Glory

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Billie dirigia o carro concentrada em silêncio, uma de suas mãos estava apertando a minha em cima da minha coxa, dei um beijo em seu pescoço fazendo ela sorrir mostrando os seus dentes alinhados, sorrir também.

— Seu sorriso em tão bonito e tão pouco visto. Gostaria que mostrasse ele mais vezes pra mim, eu ficaria feliz. — Digo, olhando pra mesma.

— Tenho meus motivos pra não sorrir. A vida é um desses motivos, mas eu vou fazer um esforço de mostrar pra você. Já que é a única que me faz mostrá-lo. — Disse concentrada, abaixei a cabeça envergonhada.

— Talvez a vida não esteja colaborando com a gente. Eu tenho uma leve impressão que sua vida vai mudar, Eilish. “Chegar aos trinta” vai ser possível, você é inteligente, eu acredito em você como o meu corpo também acredita que você vai dar umas fisgada nele quando chegamos na casa. — Mordi o lábio inferio vendo ela sorrir maliciosamente, sua mão apertou minha coxa gentilmente e alisou a mesma.

— Como você se vê quando estiver livre de mim? — Pergunta.

— Me vejo indo a prisão todos os dias pra vê-la com aquele macacão laranja com seus cabelos presos dentro de uma sala privada pra conversamos, mas não seria bem uma conversa, já que você não é de conversar. Seria mais uma conversa de corpos suados se chocando um no outro. — Billie riu baixo, seu rosto se virou pra encarar o meu, seus lábios se formaram um sorriso sacana de lado.

— Antes disso acontecer, tenho que deixar um herdeiro, porque eu quero causar e muito, principalmente com seu pai. Mas eu quero fazê-la lembrar que você não pode me esquecer tão facilmente assim — Disse perversa, enguli o seco imediatamente, sua mão apertou firme minha coxa. — Sério mesmo que me visitaria na prisão? — Balancei a cabeça positivamente. — Acho que vou querer ser presa de novo, quero ver como é foder você naquela prisão.

— Você já foi presa? — Perguntei incrédula.

— Uma vez. Foi proposital pra entrar dentro daquela prisão pra acertar as contas com um velho amigo. Ele vacilou comigo, então o matei dentro da sua cela encardida, matei também seu companheiro de cela, o desgraçado sabia demais, nem jurar que fecharia a boca jurou — Disse, trincando o maxilar. — No outro dia eu sair com a fiança pagar.

Foi aí que eu percebi que não existe um lugar que ela não poderia entrar.

— Eles não sabem quem é você? — Perguntei, mas acabei me lembrando.

— Não, Ana. Sou totalmente sigilosa com isso, tomo muito cuidado, não posso deixar rastro, eu cresci sabendo que minha vida será difícil, cresci vendo meu pai matando pessoas a todo momento, isso contribuiu para o que eu sou hoje. A imbecilidade do seu pai me enoja que eu preferia apanhar por três pessoas de uma vez, é tão ridículo saber que ele acusa pessoas totalmente fora disso, enquanto pessoas reais que ele procura está na frente dele, no trabalho dele manipulando todos ao seu redor. Agora você entender porque eu chamo de incompetentes.

— Você não pode falar assim do meu pai, Billie. — Digo, afastando sua mão da minha coxa.

— Seu pai é um cretino, Anastácia, na sua frente é uma pessoa admirável, já com outras é totalmente o oposto do admirável. — Disse Billie, suas mãos apertaram forte o volante.

— Ele não é um cretino, você que é! — Virei a cabeça pro lado chateada, cruzei os meus braços encarando as pessoas na calçada.

— Tudo bem. Não vou brigar com você, não vou me estressar com você. A diferença entre você e eu, Anastácia, é que eu procuro saber a verdade e não me trancar em um mundo de ilusões feita nessa sua mente. — Fechei meus olhos tentando não chorar.

The Prisoner |G!P|Onde histórias criam vida. Descubra agora