Sabe quando você acorda e percebe que os dias serão exatamente os mesmo? Ou de quando você coloca o pé para fora da cama, a mal vontade de não querer viver instalar dentro de você?
Os dias se repete repetitivamente, o ponteiro do relógio não parava quieto, horas passando rápido, o dia anoitecendo rápido, ansiedade aumentando, sem mínima vontade de querer levantar da cama, porque acha que saindo da cama pode fazer alguma besteira, irritando alguém com suas atitudes de sempre, se sentindo incapaz o tempo todo, sentimento de culpa por não colocar o que quer em prática, isolando de todos o tempo inteiro, crises o tempo todo se tornando frequentes.
Pois é. É isso que estou sentindo nesses últimos exatos três dias que estou com Billie nessa cabana, mas o aumento disso, é que, daqui um dia será o grande dia. Billie andava muito distante de mim, não a vejo com tanta frequência, na maior parte, coloca problemas para não está comigo, sempre são os tão famosos problemas que saem da sua boca. Só a vejo na hora que vamos dormir, as vezes. Lidei com suas crises de tourette, abracei quando mais precisava, dei atenção, fiquei preocupada o tempo todo, até preocupei com coisas bobas, cuidei quando precisou. Mas nem se quer se preocupou comigo quando chorei nesse quarto a noite toda me sentindo sozinha, ao menos deu conta do quanto sentia falta da verdadeira Billie.
Sua personalidade de como eu a conheci no primeiro dia voltou, confesso que fiquei assustada com sua mudança repentina, um pouco de medo talvez. Billie andava sempre séria, não tem um dia que não falava comigo sem jogar desculpas, já implorei para que dormisse comigo. Descobri que ela sofria depressão, se dopava de remédios as escondidas, tentou suicídio várias vezes, como fui uma idiota de não perceber isso antes, as vezes percebo que tem algo que me impede de enxergar tudo a minha frente. Ontem foi o dia mais atribulado da minha vida, fica em segundo lugar, o primeiro foi o maldito dia que nasci.
EU VOU MORRER, ANASTÁCIA. EU VOU MORRER!
Foi exatamente isso que Billie gritou para mim e pro mundo ontem. Não tivemos discussões, apenas Billie teve uma crise no meio do quarto a noite, seus olhos vermelhos, não via seus brilhantes azuis, só via tristeza, medo. Vi ela quebrando o quarto todo enquanto eu estava encolhida na cama com medo. No final? Apenas saiu do quarto atordoada machucada.
Vai ficar tudo bem, meu amor. Eu prometo.
Me encontrava deitada na cama, debaixo das cobertas olhando para o céu pela sacada aberta, limpei algumas lágrimas teimosa que molhava minhas bochechas, fechei meus olhos sentido a brisa do vento gelado, rocei meus lábios um no outro calmamente, puxei mais o cobertor para cobrir por completo o meu corpo, começou a chover, encolhi meu corpo na cama com o barulhos dos trovões. A porta do quarto foi aberta por Billie que adentrou jogando o celular em cima da cama enquanto seus braços puxaram seu moletom para cima ficando de regata, fiquei em silêncio observando seus movimentos, sabia que ela evitava olhar em meu rosto, isso me deixou incomodada, então, tentei fazê-la me olhar, pegando em sua mão direita, rapidamente ela puxou de volta, respirei fundo magoada com sua atitude.
— Você não pode me evitar sempre.
— Não começa, Ana. Estou cansada — Disse sem ânimo, Billie caminhou até o outro lado da cama de cabeça baixa, deitei minha cabeça no travesseiro, são essas atitudes que me fazem chorar o dia todo, como se eu tivesse culpa de todos os problemas que aparecem. — Você poderia dar espaço? — Fui para o lado e finalmente Billie se deitou de costas, levantei minha mão esquerda tentando tocar em seu braço. — Agora não. É melhor você dormir. — Puxei minha mão de volta, suspirei derrotada, mais uma vez, limpei uma lágrima que escorreu pela minha bochecha esquerda.
Virei-me de costas para ela, apertei os lençóis com força, tentei segurar as lágrimas teimosas que ameaçavam molhar o meu rosto, respirei fundo três vezes, meu peito doía, fechei meus olhos lentamente com a idéia de adormecer logo e que esse dia termine.
VOCÊ ESTÁ LENDO
The Prisoner |G!P|
ФанфикPelos erros dos outros, você é condenada a viver o próprio inferno. E o próprio demônio não é como diziam ser. Anastácia, uma garota de poucos amigos, perdeu a mãe quando era apenas uma criança, teve uma adolescência conturbada, criada pelo pai que...