A música expressa o que não pode ser dito em palavras mas não pode permanecer em silêncio. - Victor Hugo
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Hitoshi estava de saco cheio, não aguentava mais esperar pelos pais. Aparentemente sua irmãzinha também não. Estava de braços cruzados e batia o pé no chão impaciente. Nunca gostou de esperar. Eri por sua vez estava brincando com os próprios dedos, sentada numa cadeira, parecendo pensar em nada.
Ele olhou o relógio de pulso e estavam quase atrasados, bufou e ficou se perguntando o que diabos eles faziam lá em cima. No momento seguinte sua mente deu um branco e pareceu que sua mente virou o meme da tela azul, depois arregalou os olhos e tentou tirar a cena - considerada por ele horrorosa - de sua cabeça, enquanto esfregava as pontas dos dedos têmporas.
Antes que tomasse a coragem de ir no quarto dos dois adultos, os mesmos apareceram decendo a escada e Hitoshi teve - quase - certeza de que não transaram. Estavam belíssimos. Aizawa vestia uma camisa e sapatos sociais, além de uma calça preta. Hizashi estava com o mesmo conceito, só que com um terno aberto e uma pequena gravata borboleta.
- Ah, finalmente! - disse Eri se levantando e dando um sorriso meigo
- Desculpe se te deixamos esperando querida. - disse o loiro um pouco envergonhado
- Tanto faz, vamos logo. - os outros dois disseram juntos com a cara amarrada
- Tal pai, tal filho - pensou o mais velho, com uma gota na testa
Logo vieram a trancar a casa e sair de verdade.
Todos eles não tinham um traço de sangue, a não ser por Shinsou e Aizawa serem tio e sobrinho. Os pais do mais novo morreram em um acidente de avião quando ele tinha 8 anos, enquanto estava na casa de Shota, que o adotou depois de 2 anos cheios de papelada, já que insistiam em mandar para um orfanato, e ele tinha certeza que era por ter um marido invés de uma esposa. Já haviam se passado 14 anos e depois de alguns problemas psicológicos, voltou a ser a pessoa que era antes, mesmo que mais fechada agora.
A mais nova entre eles já era um caso mais apertado e que realmente demorou para conseguir o conquistar. Eri era maltratada pelo pai, que acabou sendo preso por maltrato infantil e abuso. Ela foi parar em um orfanato da cidade de Musutafu, e não foi tão ruim quanto parecia ser. Não tinha muitas crianças de sua idade na época, mesmo que só tivesse 7 anos. Tiveram várias pessoas mais velhas que a ajudaram e se lembrava especialmente de um garoto loiro de olhos azuis brilhantes chamado Togata Mirio, se não se enganava. Ele a mostrou o que é amor de verdade, a ensinou várias coisas. Sorrir, brincar e aproveitar a infância ao máximo. Mas isso só durou um ano quando ele teve que se despedir da casa adotiva por ser maior, mas ainda assim ela guardava consigo uma pedra vermelha, que acabou virando um colar, dada por Mirio, que disse ter a cor de seus olhos. No começo ficou meio tímida com a nova morada e pessoas dentro dela, mas logo se acostumou e começou a ficar mais extrovertida, principalmente com o "irmão", que sempre brincava com si quando podia.
Já os dois adultos eram já casados quando eles foram adotados, não se sabe muito sobre eles, mas aparentemente se conheceram na adolescência e começaram a namorar pelo torno dos 20 anos, casando após 8 anos. Tinham agora 36 anos, ambos.
Estavam conversando, enquanto o moreno guiava carro para o destino que iriam.
Alguns dias atrás tinham recebido um convite para um concerto clássico da época romantista, ao qual o arroxeado estava querendo ir também, mas lhe faltava dinheiro.
Aquilo surpreendera um pouco a família, já que pensavam que ele era um daqueles emos que somente gostavam de metal, rock e coisas do gênero. Na realidade, Shinsou tinha o estilo alternativo. Gostava de quase todos os tipos de música, contanto que a melodia fosse boa, gostaria da música com certeza. Além disso, o único que não teve surpresa foi Shota, que sabia que o filho ia tocar violino escondido deles, já que aparentemente tinha vergonha.
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Melody - Shinkami
FanfictionAs águas de felicidade podem ser tristes... As chamas podem ser frias... O coração pode não ser mais como antes... Coisas podem aparentar ser o que não são. Quase todos tem um jeito de expressar ou captar sentimentos e sensações, sejam os seus ou de...