— Aonde você pensa que vai? — Pergunta Billie, jogada na poltrona marrom, encostada perto da mesa de bebidas, em suas mão segurava um copo de whisky.
— Vou pro Jardim, não posso? Eu devo ficar o tempo todo trancado naquele quarto abafado.
— Você está certa, Peterson. — Diz balançando o copo levemente, seus olhos estava concentrado em mim, por algum segundos eles encaram minha boca. — Não está com sede?
— Não, eu não estou, mas agradeço pela sua preocupação. — Abaixo a cabeça.
— Por que não se senta e faz uma companhia.
— Você mesma já falou que não aguentava olhar pra minha cara, Eilish. — Falo fazendo a mesma rir, levanto minha cabeça vendo que ela me encarava com o copo encostado em seus lábios.
— Eu falo muitas coisas, Anastasia. Bom. Pode se sentar.
Sento numa poltrona em sua frente, ela me oferece uma bebida, mas acabo recusando, encaro o jardim todo verde cheio de vida, no fundo podia ver alguns cavalo solto, tinha um todo preto com manchas brancas, sorrio com a cena do cachorrinho correndo atrás do cavalo, mais a frente tinha os jardineiros cuidando das plantas, outros cortando as folhas das árvores.
— Eles ajeitaram a sala...
— Sim. Aquilo estava me deixando já estressada, gosto das minhas coisas no devido lugar. — Diz dando de ombro.
— Na verdade você já é estressada. — Falo baixinho o suficiente pra que ela não ouvisse, mas pelo seu sorriso deu pra entender que escutou.
— Tem razão. Eu sou estressada. — Diz se levantando da poltrona, pegando outra bebida. — Percebi que você gosta de cavalo, sabe montar em algum? — Pergunta dando um gole da sua bebida.
— Sei, minha mãe me ensinou, na primeira vez eu levei uma queda que caí dentro dos arbustos, foi difícil pra minha mãe me tirar de lá. — Digo me lembrando perfeitamente daquele dia, ouso Billie gargalha baixinho. — Não tem graça, Billie, eu quase comi capim. — Ela começou a gargalhar alto, que eu acompanhei junto.
— Me fale mais sobre você. — Diz Billie, se encostando na parede.
— Eu sou uma adolescente problemática, nunca fiz coisas de adolescente, as vezes eu percebo que sou uma pessoa azarada na vida. — Abaixo a cabeça, brinco com os meus dedos, batendo um no outro.
— Somos todos problemáticos. Não acredito que você nunca fez nada, garota, pelo menos você já ficou com alguém? — Pergunta incrédula, nego com a cabeça vendo a mesma solta um suspiro. — Nem transou? — Nego também, sentido minhas bochechas criarem vida.
— Por favor, não vamos falar disso, essa parte da minha vida é vergonhosa.
— Isso é estranho, mas não é algo demais, Peterson, pra ficar envergonhada, a qualquer momento você pode desfrutar das sensações com alguém.
— Até parece que alguém perderia seu tempo comigo, eu sou um fracasso, Billie, entende? Quando alguém tenta se aproximar de mim, eu me afasto.
— Não acho você uma fraca — Encaro ela. — Você é forte, eu reconheço isso. Você não devia se afastar das pessoas, é apenas um concelho. Não vai querer passar a mesma coisa que eu passei.
— Não entendo.
— O que você não entende?
— Eu não entendo você, Billie, você tá de bom humor comigo, ou é a bebida que está fazendo efeito, até porque aonde eu sei desde que cheguei aqui você só me judiou e muito menos confia em mim.
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The Prisoner |G!P|
FanfictionPelos erros dos outros, você é condenada a viver o próprio inferno. E o próprio demônio não é como diziam ser. Anastácia, uma garota de poucos amigos, perdeu a mãe quando era apenas uma criança, teve uma adolescência conturbada, criada pelo pai que...