Colonia

The time passes

Ao amanhecer do dia seguinte, todo o pavilhão feminino foi acordado e alinhado perfeitamente no pátio.

Haviam mulheres de todas as nacionalidades, mas a maioria eram alemãs, polonesas e austriácas.

Coincidentemente ou não, as três nacionalidades mais afetadas pelo nazismo na segunda guerra e aquela espécie de seita, por assim dizer, era de origem alemã. Aquele lugar por si só parecia um campo de concentração.

Após a contagem diária, as mulheres são dividas em quatro grandes grupos: um grupo vai para a lavoura, incluindo Wanda e Natasha, outro para a cozinha, outro para a enfermaria e outro para a espécie de berçário, onde as crianças de até três anos e bebês eram mantidos longe dos pais.

Enquanto isso, na enfermaria, Visão era examinado por uma médica. Ele estava muito machucado pelas torturas sofridas e tinha o olho roxo e inchado.

-O que você fez com ele? Ele está muito machucado - questiona a enfermeira enquanto examinava os machucados de Visão

Ao pé de sua cama estavam o Barão Von Strucker e mais um oficial de Pinochet, o mesmo maldito homem que o havia prendido e o separado de Wanda. Ao pensar nela, ele só podia pedir que ela estivesse bem longe dali, de preferência longe do Chile.

-Apenas demos uma lição - responde Strucker

-Ele levou muitos choques, nem sei se houveram danos no cerébro. Ele pode ficar em estado vegetativo para o resto da vida!

-Se acontecer a senhora sabe o que fazer

-Aplicar a autanásia é contra a ética médica. É um assassinato!

-Quem precisa saber? - Strucker dá um sorriso ameaçador, que faz a própria médica temer se calar com medo - aplicamos e descartamos o cadáver em uma vala profunda no meio do mato como fazemos sempre. Ninguém vai saber - Strucker completa e sai, escoltado pelo oficial

Visão estava consciente. Ele precisava se recuperar o mais rápido possível e fugir daquele lugar. Ele precisava encontrar Wanda, nem que fosse para vê-la uma última vez, nem que demorassem anos para ele sair dali e ela tiver refeito sua vida, mesml se já estivesse casada com outro homem e com filhos. Ele não iria atrapalhar a vida dela, apenas iria se certificar que ela estava bem, feliz e segura e depois seguiria com sua vida, sozinho como sempre havia sido, embora ele soubesse que sem Wanda seria muito dificil continuar, sem ela não havia vida para ele, pois ela era sua vida e tudo o que ele mais amava no mundo.

O não saber o que havia acontecido com ela o destruía. Será que haviam fuzilado todas aquelas pessoas que foram concentradas no ginásio, incluindo Wanda? Será que ela ainda estava viva? Será que ela havia retornado para a Inglaterra ou continuava no Chile? Eram tantas questões que o torturavam por não ter respostas para elas.

Enquanto isso, na lavoura, Wanda estava cavando a terra e plantando as sementes do que parecia ser soja.

A temperatura estava aumentando gradativamente, mas já estava bem quente as oito da manhã. Por não ter comido nada desde o dia anterior e não ter nem tomado café da manhã, Wanda começa a se sentir tonta, como se fosse desmaiar.

Ela sente a sensação de que o mundo estava girando e sem forças nas pernas ela cai no chão. Tentando se recuperar, ela sente uma chicotada nas costas e grita de dor

Natasha assistia a amiga passar mal e queria ajudar, porém não podia, ela seria punida se o fizesse e aquilo poderia machucar o seu bebê. A russa tinha sangue nos olhos de raiva por tamanha crueldade.