The Visitor.

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Nas próximas linhas a seguir, você estará entrando em uma visão confusa sobre a cabeça da protagonista (você) dessa história. O efeito talvez psicodélico e confuso é a representação escrita, juntamente com a desconexão das frases.








“... Me ame. Mesmo que você esteja
fingindo, eu não me importo. Se você fizer isso, acho que ficaremos bem.”

Eu quero ser amada. Sempre que eu me sentia sozinha, eu procurava alguém, qualquer um. Odeio que haja qualquer chance de solidão.

Kenma me fez hesitar. Isso era amor? É dele quem eu precisava? Ou poderia ter sido qualquer um naquela noite?

Eu não preciso de afeição pra preencher o vazio que há dentro de mim. O que eu preciso, sou eu mesma, e mais ninguém.

Me dê um tempo” foi o que eu disse naquela noite.

Como você disse, eu nunca amei ninguém mais, eu nem ao menos tentei. Eu apenas me mantive ocupado com aventuras porque não queria estar sozinha. Eu não quero continuar fingindo, e eu estou cansada de ter tanta pressa. Se eu estiver quebrada, posso deixar assim por um tempo, não há nada de errado com isso. Foi isso que você me ensinou.” eu disse tudo isso como se estivesse quebrada, estava me contradizendo diversas vezes na minha cabeça e por um lado, eu não esperava resposta alguma dele. Eu me sentia vazia pelo fato de Suna ter ido embora da minha vida, mas ainda me sentia cheia por estar apenas comigo mesma. Kenma permaneceu me olhando, como se sentisse que aquilo fosse o nosso fim, mas acabou não sendo.

“Não me olhe assim, a solidão não te pertence.”









“ — Seus olhos mudaram a expressão desde a primeira sessão, parece uma pessoa diferente. — Kenma disse enquanto fotografava cada movimento mínimo meu.

— Como? — o questionei, passando o véu de cetim para o outro lado.

— Eles pareciam melancólicos, bonitos e solitários antes.

— E?

— Mas agora, eles parecem... desamparados, mas não frios. Eles me fazem ansiar mais por você. — ele olhou para a tela da câmera fotográfica, admirando por breves segundos, sorrindo. — uma vez que essas fotos forem publicadas, todos irão se apaixonar por você.”

Isso é patético.




Essas luzes me causaram dor de cabeça, meu corpo se entorpecia sempre que eu me deitava em algum estofado daquele estúdio, eu podia ser eu mesma, pensar sobre tudo, me contrariar, me odiar, me amar, tudo que eu pudesse fazer comigo mesma era possível ali, e pensar sobre aquilo, especialmente. Estávamos perto da exposição, eu veria toda a minha hipocrisia em fotos, ia ser a exposição mais esperada do país e pensar que eu seria a atração principal me assustava. Mas naquela época, eu não era a única querendo desistir de tudo.

Minha relação com Kenma não iria pra frente se eu não tentasse, mas eu não sabia se queria, ele ia voltar para a Coréia do Sul e será que eu vou fazer parte da vida dele? Eu quero fazer parte?

Pensar demais me deixa dopada, nicotina é o meu escape.


Aquela ligação perdida foi como várias rachaduras nos meus pilares. Eu me contrariei novamente. O que ele queria?
Isso me lembrou quando eu tentava ser esperta ficando com uma pessoa no carro e deixando as ligações perdidas dele apenas para provocá-lo, mas de qualquer forma, nem mesmo se eu quisesse, iríamos nos resolver, afinal, vamos seguir nossas vidas.

𝐃𝐎𝐔𝐁𝐋𝐄 𝐊𝐈𝐋𝐋, 𝖲𝗎𝗇𝖺 𝖱𝗂𝗇𝗍𝖺𝗋𝗈𝗎.Onde histórias criam vida. Descubra agora