Quando fecharam a porta do quarto de hotel, Frank e Gerard estavam em casa. Podia ser perto de casa, em Nova Iorque, ou do outro lado do mundo, em Tóquio, que a sensação confortável compartilhada era sempre a mesma. A decoração desses lugares era sempre parecida demais a ponto de fazer a mente se confundir (daquela vez foi na Alemanha? Ou no Brasil?). Os papéis de parede eram quase sempre iguais, como se só o tempo passasse, mas o lugar fosse o mesmo. A porta fechada abria a porta de um mundo só deles, daquele lugar onde pontos não precisavam ser provados, desculpas criadas ou atos impensados justificados.
A dinâmica era sempre a mesma: uma caminhada apressada pelos corredores do hotel, uma vontade absurda de estar nos braços do outro - mas sempre o receio de serem flagrados por paparazzis ou dar o azar de alguém vender as imagens da câmera de segurança de um elevador. Se não quer ser descoberto, não faça. Gerard engolia Frank com o olhar do outro lado do elevador, mas ele não ficava atrás, respondia à altura.
Passos apressados, o estômago dando voltas em antecipação e Gerard tentando empurrar para longe os pensamentos de que aquilo era errado - afinal de contas, ele estava prestes a trair sua esposa, quebrando seus votos de casamento. Tudo bem, era Frank (e isso era desculpa?). Mas a cabeça de cima pensava muito menos, seu corpo comandava suas ações quando fechou a porta atrás de si e Frank o atacou com um beijo desleixado e necessitado, prendendo suas mãos acima da cabeça.
Frank precisava se certificar que Gerard não ia a lugar algum, mas equilibrar isso e a vontade que tinha de se unir ao corpo de Gerard em um só era difícil. Não demorou para que as roupas encontrassem o chão. Mais uma caminhada apressada, mas agora cambaleante em direção à cama. Mãos que passeavam e tocavam desejosas arrancando gemidos. Bocas que se encontravam no meio do caminho.
Gerard observava Frank naquela luz baixa: fazia um ano ou algo assim desde que o viu com tamanha vulnerabilidade e ainda sim ele nunca pareceu mais forte. Talvez fossem as tatuagens novas e a busca incessável por cobrir o corpo com desenhos que davam o ar de homem severo. Era como se Frank precisasse daquilo, daquela aparência dura para mascarar seu coração tão mole, tão vulnerável. Enquanto beijava suas coxas, sua virilha e o tomava em sua boca, Gerard pensava que não havia outro lugar onde poderia estar.
Os gemidos que deixavam os lábios de Frank, suas mãos que apertavam os lençóis brancos do hotel mostravam para Gerard o quanto ele se deixava levar. A sensação opressora dos lábios de Gerard ao redor de seu membro, suas movimentações sendo quase insuportável de aguentar e Frank tentando pensar em flores ou qualquer merda assim para não gozar logo.
Não havia nada do mundo que importasse mais do que aquele momento. A relação entre os dois era sempre complicada com nuances e palavras às vezes duras, e aquilo era uma antítese para a dinâmica tão orgânica entre seus corpos, que se conheciam e amavam.
Gerard preparou Frank com seus dedos cheios do lubrificante que estava na mesa de cabeceira e se protegeu com o preservativo. A sensação de que aquele era mais um sonho e que estava prestes a abrir os olhos e acordar a qualquer momento não deixava Frank por um só segundo, então ele acabou por passar mais tempo de olhos fechados do que gostaria. Só para o caso de sua intuição estar certa. Se aquilo fosse um sonho, não era hora de acordar ainda.
Frank envolveu Gerard com os braços quando ele deslizou calmamente para dentro de seu interior, seus olhos se revirando com tanto prazer. E Frank viu: era Gerard ali, o seu Gerard, sentindo prazer que ele lhe proporcionava. Um sorriso surgiu no canto dos seus lábios porque, bem, Frank gostava de vencer batalhas (por mais que não vencesse a guerra nunca) e aquela era uma batalha ganha. O cabelo de Gerard caiu sobre seu rosto quando ele o abaixou, então Frank deslizou a mão por sua bochecha, colocando a mecha atrás de sua orelha.
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Conventional Weapons [FRERARD]
FanfictionNo verão de 2009, Frank tenta superar seu passado conturbado com Gerard para entrar em estúdio e gravar o novo álbum do My Chemical Romance. Gerard acaba de ser pai e tenta mostrar para Frank que podem ser somente amigos, mas as músicas falam o cont...