Contrast.

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A correria com os carregamentos dos quadros dentro do estúdio estava crescendo a passo que os dias da exposição estava perto, os corredores estavam cheios com fotografias, nomes e títulos logo a baixo, era um enorme estúdio pelo tanto de fotografias que tinham. Chegava a ser hilário.

— A tela três pode ir por esse corredor logo ali. — Kenma apontou para uns dos corredores próximos ao senhor que carregava uma enorme tela.

— O corredor A está quase completo, podemos prosseguir com a configuração atual? — a assistente questionou.

— Sim. Apenas uns ajustes de posicionamento e acho que já esteja definido. — a assistente concordou, indo pelos outros corredores.

Caminhei pelos longos e extensos corredores com as telas e fotografias, cada um com um significado e título diferente, o que remetia a fotografia de Kenma, logo no primeiro corredor, pude ver todas as minhas fotografias vulgares, na parede que dava de cara com a tela principal, lá estava uma tela com a minha foto que cobria todo o espaço da parede. Contraste em preto e branco, iluminação boa e granulismo nele, era de fato uma ótima foto que parecia até ser desenhado. Kenma caminhou até mim, me abraçando por trás e olhando juntamente a mim àquela tela.








Caminhei pela rua, estava perto do período de inverno, meu casaco pareceu inútil ao frio, aos poucos a neve caía pelas ruas e isso as deixavam bonitas, dignas de arte. Em minhas mãos, segurava o meu livro que já estava impresso, essa foi a primeira cópia e seria divulgado em abril, um romance melancólico do qual venho colecionando idéias, estava feliz com os resultados apesar de Sugawara ter me dado uma bronca por ter me visto poucas vezes devido ao meu trabalho com outras revistas.

Segurei meu celular, olhando se a mensagem que eu havia enviado para Srta. Rintarou havia sido visualizada. “Me ligue assim que puder” foi o que eu disse, aguardando por sua resposta. Caminhei até o carro onde Kenma me esperava, abrindo a porta e entrando, me confortando com o calor que havia entrado em meu corpo.

— Os preparativos da galeria estão prontos? — eu o questionei, colocando o livro sobre meu colo e batendo fora a neve que estava em meu casaco.

— Sim. Até depois de amanhã, podemos estrear. E a entrevista?

— Já foi postada, teve milhares de leitores e críticos bons, provavelmente isso vai crescer o número de pessoas presentes na exposição.

— Ótimo, então, talvez nosso trabalho já esteja finalizado. — ele disse, girando a chave do carro e dando partida.

Eu estava neutra e apreensiva, novamente. Tudo sobre Kenma havia se esclarecido, não precisei de escândalo e isso me acalmou de certa forma, estava pronta para lidar com a verdadeira culpada daquela situação. Iria sair do país assim que aquela situação se resolvesse completamente.

— Oh, a propósito... — Kenma comentou. — meus pais provavelmente virão a abertura. Eles estão cientes de tudo então você não se importaria se... eu te apresentasse a ele como minha namorada?

Pausei, engolindo seco e virando olhar para o lado apenas para evitar olhar para ele, respirando fundo.

— Bem, eu acho que não vão gostar de mim...

— São pais, certo? Eles nunca estão satisfeitos com a escolha dos próprios filhos e além de tudo, eles irão gostar de você, não se preocupe. — Kenma acariciou minha mão. — Você falou com Suna sobre aquilo?

— Não. Estivemos muito ocupados, planejo contar tudo depois da exposição. — respondi.

— Entendo.

𝐃𝐎𝐔𝐁𝐋𝐄 𝐊𝐈𝐋𝐋, 𝖲𝗎𝗇𝖺 𝖱𝗂𝗇𝗍𝖺𝗋𝗈𝗎.Onde histórias criam vida. Descubra agora