normais, mas pouco a pouco, ele com aquele olhar e sorriso cínico foi tomando conta de mim pouco a pouco, como se fosse um parasita.

Suas ações e fetiches comigo não condiziam com a personalidade que ele tinha perto da nossa família. Nunca descobriram sobre nós, mas é como se eu visse um lado dele que ninguém nunca viu, ou talvez as outras parceiras dele tenham visto.. de qualquer forma.

Distraída comigo mesma, ouvi a multidão na cozinha se movimentar, o Suna havia chegado.
Ele estava de novo com um sorriso forçado. Esse cara tem uma personalidade péssima.

Os passos se aproximaram de mim e lá estava ele, apoiado no canto da porta me encarando fixamente.

— Sentiu minha falta?

— Não. Vai embora.

Ele soltou uma risada em tom mediano e logo se aproximou, apoiando os cotovelos na sacada.

— Poxa... Você não deveria agir assim. Não está feliz com a volta do seu irmão, hm?

O encarei friamente deixando claro a minha expressão fechada. Ele riu novamente.

— Não. eu sei que você está feliz com a minha volta. Você me ama.

O ego incontrolávelmente inflado, já não sabia se isso escondia sua índole duvidosa ou a pessoa que ele fingia ser.

Chamaram nossa atenção da cozinha nos mandando vir comer. Apaguei o resto do cigarro pressionando-o contra a sacada, depois jogando o resto de cima, logo colocando o esqueiro dentro do bolso da minha jaqueta.

— Vamos?

O chamei para irmos juntos. Ele não tirou o olhar de mim por um instante e depois avançou a porta, indo na frente.

𝐃𝐎𝐔𝐁𝐋𝐄 𝐊𝐈𝐋𝐋, 𝖲𝗎𝗇𝖺 𝖱𝗂𝗇𝗍𝖺𝗋𝗈𝗎.Onde histórias criam vida. Descubra agora