VI

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A música expressa o que não pode ser dito em palavras mas não pode permanecer em silêncio. - Victor Hugo

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- Bom dia! - foi recepcionado com um sorriso alegre do loiro

Ele estava engracado naquele avental rosinha com borboletinhas, na verdade nem ao menos sabia de sua existência. Normalmente acordava tarde, então não via quando Denki cozinhava algo para o café da manhã, infelizmente.

- Bom dia. - cumprimentou também, coçando os olhos com uma das mãos - Quer ajuda?

O outro murmurou um sim, enquanto tentava ajeitar os ovos direito na frigideira. Comeram o café da manhã calmamente, conversando sobre as coisas da faculdade de cada um. Somente ficou sabendo recentemente que o outro fazia faculdade de engenharia da computação, que surpreendentemente não batia nada com o nível de música que praticava. Mas não prestou muita atenção nisso.

Estava lavando a louça quando sentiu dois braços rodearem sua cintura, pra depois a testa de Denki ser apoiada no seu ombro. Se assustou um pouco com a ação, mas não se afastou ou protestou. Na verdade isso tem ficado mais frequente desde a última vez que o viu fumando. Do nada lhe abraçava e ficava por aí, sem nenhuma justificativa dada para si. Mas admitia que estava adorando esse tipo de carinho vindo do outro.

Depois de um tempo, o cabeça do loiro saiu de seu ombro e sentiu o nariz dele roçar em sua nuca, a respiração fazendo os cabelos daquela parte arrepiarem, mas tentou ao máximo continuar normal, mesmo que o rosto adquirisse uma coloração mais rosada.

- Ei, Toshi? - o chamou e foi respondido com um resmungar - Qual o nome da parte amarela do ovo?

Hitoshi estranhou a pergunta repentina, já que praticamente tinha acabado de come-los agora pouco, mas respondeu.

- Gema.

O ouviu rir baixinho antes de ouvir um som até então desconhecido passar por seus ouvidos. Sentiu o corpo arrepiar por completo, e depois a alma sair e voltar no mesmo instante e logo corar com um tomate maduro.

- D-DENKI!

Sabia que seria amaldiçoado pelo resto dia - e se duvidar semana - pelo gemido rouco que ele soltou sobre sua nuca, que agora parecia ter até esquentado.

O ouviu rir da situação como sempre fazia.

- O que? Pensava que gostava disso. - praticamente afirmou subindo as mãos para seu peito coberto pela camiseta fina

Sentiu os lábios do loiro sendo pressionados sobre seu pescoço enquanto os pensamentos e sensações eram misturados numa tormenta que era dividida entre o desejo e a sanidade.

No fim - como sempre - a sanidade ganhou

Se virou ficando de frente para Denki e segurou seus pulsos delicadamente, mas firme. Ele lhe olhava com um olhar cafajeste e sorriso pervertido, lhe dando uma face mais excitante. O arroxeado engoliu em seco, para depois suspirar fundo.

- Você é louco. - afirmou rindo baixinho, fazendo o loiro o olhar com uma face incrédula

Se afastou deixando a louça suja mesmo e deu a desculpa de que tinha cosias na faculdade para fazer e saiu do apartamento como o papa-léguas, sem nem se despedir do loiro.

Na verdade, não era lá uma desculpa. Realmente tinha que resolver coisas da faculdade. Como estavam nos últimos períodos do ano, ainda sentia a tensão da pessoas no ar. E como todo mundo que era consciente e tinha condições, resolveu trancar a matéria. Além de que também precisava trabalhar hoje de manhã na cafeteria.

Melody - ShinkamiOnde histórias criam vida. Descubra agora